Hoje deu-se o momento por que muitos ansiavam, e a Samsung revelou enfim o Samsung Galaxy S8, o seu tudo ou nada de 2017. Na Tek Genius conhecemos bem as anteriores gerações de flagships da Samsung. Muitos dos nossos leitores também, e a esses não vamos surpreender se dissermos que o Galaxy S8 é o mais inovador e refrescante Galaxy S em vários anos.

Não estamos a embarcar em lisonja barata: o Galaxy S7 superava o Galaxy S6 em muitos aspectos, e este superava o S5 em muitos outros, não menos na aposta num design menos hediondo que não parou de evoluir. Mas o autor teve que ser honesto quando em tempos estranhou a falta de saltos tecnológicos notáveis nas últimas três gerações de Galaxy S. Face a um número crescente de marcas Chinesas que apostavam em diferenciadores como o Force Touch, câmaras duplas, ecrãs borderless, quantidades galopantes de armazenamento interno e RAM, a Samsung parecia navegar ao sabor do vento sem se esforçar realmente.

Mas caraças, como isto mudou com o Samsung Galaxy S8! Ó se mudou!

Verdade seja dita, depois da hecatombe do Note 7, a gigante Coreana não tinha muitas opções. Todos os boatos que surgiram desde o colapso do Note mostram uma empresa subitamente mais ambiciosa, com noção da urgência de criar algo excepcional. É quase certo que o S8 que temos hoje é em boa parte filho do desejo da Samsung de recuperar o seu bom nome e liderança, e poderia ter sido algo diferente.

O Galaxy S8 está para a Samsung como o round decisivo está para o boxeur que não só saí do canto, como vence o combate decisivamente. Isto não é dizer que o Galaxy S8 não se deparará com concorrentes fabulosos ao longo deste ano, a começar pelo grande rival LG G6, mas com o S8 a Samsung não se limita a erguer-se da lama: triunfa, e isso merece no mínimo o nosso respeito.

O melhor ecrã de sempre num Galaxy?

Essa honra pertenceria até pouco tempo atrás ao Samsung Galaxy Note 7, mas não mais.

Samsung Galaxy S8 e Galaxy S8+ chegam com ecrãs de 5.8 e 6.2 polegadas, praticamente sem rebordos, excepto no topo e base do ecrã. Ambos são unidades de resolução de QHD+ 1440×2960, com rácio de aspecto de 18.5:9. O ecrã é obviamente Super AMOLED, protegido com Gorilla Glass 5 e com Egde duplo.

Um aspecto notável é que o ecrã é compatível com HDR10 e a Samsung juntou-se à Amazon para disponibilizar conteúdos em HDR. A opção seria mais interessante se a Amazon disponibilizasse estes serviços em todos os mercados, claro. A resolução, entretanto, é por defeito FHD, mas poderá ser colocada ao máximo se o utilizador o desejar, configuração que será mais violenta para a bateria.

Neste campo, o Samsung deverá comparar-se favoravelmente com o LG G6, com um ecrã algo maior, embora o LG também seja compatível com Dolby Vision. O Galaxy S8 é, no entanto, o primeiro smartphone certificado para HDR pela UHD Alliance, o que quer que isso signifique.

Grande novidade é a aparição de comandos sensíveis à pressão no ecrã, o tipo de coisa que já deveria ser encontrado no S7. Deste modo, podemos pressionar a zona do ecrã onde as teclas se encontrem escondidas por uma app para as activar.

Porque é que isto importa: longe da corrida a mais resolução ou dimensões das gerações anteriores de Galaxy S, o Galaxy S8 revoluciona e repensa o ecrã, introduzindo uma abordagem nova às suas dimensões, e novas tecnologias. Tudo isto sem comprometer os que serão sempre os melhores ecrãs do mercado.

O melhor processador do ano até agora

Quer falemos do Snapdragon 835, ou do Exynos 8895, os processadores a bordo dos Galaxy S8 e S8+ são extraordinários.

São os primeiros chips a chegar ao mercado com litografia de 10nm, o que permitirá uma relação performance/eficiência sem precedentes.

Não são fáceis de produzir, não são baratos, e por isso – para já – o S8 vai ficar com a produção inicial do Snapdragon.

Os principais rivais, com processadores como o Kirin 960 da Huawei ou o Snapdragon 821, terão prestações muito interessantes, mas não terão nada a este nível. A provar o quanto estes processadores são um triunfo, a MediaTek parece estar longe de conseguir trazer o seu Helio X30 para o mercado.

A esmagadora maioria dos utilizadores não compreenderá quão potentes estes processadores são no uso quotidiano. Muitas das vantagens deverão estar patentes em coisas às quais por vezes ligamos pouco, como a duração da bateria em alto desempenho, ou o aquecimento dos dispositivos. Mas bastará dizer que a sua potência será suficiente para podermos ligar um Galaxy S8 à DeX para o usar como um computador.

Mais notável é que ambos os processadores são os primeiros no mercado com um modem LTE de 1Gbit.

