O BMW i8 é um super desportivo muito diferente do que estamos habituados. Pertencente à linha i da BMW, este super-desportivo mantém a regra da família i, ou seja, um veículo com muitas preocupações ambientais. Mas será possível um carro amigo do ambiente ser também um super-desportivo? Sim, é possível, mas para acreditarmos nisso tivemos que pegar mesmo no carro e passar um fim de semana com ele. Só posso dizer que este foi um fim de semana muito bem passado.
Quando uma marca lança um novo modelo para o mercado, frequentemente ouvimos/lemos afirmações como “reinventamos o automóvel”. Da parte da BMW, com este i8, não ouvimos nada disso, mas a verdade é que com este modelo a BMW acabou por ser a marca que mais próximo esteve disso. Dois motores, tracção integral, dianteira ou traseira, carroçaria feita de plástico e fibra de carbono … mas isto não é tudo. Há muito mais para ver e descobrir.
As primeiras impressões do BMW i8
O i8 é daqueles carros que nos deixa com vontade de o conhecer mais e melhor. Assim que o vemos parado, o que importa é ter a chave o mais depressa possível para começar a acumular quilómetros por essas estradas fora.
Sendo da mesma família que o BMW i3, também este modelo conta com um design bastante arrojado. Olhando para o i8, este parece saído de um filme futurista, ou então parece apenas um carro protótipo que ainda será ajustado antes de começar a ser comercializado. Felizmente, este é um modelo bem real e já a circular nas estradas portuguesas.
Apesar do aspecto futurista, tal como aconteceu com o i3 que tivemos oportunidade de testar anteriormente, também o BMW i8 tem linhas características da BMW, como por exemplo a grelha frontal dividida. Não esquecendo que este é um carro híbrido, nesta grelha há algumas diferenças que devem ser assinaladas e que são curiosas. Ao contrário dos carros normais com motores de combustão, o BMW i8 não conta com essa grelha toda aberta, mas também não conta com ela totalmente fechada como acontece com o i3. Na parte de baixo, a grelha abre e fecha consoante a necessidade de fornecer mais ou menos ar ao motor. Assim, quando é necessária uma maior ventilação, a grelha abre-se deixando passar o ar necessário.
Abaixo dos faróis laser que equipam este modelo, encontram-se dois rasgos bem vincados que servem de entradas de ar, ar esse que depois é enviado para o motor a gasolina que se encontra colocado atrás, entre o banco do passageiro e o eixo traseiro.
Mas se a frente já é muito interessante, a parte traseira e as laterais são ainda mais espectaculares. Para mim, o elemento chave no design está mesmo nas duas linhas perfeitas, que começam à frente, junto da roda dianteira. Uma que acompanha a porta pelo lado de cima, enquanto a outra segue pela parte de baixo, acabando por convergir as duas na traseira, deixando um grande túnel que contribui para uma maior aerodinâmica. Mas acima de tudo, estas duas linhas contribuem para um dramatismo visual magnífico.
No entanto, é muito difícil de descrever em palavras o excelente design do BWM i8, pelo que o melhor é mesmo ficar-se pelas imagens que deixamos abaixo.
BMW i8 – Atrevido e conservador
No interior, o BMW i8 é um carro conservador. Para quem conhece os carros da marca germânica, decerto que sabe do que vou falar a seguir. O interior não está mal feito, nem tem um design enfadonho. No entanto, é mais do mesmo no que se pode ver nos BMW de hoje em dia. Seria de esperar que num carro destes, a BWM conseguisse fazer algo de diferente, e a verdade é que isso não aconteceu. A grande diferença para os outros BMW topo de gama, é o reduzido espaço atrás, onde mal cabe uma pessoa que tenha pernas (até mesmo para crianças é complicado).
