Como esperado, o segundo dia do Oppo Inno Day 2021 trouxe o anúncio mais aguardado, na forma do primeiro smartphone dobrável da marca, o Oppo Find N, que mobiliza uma dobradiça inovadora que quer eliminar o tradicional vinco destes equipamentos, para nos dar um ecrã de 7 polegadas muito mais liso, imersivo e sem distrações. Mas não é tudo. No tempo que teve para desenvolver este equipamento, a Oppo optou por criar um foldable que, uma vez dobrado, tem um aspeto familiar e reconfortante.

Digo isto porque, ao contrário de muitos exemplos no mercado, uma vez fechado o Oppo Find N, temos um ecrã exterior de proporções francamente razoáveis: 18:9, com 5.49″ de diagonal. É um formato realmente familiar que não nos dará a mesma sensação alienígena que obtemos nos ecrãs ultra alongados de alguns equipamentos foldable, ou nos ecrãs compactados de outros.

Ora, com um ecrã de 18:9, não é surpresa que este telemóvel se abra para revelar um ecrã interno, flexível, praticamente quadrado. Mais precisamente 8.4 por 9, o que também foge algo ao que tem sido a regra e significa grandes margens pretas acima e abaixo se quisermos ver um filme. Mas a Oppo constrói um excelente caso para esta opção, numa altura em que é impossível casar o ecrã externo ideal com o interno ideal, e é preciso um jogo de opções. O formato quase quadrado certamente se aproxima da tendência atual de laptops 3:2 para maximizar a produtividade. Portanto podem ter os filmes mais reduzidos ao centro, mas tudo o resto tem espaço extra para ser analisado.

Inescapável em qualquer foldable é o vinco no centro do ecrã flexível e talvez seja verdade que mais depressa nos habituamos a ele do que ele se vai embora. Por isso não é de surpreender que as marcas recorram a alguma engenharia fenomenal para se livrarem desta característica dos foldable.

Veja-se o caso da Flexion Hinge da Oppo. Uma maravilha de engenharia composta de 136 componentes que consegue dois brilharetes de uma só vez: graças ao seu desenho extremamente complexo, o ecrã não é simplesmente dobrado, mas sim dobrado em forma de gota de água, criando uma dobra muito suave com o telemóvel fechado, enquanto com o ecrã aberto o vinco é muito menos pronunciado. Se olharmos cuidadosamente há na verdade dois, mas realmente difusos (diz-nos o TÜV que é 80% menos visível que o de equipamentos concorrentes).

E isso é supimpa. Mas depois é também importante verificarmos que, quando o ecrã está fechado, as duas metades da concha estão perfeitamente paralelas, sem o formato em cunha mais usual, protegendo o ecrã muito mais eficientemente, com menor hipótese de aí se entranharem detritos capazes de o danificar. Tal não é possível apenas pela dobradiça: o ecrã recorre a uma nova película Flexion Ultra Thin Glass muito mais fino que as alternativas (0.03mm vs 0.06mm), permitindo então mais flexibilidade ao ecrã e, consequentemente, maior durabilidade.

Finalmente, graças a esta dobradiça engenhosa, o Oppo Find N pode manter-se em qualquer posição (desde que entre 50º e 120º) para ser utilizado como se dois ecrãs diferentes se tratasse e ser ainda posicionado para filmagens. É um avanço importante sobre muitos concorrentes que apenas abrem ou fecham.

Especificações técnicas

Bom, depois de discorrermos sobre a Flexion Hinge que é um dos grandes segredos do Oppo Find N, podemos olhar então para as especificações técnicas deste ecrã flexível e do restante hardware.

Como já se sabia, o painel de 7.1″ é fabricado pela Samsung e é uma unidade LTPO AMOLED com taxa de atualização variável entre 1 e 120Hz e um brilho máximo de 1000 nits. A resolução é de 1792 x 1920 pixéis.

O ecrã exterior, de 5.49″ é um AMOLED com resolução atípica de 1972 x 988 pixéis, 60Hz de taxa de atualização. Há uma câmara selfie em cada ecrã.

Continuando nas câmaras, o design do Oppo Find N é muito invocativo do Oppo Find X3 Pro, com o seu módulo fotográfico elevado mas homogeneizado com as laterais do painel. Aí encontramos um extraordinário Sony IMX766 de 50MP, uma ultragrande angular de 16MP e uma câmara zoom de 13MP.

O processador a bordo é o Snapdragon 888 com até 12GB de LPDDR5 de RAM e 512GB de armazenamento UFS 3.1. A autonomia fica a cargo da bateria de 4500mAh com carregamento de 33W SuperVOOC ou wireless AirVOOC de 15W, além de poder carregar outros dispositivos a 10W. Bastarão 70 minutos para uma carga completa, e pouco mais de meia-hora para 55%.

Algo com que sonhar, algo com que chorar

O OPPO Find N estará disponível na China a partir de 23 de dezembro de 2021, com um PVPR de 1.073€ para a versão de 8GB + 256GB e de 1.255€ para a versão de 12GB + 512GB (os preços em euros são meramente indicativos pois o OPPO Find N apenas estará disponível na China).

Perceberam?

Infelizmente (e pelo menos para já) a Oppo não planeia vender este incrível smartphone fora da China. Não quer dizer que não mude de ideias mais à frente, não quer de todo, mas não esperem sentados. O mote “de novidade a necessidade” parece muito bem enquadrado no Oppo Find N. A marca teve o seu tempo para criar um caso com sérios argumentos a favor das suas opções, e lança um produto inovador e maduro que se não chega para já a Portugal, pode pelo menos mostrar o caminho do futuro. Mas, nenhum fã de tecnologia pode deixar de desejar que a Oppo abra novos continentes ao Find N.

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