Porque é isto importante: Snapdragon 835 e Exynos 8895 chegam com um custo elevado, mas para quem procura a melhor performance possível, não há melhor. Ambos os processadores são tecnologicamente avançados e são um dos maiores riscos que a Samsung jamais correu.

Bixby, o seu assistente virtual

Amazon Alexa ou Google Assistant, os assistentes virtuais de inteligência artificial chegaram ao ecossistema Android para ficar.

Os Samsung Galaxy S8 e Galaxy S8+ apostam forte no assistente virtual Bixby, tanto que incluem um botão próprio para activar o assistente. Esta é uma característica única dos Galaxy (embora conceitos semelhantes possam ser encontrados no mercado para outras funções).

Bixby caracteriza-se por uma acção contextual, ou seja, existe uma integração profunda entre algumas apps e o assistente, permitindo que este forneça respostas mais rápidas em função da app em utilização ou solicitada. Mais tarde, a Samsung lançará inclusivamente um SDK para quem quiser desenvolver nas suas apps uma maior integração com o assistente virtual.

O reconhecimento de imagens é talvez a sua característica mais impressionante: o Bixby poderá reconhecer um produto pela fotografia e procurá-lo na Amazon, ou identificar um monumento e mostrar informações importantes.

Ou poderemos utilizar o reconhecimento facial para bloquear e desbloquear o smartphone.

Porque é isto importante: um assistente virtual é um grande investimento e poucas marcas apostam em soluções próprias. O Bixby tem a virtude de explorar un caminho algo diferente.

Câmaras avançadas

Com o Samsung Galaxy S7, a Samsung apostou em funcionalidades, em vez de continuar na corrida aos pixéis. Foi dos pontos mais importantes do terminal, e o Galaxy S8 aposta de novo na tecnologia Dual Pixel num sensor de elevadas performances com 12MP.

O sensor mantém a abertura f/1.7 que lhe dará uma excelente prestação em baixa luminosidade, mas existem ainda novidades, como a Multiframe Processing. Com este método não muito diferente do HDR, o sensor pode captar diversas imagens em rápida sequência para nivelar os detalhes.

À frente temos uma câmara de 8MP com reconhecimento facial e claro, o leitor biométrico de íris, que permite o reconhecimento da nossa íris para acedermos ao Galaxy. Em conjunto con o sistema Knox, Samsung Galaxy S8 e Galaxy S8+ são dos mais seguros smartphones do mercado.

Porque é isto importante: o reconhecimento via íris tem dado grandes passos em frente e a Samsung parece confiante em algo que passa ao lado de outras marcas. Os ganhos em segurança são particularmente importantes.

Outras características notáveis

Vamos lá à súmula das características dos novos Galaxy S8?

Dependendo do mercado, deveremos ter um Galaxy S8 com Exynos 8895 ou Snapdragon 835, esta última versão potencialmente limitada aos EUA. Alguns mercados receberão igualmente equipamentos com 4GB de RAM e outros terão 6GB, enquanto o armazenamento começa nos 64GB, destacando-se aqui que se tratam de rápidas memórias UFS 2.1.

Além de se distinguirem no tamanho do ecrã, Samsung Galaxy S8 e Galaxy S8+ distinguem-se igualmente na bateria, com o Plus a chegar com 3500mAh e o Samsung Galaxy S8 com “apenas” 3000mAh. Entre aspas, porque com a eficácia do Exynos 8895, estamos a falar de uma bateria que deverá ter uma duração muito razoável.

Entretanto, ambas as baterias possuem carregamento rápido adaptativo.

Do lado da construção, Samsung Galaxy S8 e S8+ apostam forte na qualidade de construção, com vidro Gorilla Glass 5 no painel traseiro, e certificação IP68, contra água e poeira. Deste modo, podemos esperar que ambos os dispositivos sejam bastante duráveis.

Último ponto de destaque é que a Samsung renovou os auscultadores que virão no pacote de venda. Agora teremos aí um par de AKG premium.

Preços e chegada ao mercado

Quem quiser aceder a estes dois smartphones de topo poderá esperar  a pagar um PVP de €819,90 pelo Galaxy S8 e €919,90 pelo S8+. A sua chegada oficial ao mercado irá dar-se a 28 de Abril para Portugal. Vía Worten, estés valores acrescem-se se 9 céntimos.

No entanto, via NOS podemos adquirir ambos os equipamentos a prestações e entrega entre dias 19 e 21 de Abril, com possibilidade de pagamento em prestações de €27.50 durante 24 meses.

Expectativas

Vamos ser claros: bem tudo agrada no Samsung Galaxy S8. Temos dúvidas principalmente na colocação estranha do leitor biométrico. Ali, tão próximo da câmara, é quase certo que estará a provocar inúmeras instâncias de dedadas na lente.

O lugar do Samsung Galaxy S8 em 2017 ainda está por decidir. O ano ainda reserva apostas fortíssimas de alguns dos principais concorrentes da Samsung, e a vida da gigante Coreana não será fácil.

Mas para a própria Samsung, é de se olhar com alguma admiração para a capacidade da marca para recuperar deste modo de um ano que se encerrou numa nota menos positiva.

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