Como já era esperado, a Xiaomi deu hoje entrada na bolsa de Hong Kong da sua IPO (Oferta Pública Inicial), abrindo o seu stock à compra por pessoas, num primeiro passo para se tornar uma empresa de capital público. Com esta movimentação, a Xiaomi pode arrecadar $10 biliões ou mais, para atingir um valor de $10 biliões. Mas o que significa este passo para a empresa?

O impacto de uma IPO na Xiaomi

Um dos principais objectivo de uma IPO é precisamente a angariação de fundos e a Xiaomi espera angariar um valor significativo de $10 biliões de Dólares.

Segundo a documentação entregue em Hong Kong, 30% do valor angariado servirá para investimentos na área da Inteligência Artificial e Internet of Things. Outros 30% servirão para investigação e desenvolvimento, e outros 30% servirão para alimentar a expansão global da Xiaomi.

Em suma, a Xiaomi espera obter um tremendo influxo de capital que utilizará para desenvolver novos produtos e serviços de forma sustentável com capital fresco, sem ter de recorrer aos seus fundos actuais. Com isto, a Xiaomi recebe efectivamente uma nova capacidade de desenvolvimento e aposta na inovação que será fundamental em passos como o desenvolvimento dos seus próprios processadores ou ecossistemas.

Este tipo de capital obtido através de uma entrada em bolsa é significativo e permitirá à empresa levar a cabo novos investimentos sem necessidade de contrair empréstimos ou contratualizar apoios que necessite de pagar posteriormente, dando-lhe efectivamente amplo espaço de manobra para se desenvolver.

Quanto aos restantes 10% do capital angariado, a empresa irá aparentemente utilizá-los como capital operacional para fazer face a diversas despesas correntes.

Entretanto, a Xiaomi não será uma empresa totalmente pública. Lei Jun e Lin Bin continuarão a exercer o estrito controlo da empresa através de acções que lhes conferirão poderes especiais de decisão.

Como a chegada da Xiaomi a Portugal se relaciona com a IPO

Um dos grandes motivos para a entrada em bolsa por parte da Xiaomi prende-se com a capitalização da empresa, mas do outro lado há uma questão de prestígio e solidificação do modelo de negócio. Numa China ainda muito agarrada a empresas sob o controlo do Estado ou em mãos estritamente privadas, a Xiaomi optou por se internacionalizar nos principais canais de investimento e financiamento.

Nesse sentido, o seu valor em bolsa será determinado pelos seus avanços nos mercados internacionais em que se mova, e isso não é facilmente determinado quando o nosso modelo de negócio passa por alguns países, mas fundamentalmente por lojas online cuja presença internacional é difícil de quantificar.

Como a TekGenius publicou muito recentemente, desde a sua entrada em Espanha, a Xiaomi mostrou crescimento acentuado e já ultrapassou diversas marcas dominantes, como a Apple. Este é o tipo de performance de mercado que os analistas podem quantificar e trazer dividendos para a marca. Ou seja, tal como em Espanha, a entrada em Portugal é fundamental para uma mudança da estratégia de mercado da Xiaomi, que passa de uma empresa Chinesa exportadora, para uma empresa verdadeiramente internacional, com práticas de negócio fiscalizadas por padrões internacionais e ratings oficiais.

Em troca, estes mercados irão beneficiar dos dividendos da marca, em termos de novos equipamentos, serviços e melhor oferta geral de comodidades. De facto, abordando este modelo de negócio, a Xiaomi envia uma mensagem muito clara quanto a estar aberta a novas oportunidades e a fiscalização para comprovar as suas boas práticas financeiras. Por outras palavras, a Xiaomi quer fazer tudo às claras.

Não será alheia a esta postura a sua completa ausência dos escândalos que têm envolvido o governo dos EUA e empresas Chinesas como a Huawei e ZTE.

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