Já ouvíamos falar do Nokia 9 PureView há dois anos, ou quase, e este smartphone é finalmente oficial como o primeiro no mundo com penta-câmaras. São cinco câmaras, um recorde que tão cedo não será batido, mas por dentro o Nokia sofre de um hardware desfasado, em virtude dos inúmeros atrasos que impediram o seu lançamento em 2018.

Restam poucas dúvidas de que, com as especificações reveladas, o Nokia 9 PureView seria um sério candidato a melhor smartphone do ano passado, sendo ainda agora um equipamento muito respeitável. Por dentro encontramos o Snapdragon 845, em vez do mais recente 855 com 6GB de RAM e 128GB de armazenamento interno expansível.

A construção é em vidro e alumínio, com certificação IP67, o que é sempre louvável, e o ecrã parece claramente de qualidade superior, uma unidade POLED de 6.39 polegadas 2880×1440 18:9 com HDR10. O leitor biométrico encontra-se no próprio ecrã e isso é um ponto de modernidade a ter em consideração. Finalmente, temos uma bateria de 3320mAh com Quick Charge 3, ou carregamento wireless de 10W e a HMD anunciou mesmo um carregador wireless.

Mas a razão de ser do Nokia 9 PureView é a presença de cinco câmaras, para o que deveria ser uma polivalência sem precedentes. Na verdade existe mesmo uma sexta câmara ToF para medir a distância, mas vamos concentrar-nos nas restantes cinco câmaras.

Se bem pensava que teríamos zoom óptico, ultragrande angulares e câmaras monocromáticas, muito me surpreendi. Afinal o Nokia chega com duas câmaras RGB e três monocromáticas, todas de 12MP e abertura f/1.8. Portanto, todas as câmaras fazem exactamente o mesmo e o objectivo aqui é combinar imagens de todas as câmaras em uma única imagem de gama dinâmica sem precedentes para uma câmara mobile. Com a participação das câmaras e da câmara ToF, o Nokia 9 PureView é capaz de detectar 1200 camadas de profundidade, criando bokeh mais realista com a distância e também aqui podendo ser incomparável. No fundo, é como ter uma câmara com lente de distância focal fixa.

Porque os detalhes importam, o Nokia 9 PureView consegue perceber quando está num tripé. É fundamental que o faça porque por vezes os smartphones não o reconhecem e a estabilização electrónica de imagem gera desfocado por movimento.

Trata-se então de um cavalo com poucos truques, mas que grandes truques são se a absoluta qualidade fotográfica for o nosso objectivo. A HMD Global certificou-se mesmo que as imagens RAW podem ser editadas pelo Adobe Lighroom e que o Google Photos as pode exibir e alterar o ponto focal.

O Nokia 9 PureView está destinado a ser um produto de nicho com uma tiragem limitada. Sim, quando a produção chegar ao fim, não há mais, e parece que de um equipamento promissor, o Nokia se tornou um terminal lançado apenas porque o trabalho já estava feito e o investimento terá de ser recuperado.

Mas sou franco se digo que prefiro uma boa câmara principal que várias zoom e ultragrande angulares de utilidade dúbia. Poderá o Nokia 9 PureView substituir a câmara de muitos de nós?

Com todas as suas virtudes, o Nokia 9 PureView terá um preço impressionante de €620, facilmente competitivo! Contudo, também aqui as suas chances são duvidosas face à armada Chinesa de última geração com preços idênticos. Como potencial expoente máximo da fotografia móvel, o Nokia 9 PureView bem merecia mais.

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