As nossas atenções estão geralmente focadas nas grandes conquistas das grandes marcas e os blogues não estão isentos de culpas, porque também aí dão as maiores atenções aos dispositivos que chegam ao topo do mercado. No entanto, a maioria dos consumidores vai optar pelos inúmeros dispositivos desconhecidos e baratos que pululam o mercado. Muitos destes dispositivos andam longe dos 4GB ou 6GB de RAM dos dispositivos mais caros e movem-se graças a 1GB ou 1.5GB de memória, não sem dificuldades, não sem performance visivelmente fraca a todos os níveis. O problema encontra-se igualmente num Android cada vez mais pesado, cada vez mais focado em smartphones que fazem tudo e começa a esquecer os mais fraco. Isso pode mudar hoje com o início da chegada do Android Oreo Go aos fabricantes.

O Android Oreo Go foi anunciado durante a conferência Google I/O e terá sido dos anúncios mais relevantes do evento. A sua premissa é conseguir correr em smartphones com tão pouco quanto 512GB de RAM, tornando os smartphone mais baratos mais capazes e mais utilizáveis. Em suma, democratizando o acesso à informação para quem possui menos meios ou menos interesse em abrir a carteira. Para isso, a Google emagrece o Android e, essencialmente, as suas apps.

Cura de dieta para o Android que não é para todos

O Android Oreo Go chega com inúmeras alterações a nível do tamanho das apps e da sua performance. Dito de modo simples, consome muito menos recursos, e por isso opera de modo mais fluido com hardware menos potente, e seria possível pensarmos que esse é o tipo de software que queremos nos nossos dispositivos. Mas não é.

Qualquer smartphone com 2GB de RAM e um processador acima do Snapdragon 435 consegue correr razoavelmente qualquer app Android. Acima disso, qualquer equipamento está mais do que preparado para lidar com o engordar do Android ao longo dos anos, e muitas das alterações do Android Oreo Go teriam pouco efeito e o que tivessem poderia ser negativo.

E o que muda então?

A maior alteração do Android Oreo Go tem que ver com a filosofia das apps Google, como o Chorme, Maps, YouTube, Assistente, Gmail, Play e Gboard. Como existem no Android Oreo normal estas apps estão pouco preocupadas com espaço ou recursos, vocacionadas que estão para abrir depressa e fazer ainda mais depressa o que lhes pedimos.

No Android Oreo Go, a primeira coisa que notaremos é que muitas apps têm simplesmente tamanhos muito menores, opção para libertar espaço em equipamentos onde o armazenamento é escasso. Sob a pele, elas passam a estar optimizadas para poupar espaço, não para abrir rapidamente e começar a funcionar, pelo que a lentidão irá fazer-se notar. No entanto, com todas estas apps a funcionarem de modo mais controlado, poderão elas pelo menos funcionar adequadamente.

Entretanto, andar na Internet significa que o tráfego passa por servidores da Google, onde os dados são reduzidos antes de ser feito o download para o nosso smartphone, poupando o espaço que ocupam as imagens e os conteúdos, a capacidade de processamento necessária para lidar com eles, e a quantidade de tráfego que utilizam.

Smartphones modestos podem ganhar assim uma maior funcionalidade, mas como a maior vantagem do Android Oreo Go são as alterações às apps Google, pelo que as apps do ecossistema Android continuarão a ter o seu próprio peso. Colocar num Android Oreo Go jogos pesados não vai contornar as especificações de hardware do dispositivo, pelo que é difícil saber que impacto esta alteração terá na performance total dos equipamentos.

Actualizações mais fáceis

Um dos maiores problemas dos smartphones mais baratos é como deixam rapidamente de ter o suporte dos fabricantes quanto a actualizações. De facto, com as actualizações a tornarem-se cada vez maiores e mais complexas, os smartphones mais limitados requerem trabalho redobrado para as integrar num hardware muito limitado. Por vezes não há simplesmente espaço para as grandes correcções.

Com o Android Oreo Go e a sua optimização para poucos recursos, a Google estima que as actualizações serão mais rápidas e mais fáceis, também menos pesadas, permitindo que um amplo segmento da população possa ter acesso a evoluções continuadas dos seus dispositivos.

Quando e onde chega o Android Oreo Go

A Google anunciou hoje a distribuição do Android Oreo Go aos fabricantes, mas quando chegará a equipamentos no mercado Europeu é difícil de saber. Certamente teremos anúncios primeiro nos países em vias de desenvolvimento, e só depois na Europa, mas o ideal seria que a partir de 2018 os dispositivos na zona dos €100 passassem a ser equipados com esta versão mais slim do Android.

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