Desde a sua fundação que a Google tem uma relação estreita com académicos e instituições de investigação de um modo geral, financiando inúmeros estudos e pesquisas. A Google não está sozinha nesta postura, mas uma investigação revelada pelo The Wall Street Journal deixa preocupantes indícios de que a empresa terá pago para influenciar mesmo os resultados dos estudos.
Em alguns casos, a Google beneficiou mesmo dos estudos que financiou. Num caso específico que remonta a 2012, a Google foi ilibada pela FCT de práticas anti-concorrência com base num estudo que a própria Google financiou, não sendo para já claro se a agência reguladora Americana estaria na altura ciente de que o estudo havia sido financiado pela própria Google. De facto, o The Wall Street Journal indica que em alguns estudos o apoio da Google ultrapassou os $400.000 Dólares, sendo que muitos dos estudos financiados não revelaram a relação com a Google no momento de publicação.
Os académicos envolvidos possuem relações com universidades tão conceituadas quanto Berkeley e Harvard, e mesmo que os contactados pelo jornal Norte-Americano tenham negado qualquer condição para o financiamento por parte do gigante de Mountain View, as actividades de financiamento da Google estão agora sob escrutínio, configurando uma prática de lobbying da qual terá obtido ganhos inúmeras vezes ao recorrer a estas investigações para enquadrar as suas práticas.
Em resposta, a Google declara que a agência responsável pelas revelações, a Campaign for Accountability tem uma agenda claramente anti-Google e não possui clareza na sua acção, já que se recusa a nomear os fundadores, dos quais só a Oracle é conhecida. A Google, especificamente, não nega o lobbying, mas esforça-se por deferir as acusações, colocando em causa os acusadores. Não será o método de defesa mais útil.
No entanto, estará a Google sozinha neste tipo de acção e haverá aqui realmente uma tentativa de manipular os dados académicos?
