O porta-aviões HMS Queen Elizabeth fez-se ao mar pela primeira vez no passado dia 26 de Junho. O navio operará alguns dos mais modernos sistemas de armamento do mundo, algumas das aeronaves mais mortíferas, e tudo com Windows XP.

Se o sistema operativo agora obsoleto é considerado pesado, maior é mesmo o HMS Queen Elizabeth que, com 65000 toneladas de deslocamento, é o maior navio de guerra algum dia construído no Reino Unido. Para se mover, o navio conta com duas turbinas a gás de 48000 cavalos, além de dois geradores diesel se 15000 cavalos e outros dois de 12000 cavalos

A partir do seu convés operarão helicópteros e caças de 5ª geração, como o os Lockheed Martin F-35B Lightning, além de outras aeronaves em desenvolvimento, num total que poderá atingir 50 embarcadas em qualquer momento.

Uma embarcação moderna, o HMS Queen Elizabeth conta com milhares de quilómetros de fibra óptica, sistemas de armamento defensivo e complexos sistemas de gestão das operações aéreas, mas no coração de todas as operações está o Windows XP.

Crédito: Royal Navy

O sistema operativo remonta a 2001 e já não é comercializado desde 2008, com a Microsoft a realçar que não é hoje um software suficientemente robusto em termos de segurança, tendo encerrado o suporte em 2014.

A construção do HMS Queen Elizabeth começou em 2008, precisamente o ano em que o XP saiu do mercado, mas muitos sistemas já estariam em desenvolvimento há algum tempo e outros poderão ter sido adaptados a partir dos já existentes noutras embarcações. Com o fim do suporte por parte da Microsoft, a Royal Navy depende de soluções próprias para manter o software do Queen Elizabeth seguro.

A actualização para um novo sistema operativo não é para já provável, já que a complexidade dos sistemas e o tempo que demoram a ser desenvolvidos significa que todo o processo seria custoso e demorado, podendo significar a inutilização por longos períodos do que será o mais importante navio de guerra na Europa, com bugs e problemas de integração.

O mais moderno navio de combate da Europa continuará por isso a singrar os oceanos com um software mais antigo que a sua quilha. Mas não será caso único, já que também o seu gémeo HMS Prince of Wales terá o Windows XP a bordo.

O Ministério da Defesa Britânico clarificou no entanto que a data de operacionalidade final do Queen Elizabeth é em 2020, data em que os sistemas já não serão Windows XP. Quiçá Windows Vista?

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