Se há coisa que a HMD Global acabou de provar com o lançamento oficial do Nokia X5 é que nunca foi tão interessante comprar um smartphone barato. E não nos enganemos: com um preço anunciado perto dos $150 (mesmo considerando que teremos de adicionar impostos pesados), o Nokia X5 é um smartphone barato, mas não o perceberíamos ao olhar para ele ou para as suas especificações técnicas. Na verdade, o preço parece impossível para este hardware.

No centro da excitação está uma decisão inteligente da HMD Global. O mercado abaixo dos $200 está dominado por chips antiquados e pela família Snapdragon 400. A HMD optou antes pelo chip mais moderno do seu segmento, o MediaTek Helio P60. Um chip novo (afinal tem dois meses de mercado), o Helio P60 tem sido um sucesso para a MediaTek e é fácil de ver porquê: com uma arquitectura clássica octa-core de quatro núcleos Cortex A53 e quatro Cortex A73, o Helio P60 é fabricado numa litografia de 12nm que promete excelente eficiência energética. Em termos de performance, os poucos benchmarks apontam para prestações em bruto, comparáveis ao Snapdragon 660 que podemos encontrar em smartphones que custam tipicamente €300-€400.

A modernidade do P60 não acaba aí e o chip inclui refinamentos importantes no tratamento de imagem, incluindo vídeo HDR em tempo real que nos permite visualizar imagens em alta gama dinâmica antes de decidirmos capturar a cena. Outras melhorias de destaque incluem redução de ruído multiframe, reconhecimento facial e anti-blooming que impede que a carga eléctrica em cada pixel da câmara exceda o seu limite, contaminando pixéis adjacentes e criando as chamadas zonas “queimadas”. Portanto, um conjunto de especificações inauditas neste segmento de mercado, com poucas limitações ao nível de um modem LTE com apenas Cat. 7 e uma gráfica que ainda precisa dar provas.

Com o Nokia X5, a HMD propõe-nos por isso a eficiência energética e o preço de concorrentes equipados com processadores verificavelmente inferiores ou, por outro lado, as prestações e funcionalidades de concorrentes bem mais caros.

Ao mesmo tempo, é inegável que o Nokia X5 é um dispositivo bonito e bem desenhado, apesar do seu design ser algo derivativo e não tão identitário quanto os Nokia Android da primeira geração da era HMD: o painel traseiro é de vidro, o material do momento, embora a moldura seja de policarbonatos, um compromisso compreensível neste preço. À frente, o Nokia X5 apresenta um amplo notch que aloja a câmara frontal de 8MP que tira todo o proveito do Heliop P60 com efeito bokeh sintético, embelezamento, stickers e obviamente o #Bothie. O ecrã propriamente dito é uma unidade de 5.86 polegadas com resolução HD+ 19:9, resultando em 720 x 1520 pixéis. As câmaras principais, essas, são uma parelha de 13MP+5MP com medição de profundidade de campo.

As opções de armazenamento serão de 32 ou 64GB e a RAM será de 3 ou 4GB, valores muito interessantes, e a bateria oferece 3060mAh com carregamento rápido.

A cereja no topo do bolo? O Nokia X5 chega com Android 8.1 puro, com a promessa de actualizações mensais de segurança e a transição para o Android P. Se há algo que sabemos é que a HMD cumpre estas promessas, mesmo nos chips MediaTek que são tradicionalmente conotados actualizações difíceis.

Segundo os rumores disponíveis, o Nokia X5 poderá ser lançado no mercado internacional como Nokia 5.1 Plus. Esta possibilidade está ainda longe de confirmação, mas não tenho dúvidas de que o Nokia seria um game changer.

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