Há ainda no mundo um grupo de utilizadores para quem as ondas sonoras são da máxima importância e, num mundo em que cada vez mais pessoas têm um smartphone com o qual ouvem horas e horas de música nos momentos de lazer ou trabalho, não deveria dizer-vos que a qualidade do áudio é não só melhor para o espírito, mas também para a saúde dos ouvidos sujeitos a fadiga e deterioração. No entanto, quando compramos um smartphone, nem sempre nos damos conta de quanta diferença podem as especificações áudio fazer nos nossos ouvidos ou na nossa qualidade de vida. O LG G7 ThinQ é um desses smartphones onde o áudio foi extremamente bem trabalhado e cujo resultado final pode ser prontamente ouvido com um bom par de auscultadores. Mas o áudio base pode ser ainda mais melhorado, graças a algumas implementações de que a LG não se esqueceu.

 

Qualidade de som global

O LG G7 ThinQ tem um áudio verdadeiramente excepcional. Anteriormente louvei sem reservas o que o Samsung Galaxy S9 oferece, mas embora o LG não ofereça alguns dos detalhes do Galaxy, por exemplo quanto à afinação do áudio conforme as especificidades da audição de cada um, o Quad DAC é impressionante em termos de eficiência pura.

O volume debitado é impressionante com os auscultadores certos e o áudio suficientemente espacial e detalhado para entrarmos em ressaca quando temos que mudar para outros dispositivos. Isto é válido para música pura, mas também para multimédia em geral, porque o Quad DAC dá outra intensidade a uma série ou filme. Com este hardware ligado, o LG G7 não tem rivais no mundo mobile.

Um ponto interessante no LG G7 ThinQ é a aposta numa câmara de ressonância para amplificar o som. Embora o altifalante seja mono, quando o LG G7 está sobre uma superfície, utiliza o espaço de ressonância interno para emitir vibrações contra a superfície, efectivamente ampliando muito claramente o som, e gerando uma espécie de estéreo. Se em detalhe perdemos algo face a equipamentos como os Sony Xperia XZ3, Samsung Galaxy S9 ou Huawei Mate 20 Pro, em volumetria e densidade, o LG G7 compara-se favoravelmente.

No entanto, nenhum purista se deixaria apanhar a usufruir da sua música em alta-voz, por isso vamos concentrar-nos em como melhorar o áudio nos auscultadores.

 

Melhorar a sério o áudio no LG G7 ThinQ

Ligue o Hi-Fi Quad DAC para auscultadores analógicos

O hardware mais característico do LG G7 ThinQ é mesmo o seu Quad DAC integrado. Via jack áudio ou Bluetooth, este último com AptX:HD, o áudio apresenta desde logo boa qualidade, mas quando ligamos o DAC sentiremos um boost impressionante no volume via jack. A música e os vídeos soam muito mais altos, com mais densidade sonora, sem termos de puxar pelo volume propriamente e – se tivermos ouvidos para isso – o som soa com muito melhor qualidade, graças a maior nitidez nos instrumentos e claramente menos ruído de fundo.

O que o Quad DAC faz é converter o áudio digital em impulsos eléctricos que geram o som nos auscultadores, e a existência do quad-DAC significa que poderemos utilizar com efeito notável auscultadores de alta impedância, que utilizam bobines com fios mais finos e oferecem por isso melhor qualidade de som, com menor ruído. É precisamente o que a LG promete com este Quad DAC, desde que tenhamos dispositivos com alta impedância (acima de 50 Ohms). Caso contrário, o G7 não activa o modo de alta impedância e o volume não ganha realmente muito.

Isto deve indicar-nos porque é que o Quad-DAC está desligado por defeito quando é tão impressionante: o consumo energético. O DAC irá inevitavelmente ter algum impacto no consumo energético, portanto aconselho a que tenham atenção a este detalhe.

O quad-DAC pode ser ligado através das configurações rápidas no ecrã principal, na app de música, ou a partir das definições de áudio.

 

Aposte no DTS:X 3D

O codec DTS:X pode não ser tão familiar quanto o Dolby Atmos, mas ambos fazem fundamentalmente a mesma coisa, criando som surround. Embora o objectivo do DTS:X 3D seja criar áudio 3D via tagging da posição de determinados objectos, o software inclui os típicos pós-processamentos digitais de ficheiros áudio com o intuito de criar um som mais espacial.

O efeito deste codec pode ser facilmente ouvido via Bluetooth ou com auscultadores analógicos, e resulta num notório aumento do soundstage ou palco sonoro da música. Ou seja, pensemos numa banda a gravar uma música numa sala apertada versus uma banda num palco maior com microfones a diferentes distâncias. Num caso tudo soa basicamente como se estivesse sobreposto, no outro conseguimos ter uma maior noção das posições relativas de cada instrumentos. É óbvio desta explicação simplista que num momento podemos ouvir um instrumento predominante, no outro estaremos a ouvir uma maior nivelação de todos os instrumentos.

Efectivamente, com o DTS:X 3D ligado, instrumentos como a bateria ganham uma vida nova, com tarola e tom-tom mais equilibrados, por exemplo. Claro que tudo depende de qual a representação do áudio que preferimos.

 

Experimente o Filtro Digital e Equalizador

Duas outras características áudio do LG G7 ThinQ são bem-vindas, embora a sua utilidade possa ser mais relativa. Falo dos filtros digitais e do equalizador.

O LG G7 ThinQ oferece 3 filtros digitais cuja função é reconstruir os ficheiros de áudio, eliminado artefactos sonoros, e aqui – mais uma vez – depende tudo do ouvido de cada um, já que existem os que notam diferenças entre cada filtro e os que não as notam. Embora por defeito esteja ligado o filtro Short, o filtro Slow pareceu-me gerar um som mais morno e agradável.

Já o equalizador é sempre algo que prefiro ter num smartphone e não utilizar, do que querer e não ter. É simplesmente útil para ajustar determinado áudio a uma postura mais afim das minhas preferências pessoais quando a coice dos baixos, por exemplo.

 

Escolha os auscultadores certos

Se optarem por comprar um LG G7, então têm forçosamente que comprar auscultadores com alguma qualidade. Os que o LG coloca na caixa são razoáveis, mas não são premium. Porquanto ligar o DAC e o DTS farão alguma diferença, não fazem diferença que justifique ligá-os: o som é diferente, quiçá melhor, mas por pouco.

É muito diferente quando ligo os meus Marshall Major II, os Sony MDR-1000X ou mesmo os LG Tone Active+ que me habituei a utilizar no trabalho por serem verdadeiramente discretos. Obviamente, se queremos tirar o máximo proveito da potência extra do Quad DAC, temos que utilizar auscultadores com fio como os Major, pois o DAC é uma questão pura de emissão de sinais eléctricos que não são transmitidos via wireless.

Seja como for, qualquer um destes auscultadores beneficia notoriamente das implementações de áudio do LG G7, os Sony em particular, não sendo acidental que sejam igualmente os mais caros do lote e a lição aqui é que o LG G7 exige bons auscultadores.

 

Conclusão

Para os verdadeiros amantes de áudio mobile, o LG G7 ThinQ pode bem ser a melhor aposta no mercado. Embora tenha concorrentes importantes num mercado cada vez mais difícil, o G7 mobiliza hardware de elevada capacidade e bons algoritmos para conseguirmos tirar o máximo proveito da nossa música, desde que os auscultadores sejam de qualidade e os ficheiros áudio também.

Poucos smartphones neste momento oferecem áudio tão detalhado e potente quanto o LG G7 ThinQ neste momento, por isso se querem levar a sério o áudio, querem levar a sério o G7.

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