Dia 07 de Dezembro acontecerá o que muitos aguardavam ansiosamente, e outros certamente temem: a Xiaomi entrará oficialmente em Espanha!

Com isso, a Xiaomi põe enfim os pés na Europa Ocidental depois de marcar presença apenas na Grécia e países de Leste e transforma-se de uma empresa de aficionados para uma empresa mainstream. Mas muito mais mudará, e os preços também.

O anúncio da chegada a 07 de Novembro foi feito pelo próprio Wang Xiang no Twitter:

É o toque de corrida para o que pode ser uma revolução profunda no panorama tecnológico e nem todos vão beneficiar.

Não esperem preços milagrosos

A Xiaomi tem feito o seu negócio à base de uma relação custo/benefício imbatível. Equipamentos de especificações superiores a preços de gama baixa têm sido a sua marca, mas isso vai mudar.

Ao entrar em Espanha, a Xiaomi como um todo terá que pagar impostos sobre as importações, sustentar centros de reparação, equipas de vendas, de apoio e outras, e garantir os dispositivos durante dois anos em concordância com as regras europeias.

Haverá igualmente custos legais relacionados com patentes, licenças de operação, certificação, etc.

Finalmente, caso existam lojas físicas, as suas despesas também terão de ser contabilizadas.

Tudo isto significará custos extras que a marca não possui de momento, e levará ao aumento dos preços praticados. Com certeza continuarão a ser bons ou excelentes, mas não terão comparação com os possíveis via Gearbest e outros.

As lojas não oficiais vão sofrer

Poderão não ter consciência disso, mas a Xiaomi neste momento não assume a garantia de qualquer equipamento comprado via lojas não oficiais, e continuará a não o fazer.

Quando a Xiaomi se estabelecer em Espanha ou Portugal terá distribuidores oficiais e canais próprios. As restantes lojas cairão no chamado mercado cinzento e é duvidoso que a Xiaomi arque com os custos de garantia de produtos que oficialmente não vendeu.

A mudança pode ser mais profunda. Poderá a Xiaomi querer controlar as vendas não oficiais? Certamente qualquer loja que use como seu o nome da Xiaomi terá problemas a sério

Seja como for, as lojas não oficiais que têm sido a nossa porta de acesso a estes dispositivos serão menos competitivas e terão de procurar novos investimentos. Haverá talvez uma oportunidade para outras marcas chegarem ao mercado Europeu.

Já as lojas online Chinesas perdem o acesso a milhões de clientes potenciais. Poderão praticar ainda preços mais baratos, mas sempre com o risco de tarifas de importação e Falta de garantia. Será extremamente difícil que a Xiaomi ofereça cobertura de garantia em dispositivos comprados por esta via. Genuinamente não é obrigada por lei a fazê-lo.

Melhor serviço para todos

E precisamente porque haverá grandes mudanças para a cobertura das garantias e certificações, os utilizadores poderão pagar algo mais, mas terão a segurança de saber que estão protegidos legalmente contra avarias e defeitos.

Acabam-se as shop ROMs e será de esperar que a Xiaomi controle mais estritamente a qualidade da sua MIUI. Acabam-se por isso os enganos que podem ocorrer com a compra online, quando recebemos um dispositivo com uma ROM que não esperávamos ou confundimos a versão e não temos todas as bandas rádio. A Xiaomi apostará mais seriamente neste campo para garantir que os seus dispositivos funcionam sem problemas em qualquer rede Europeia.

Entram as operadoras

Com o possível aumento de preços, é certo que ficaremos com menos bagatelas, mas quase de certeza que a Xiaomi entrará em terreno com planos de operadoras que permitirão obter equipamentos com descontos de fidelização.

O apoio das operadoras será sem dúvida um ponto fundamental para a consolidação da Xiaomi como empresa de confiança e perfeitamente instalada.

A concorrência tem que estar assustada

A entrada da Xiaomi no mercado Espanhol e, certamente, no mercado Europeu, reformulará amplamente o tecido comercial.

A entrada em força da Nokia já foi suficientemente disruptiva, e agora temos a Xiaomi. Trata-se de um dos maiores fabricantes Chineses e o mais conhecido no Ocidente a par da Huawei ou OnePlus.

A sua fama é tão forte que ameaçará directamente marcas mais pequenas, como a BQ ou a Wiko, caso se expanda para aí. Ou a LAIQ, caso penda para Portugal.

Mas a ameaça será igualmente potente para Apple, Samsung ou Huawei, mesmo para LG ou Sony. A Huawei, por exemplo, soube exemplarmente impor-se no mercado ocidental, mas em parte porque nunca foi ameaçada seriamente por outros concorrentes Chineses como o é na China.

O potencial pode estar lá para pequenas empresas ameaçadas, mas também para novas apostas em diversidade e ideias.

Agora a palavra passa para o vosso lado: o que pensam da chegada da Xiaomi a Espanha?

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