As coisas não estão fáceis para os lados da Tesla. Depois de na segunda feira passada ter sido confirmado pelo próprio Elon Musk que uma das linhas de produção da marca tinha sido sabotada, hoje ficou-se a saber que a Tesla entrou com uma acção em tribunal contra Martin Tripp, engenheiro de processos da Gigafactory.

A acusação é bastante grave, dado que incide sobre o facto de este engenheiro ter produzido um software que permitiu roubar gigabytes de dados proprietários e entregá-los a outras entidades. Para além disso, a Tesla acusa este engenheiro de fazer declarações falsas para os meios de comunicação.

1. This suit arises from the misconduct of Martin Tripp (“Tripp”), a former employee of Tesla, Inc. (“Tesla”) who unlawfully hacked the company’s confidential and trade secret information and transferred that information to third parties.

2. Tesla has only begun to understand the full scope of Tripp’s illegal activity, but he has thus far admitted to writing software that hacked Tesla’s manufacturing operating system(“MOS”) and to transferring several gigabytes of Tesla data to outside entities. This includes dozens of confidential photographs and a video of Tesla’s manufacturing systems.

3. Beyond the misconduct to which Tripp admitted, he also wrote computer code to periodically export Tesla’s data off its network and into the hands of third parties. His hacking software was operating on three separate computer systems of other individuals at Tesla so that the data would be exported even after he left the company and so that those individuals would be falsely implicated as guilty parties.

4. Tripp also made false claims to the media about the information he stole. For example, Tripp claimed that punctured battery cells had been used in certain Model 3 vehicles even though no punctured cells were ever used in vehicles, batteries or otherwise. Tripp also vastly exaggerated the true amount and value of “scrap” material that Tesla generated during the manufacturing process, and falsely claimed that Tesla was delayed in bringing new manufacturing equipment online.

Esta situação é bastante delicada para a Tesla, que se vê a braços com mais uma fuga de informação bastante relevante. Mas se inicialmente se podia conspirar acerca dos interesses da industria petrolífera que se vê cada vez mais ameaçada pela Tesla (e outras marcas com carros eléctricos), a verdade é que este segundo caso parece afastar um pouco essas ideias.

É o segundo funcionário interno da própria marca, e mais uma vez parece ser mais um trabalhador insatisfeito, o que levanta outras questões relevantes acerca do bom ambiente de trabalho dentro da empresa.

Estas fugas de informação são bastante relevantes para as outras marcas, que podem ter acesso a dados confidenciais da Tesla, podendo assim chegar mais depressa à tecnologia que a marca Americana tem vindo a usar (e sem comprar carros para os desmontar).

Para nós media, é certo que também é importante tirarmos algumas ilações sobre esta situação. O mais importante, nestes casos, é mesmo ter em atenção a fonte da notícia e dos dados que são relevados, havendo cada vez mais a necessidade de confirmar os factos com uma segunda ou terceira fonte. Afinal de contas, um único empregado insatisfeito pode destruir por completo a empresa. Para os jornalistas no terreno, é o trabalho de investigação que será responsável por divulgar a verdade.

A verdade, é que as coisas não andam fáceis para o lado da Tesla e, quase de certeza, Elon Musk terá que se sentar e perceber o porquê da escalada de insatisfação dos seus funcionários. Resta saber se estas fugas de informação vão realmente atrasar e afectar a produção dos novos modelos da Tesla e, consequentemente, também as finanças da marca.

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