A semana passada viu finalmente a oficialização do muito aguardado Xiaomi Mi A3, mas ao invés de cumprir muitas das expectativas lançadas pelos rumores, o Mi A3 revelou-se apenas a versão internacional do Xiaomi Mi CC9E, incluindo o ecrã HD+. As discussões em torno do dispositivo rapidamente esqueceram as suas virtudes e concentraram-se neste detalhe, alimentadas por opiniões e dúvidas da comunidade entusiasta online.

A opinião previamente é que este ecrã é um erro incompreensível em 2019, mas a minha opinião vai no sentido contrário: o ecrã HD+ não só é um bom compromisso face a todas as características interessantes que o Xiaomi Mi A3 coloca no mercado, como tem as suas próprias vantagens.

Ecrãs HD ou FHD: a minha experiência

O ecrã do Xiaomi Mi A3 apresenta uma diagonal de 6.01 polegadas, um tamanho certamente generoso que eu colocaria rapidamente a exibir e-books. É aqui que a coisa se torna interessante.

Com cuidado, conseguimos distinguir alguns pixéis se olharmos para conteúdos de elevada resolução. Fotografias, por exemplo, são favorecidas pela maior resolução disponível, mas na esmagadora maioria das situações é quase ou totalmente impossível distinguirmos os pixéis numa distância normal de visualização, pelo menos em ecrãs destas dimensões.

Um compromisso mais do que aceitável

Não é expectável termos tudo por um valor de €250, e smartphones deste preço exigem compromissos. Uns são mais aceitáveis do que outros, e o ecrã HD é talvez o menos horrível que a Xiaomi poderia fazer.

Vejo utilizadores a dizer que este equipamento é um retrocesso, face ao Xiaomi Mi A2 de 2018, equipamento lançado sem NFC ou jack de áudio, ambos presentes no Xiaomi Mi A3 e ambos extremamente importantes para mim.

A Xiaomi escolheu igualmente um chip mais recente, na forma do Snapdragon 665, que na verdade parece ter um posicionamento inferior ao do 660. Mais útil teria sido um Snapdragon 670, ou mesmo um 710, e não posso contestar isso, mas o 665 recebeu diversas melhorias a nível de tratamento de imagem e é mais moderno que o 660, quanto a consumos energéticos.

O público também tem sido peremptório ao querer ecrãs AMOLED e leitores biométricos sob o ecrã. São detalhes que não me importam particularmente, mas são populares. Foi precisamente o que a Xiaomi ofereceu: um ecrã Super AMOLED com leitor biométrico. Em troca, um AMOLED continua a ser mais caro que um LCD, e um leitor no ecrã mais caro que um normal na face traseira.

O Xiaomi Mi A3 também inclui uma câmara extra, aumenta significativamente a resolução da câmara principal para 48MP e da câmara selfie para 32MP, e ainda passa a bateria para excelentes 4000mAh. Ah, e inclui rádio FM.

Portanto, em praticamente todos os aspectos, o Xiaomi Mi A3 oferece mais hardware, mais funcionalidades, e certamente melhor design. Para manter o preço dentro do mesmo valor, em algum lado teria que ceder, e cedeu no ecrã.

O ecrã HD tem vantagens claras

Tem desvantagens, claro. Mas a menor resolução tem também enormes vantagens para quem precisar delas.

Desde logo, quanto maior a resolução, maior o consumo energético para conseguir o mesmo nível de luminosidade. Complementarmente, quanto maior a resolução, mais esforço de processamento é necessário para correr animações.

Então a resolução HD+ pode garantir ao Mi A3 uma performance mais folgada com um processador equivalente, ao mesmo tempo que ganha significativamente mais autonomia.

No fundo, é perfeitamente legítimo pensarmos que o Mi A2 é um smartphone melhor, mas não mais do que pensarmos o oposto, considerando o que o Mi A3 coloca em cima da mesa e o Mi A2 não.

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