Apesar da tecnologia 5G ser actualmente dos ruídos mais altos na imprensa de tecnologia, não parece viável que assistamos a smartphones realmente 5G antes do final de 2019, eventualmente só em 2020, e ainda assim com inúmeras limitações relativas a autonomia, disponibilidade do serviço e design em geral. No seguimento do nosso artigo relativamente à chegada dos smartphones 5G, é o Coreano Digitimes quem pinta um quadro bem menos optimista da disseminação dos equipamentos 5G ao longo dos próximos 2 anos.

Smartphones 5G: quando chegam, quando vale a pena comprar

Segundo a publicação, a indústria espera um milhão de dispositivos vendidos em 2019, um valor absolutamente marginal dentro do panorama mobile. A situação irá melhorar bastante em 2022, mas se as projecções estiverem correctas, os dispositivos 5G continuarão a representar apenas 18% de todas as vendas.

As motivações por trás destas vendas pouco expressivas são inúmeras, mas os fabricantes encontram-se principalmente com dificuldades no fabrico das antenas e chips, enquanto parece existir igualmente um jogo de espera entre as marcas e as operadoras: uns não querem avançar com smartphones 5G que acabam por não vender por falta de produtos nas operadoras, enquanto estas não querem avançar com a estrutura 5G sem garantias de que existirá um número suficiente de equipamentos para a rentabilizar.

Este jogo do empata explica porque é que será praticamente impossível a Huawei lançar um P30 com 5G ou a Samsung com o Galaxy S10. O sucesso destes smartphones é medido em termos das dezenas de milhões de unidades que vendem e nenhuma das marcas quererá arriscar equipá-los com um argumento tecnológico que aumente o preço sem custo-benefício para os utilizadores.

Faz por isso sentido que os primeiros smartphones 5G sejam oficializados só na segunda metade do próximo ano, e sejam equipamentos especializados, como o Galaxy X dobrável de que tanto se fala. Também a Huawei estará a trabalhar no seu smartphone dobrável, aparentemente apontando para somente algumas dezenas de milhar de utilizadores pioneiros.

A estética será o maior obstáculo da tecnologia 5G

Já verificamos que a utilização da rede 5G irá impor aos smartphones um grande peso em termos de carga no processador e consumo excessivo da bateria. A rede milimétrica a que a tecnologia 5G recorre é particularmente vulnerável a obstáculos como paredes de um edifício e requer por isso mais hardware para formação do feixe de dados, com um mínimo de 4 antenas, indo até 8 antenas por equipamento para uma utilização mais estável.

Os smartphones 5G, com a tecnologia actual, serão mais volumosos, e potencialmente mais desajeitados, fazendo-nos recuar no caminho de equipamentos compactos que temos seguido ao longo dos últimos anos. Aqui invocamos o Motorola Z3 que se transforma num equipamento grande e pesado quando lhe é acoplado o módulo 5G, sendo mais do que expectável que todos os smartphones 5G tenham de fazer tais compromissos, tendo em conta a actual tecnologia de baterias e fabrico de componentes.

Em resultado destas questões, muitos utilizadores não considerarão a tecnologia 5G suficientemente interessante para justificar a utilização de equipamentos pesados e pouco ergonómicos. Os smartphones terão que amadurecer ao longo dos próximos anos para poderem voltar a possuir padrões estéticos que o público aceite.

 

 

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