Foi o próprio Trump quem o anunciou à luz da cimeira dos G20: a Huawei pode voltar a negociar componentes com empresas Americanos, colocando assim um fim a uma situação percepcionada como injusta e injustificada, durante a qual a administração Trump não só foi incapaz de fornecer evidências concretas da culpabilidade da Huawei, como prejudicou a indústria tecnológica Americana a todos os níveis.

Se o argumento era que a Huawei representava uma ameaça à segurança do país, a motivação para voltar atrás não foi invocada. Como se suspeitava, talvez tudo não passasse de uma jogada de mão pesada para negociar novos acordos comerciais com a China.

No entanto, a administração Trump foi tipicamente ambígua. A Huawei poderá adquirir apenas componentes comuns, que existam como alternativa noutros países. Ou seja, os EUA querem vender aquilo que a Huawei poderia facilmente encontrar noutros locais, mas manterá vedado um conjunto de tecnologias Americanas para as quais não há alternativa.

É difícil dizer quais tecnologias são essas. O Android, por exemplo, não tem realmente uma alternativa, mas existe de forma livre no AOSP, pelo que deverá estar incluído neste pack de tecnologias.

Ao longo do último mês, inúmeras marcas Americanas terão agido junto da administração Trump para encerrar este embargo, já que a Huawei é um dos mais importantes clientes do complexo industrial Americano. Entretanto, a Huawei perdeu milhões com este ataque e muitos utilizadores venderam os seus dispositivos, movidos pelo receio de não receberem actualizações, ou de perderem serviços.

São sinais preocupantes de quão volátil pode ser o mercado, mas, agora livre para agir, a Huawei está novamente pronta para voltar à carga. E se possuem um Huawei do qual não abdicaram, a decisão foi a acertada e podem agora certamente respirar de novo.

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