Mas de conservador, só mesmo o interior. No exterior, devido ao design espectacular, toda a gente fica de olhos postos e sentimo-nos como se fossemos uma estrela de Hollywood a passar por Lisboa, ou talvez o melhor jogador de futebol de sempre, tal e qual um Cristiano Ronaldo. Passar pelo meio da Ericeira foi extremamente complicado devido ao número de pessoas que paravam em frente do carro para tirar fotografias. E sim, este carro consegue destacar-se com muito mais facilidade que um qualquer outro carro desportivo quando circula pelas estradas.
Apesar de pertencer à linha i da BMW, o i8 não é um carro totalmente eléctrico. Na verdade é um híbrido plug-in, o que significa que podemos ligá-lo à corrente para o carregar. Quando as baterias estão totalmente carregadas, o motor eléctrico permite-nos fazer cerca de 35km, sempre com tração dianteira e uma “caixa” de duas velocidades (para a frente e para trás). Tudo isto no maior dos silêncios.
Quando nos fartamos do motor eléctrico e activamos o modo “Sport”, ou quando acabam as baterias, a magia acontece. Nesta altura, começamos a sentir e ouvir o motor de 1,5 litros com 3 cilindros e … 231cv. O som que provém deste motor em funcionamento é assombroso, sendo que a pergunta que se coloca é a seguinte: como é que um motor tão pequeno consegue soar como se fosse enorme V8? Nesta altura, o BMW i8 passou a ter tração traseira.
Mas o lado atrevido do BMW i8 não se fica por aqui. Com “Launch Control” activo, pisamos o pedal do acelerador e voltamos a ter magia … bom mais magia ainda. Soma-se a potência dos dois motores, o eléctrico (131cv) e o motor a gasolina(231cv), e ficamos com 362cv de potência. Colados ao banco, vamos dos 0 aos 100km/h em 4,4 segundos, segundo o que diz a BMW. Mas se vamos discutir o pormenor, fique a saber que há quem tenha conseguido fazer 4,2 segundos na apresentação do carro em Los Angeles.
Conduzir este i8 é bastante prazeroso, não só pela potência mas também pela direcção bastante rápida e precisa, acompanhada por uma caixa automática de 6 velocidades, também ela bastante precisa. O sistema de travagem não é nada demais, sendo composto por simples discos perfurados nos dois eixos, abdicando dos típicos discos de cerâmica que muitas vezes aparecem em carros super desportivos. Mas está enganado quem pensa que a capacidade de travagem fica comprometida, já que graças à travagem regenerativa do motor eléctrico, o i8 tem uma capacidade de travagem bastante boa e, acima de tudo, capaz de triplicar a vida útil das pastilhas.
Ao contrário do que esperava, o BMW i8 não apresenta uma suspensão muito dura, sendo que se tolera facilmente os buracos das estradas (não os que se encontram actualmente na cidade de Lisboa).
No final …
Só é pena o valor extremamente alto do carro, que poderá ser comprado por um valor base de 142.900€. Mas se tiver esse dinheiro e gostar de conduzir, garanto-lhe que voltará a sentir-se como uma criança quando lhe dão um brinquedo novo para as mãos, com muito divertimento garantido.
Mas para comprar o BMW i8, há uma pequena nota que tem que ter em conta. Não espere andar a fazer viagens com o carro, se precisar de levar bagagem. É que a mala apenas tem 154 litros (atrás, debaixo do vidro traseiro), sendo indicada para colocar apenas uma pequena mochila com o seu computador por exemplo.
Mas também terá que se preparar para ter os holofotes apontados a si. Tal como disse anteriormente, o design do i8 não passa despercebido e, tenho quase a certeza absoluta que consegue ter mais atenção ao circular com o BMW i8 nas estradas, do que ao passear de mão dada com a Sara Sampaio toda nua pela cidade de Lisboa. Posto isto só me resta dizer uma coisa: os Alemães sabem realmente fazer carros interessantes.
[…] Ensaio ao BMW i8 – um super desportivo ecológico […]
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