Como esperado, a ASUS anunciou há pouco o ASUS ZenFone 6 e restam poucas dúvidas de que o ZenFone será um OnePlus 7 killer, munido de uma abordagem muito interessante, excelente hardware, e um preço de €500 que tornam tudo ainda mais estupendo. Talvez acima de tudo, o ZenFone 6 é inquestionavelmente inconfundível.

Em termos de checklist do que esperamos num flagship, o ASUS ZenFone 6 tem visto em praticamente todos os items, começando obviamente no Snapdragon 855 com até 8GB de RAM e até 256GB de memórias UFS 2.1. Poderá parecer um tradeoff em relação às memórias UFS 3.0 do seu rival da OnePlus, mas em troca o ASUS inclui um tabuleiro dual-SIM com terceira slot para cartão de memória e não cuspiu no jack de áudio.

Com os smartphones a sofrerem de falta de autonomia endemicamente, a ASUS quis garantir que este não seria um problema no ZenFone 6, e equipou-o com uma tremenda bateria de 5000mAh, e carregamento a 18W. Com o carregador incluído, a ASUS diz-nos que 3300mAh são carregados em cerca de uma hora, um valor normal para uma bateria deste valor, de qualquer modo, o que é impecável, e poderá ajudar à durabilidade da bateria.

Nem sempre a beleza se alia ao utilitário e a ASUS conseguiu aqui um bom compromisso, com o módulo pivoteante das câmaras. Um problema potencialmente grave nas câmaras pop-up e sliders é que temos pouco controlo sobre elas: tudo o que fazem é subir para uma posição, descer para outra. A ASUS sabe algo sobre engenharia e conseguiu um módulo automático, que pode ser ajustado manualmente para qualquer ângulo.

Conseguem imaginar todas aquelas fotografias difíceis de obter porque não conseguem posicionar o smartphone na posição certa? Este módulo vai mudar isso em muito, abrindo novas possibilidades de composição para os entusiastas. Esqueçam que a ASUS não costuma estar nas boas-graças da DxO: os ASUS são excelentes smartphones fotográficos e este não será excepção.

Isto advém da escolha de uma Sony IMX586 de 48MP, complementada por uma câmara de 13MP com 125º de ângulo de visão. Lamento que a ASUS não tenha incluído uma câmara zoom, mas por este preço não encontramos melhor. A bordo encontramos foco por laser e PDAF, mas sem sinais de OIS, potencialmente um resultado da necessidade de encaixar os componentes naquele módulo.

O módulo fotográfico é particularmente resistente: a ASUS fabricou-o de metal líquido, 4x mais resistente que aço, mas mais leve. Caso o telemóvel caia, o módulo fecha-se de imediato, além de estar cotado para 100.000 activações, e de possuir sensores que impedem a abertura do módulo dentro dos bolsos.

O ecrã é uma opção peculiar, já que se trata de um IPS LCD de 6.4 polegadas com 92% de área activa. Os OLED e AMOLED estão a ser favorecidos pela indústria, mas a ASUS pode ter poupado aqui alguns tostões, com os LCD a serem ainda preferidos por muitos utilizadores que não gostam das cores dos OLED. A favor deste ecrã, o brilho máximo é e 600 nits e o espaço de cor é DCI-P3. Em resultado desta opção, no entanto, o ASUS inclui um leitor biométrico tradicional, o que não será do desagrado de muitos. É importante referir aqui que este ecrã desimpedido tem um rácio de 19.5:9. Sem necessidade de descontar um notch ou uma perfuração, este ecrã será dos mais indicados no mercado para visualização de filmes em formatos modernos.

Tenho que destacar ainda a presença de altifalantes estéreo com certificação de alta-resolução, tal como os auscultadores ZenEar.

E quanto ao software? Bom, a ASUS parece ter remodelado a ZenUI para se tornar mais parecida ao Android stock, um caminho que tem sido trilhado nos últimos anos, e a actualização para o Android Q está garantida.

O preço, como disse inicialmente, começa nos €499 para o modelo com 6GB de RAM e 64GB de armazenamento interno, enquanto subir a parada para os 128GB aumenta o preço para €559, e a versão com 8GB de RAM e 256GB de armazenamento interno (expansível) fica por €599.

Num ano em que todas as marcas usaram todas as razões possíveis para justificar aumento de preços, a ASUS mantém o preço do ASUS ZenFone 5z do ano passado. Os consumidores não deixarão de perceber que a ASUS não está aqui para enrolar ninguém.

Não consigo pensar em muito que a ASUS tenha deixado de fora deste exercício em relação qualidade/preço. Com a OnePlus a apontar para os topos de gama puros, de certo modo deixando para trás muita da sua fanbase, o trono do flagship killer está livre e a ASUS acaba de nos mostrar porque o merece. Não é apenas no software. É na postura, e até na nova interface mais limpa a ASUS diz-nos que ouviu os entusiastas de tecnologia.

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