Um ano pode muito bem ser analisado pelas palavras mais utilizadas. Se, daqui a decénios, alguém quisesse compreender 2020, poderia bem olhar para estas palavras e pintar um quadro deste ano tão peculiar. A Priberam voltou a juntar-se à Agência Lusa para nos mostrar quais foram as palavras mais pesquisadas no ano no Dicionário Priberam.
Janeiro: arresto (tribunal angolano decreta arresto de bens de Isabel dos Santos); debandada (debandada durante funeral de general iraniano morto em ataque norte-americano causa vários mortos); coronavírus (um novo tipo de coronavírus é identificado na China); apuramento (tribunal guineense ordena repetição do apuramento dos resultados das presidenciais).
Fevereiro: eutanásia (AR aprova despenalização da eutanásia); pandemia (OMS alerta para eventual pandemia da covid-19).
Março: quarentena (quarentena geográfica para conter a pandemia); confinamento (estado de emergência para conter pandemia prevê confinamento); zaragatoa (testes à covid-19 com recurso a zaragatoa).
Abril: escusa (juiz do processo de Rui Pinto pede escusa); telescola (telescola permite aulas de apoio através da TV); liberdade (pandemia cancela a marcha das comemorações do 25 de Abril); rebuço (PM diz não ter rebuço em retroceder no levantamento de restrições impostas pela pandemia).
Maio: calamidade (Portugal passa à situação de calamidade); diligência (ministra da Justiça fala sobre a retoma da atividade dos tribunais).
Junho: antirracismo (Amnistia Internacional denuncia violações dos direitos humanos durante protestos contra o racismo nos EUA); politização (OMS aponta a politização da pandemia como fator de divisão a evitar).
Julho: frugais (países conhecidos por “frugais” colocam entraves às negociações do orçamento europeu); perseverança (EUA lançam robô “Perseverance” para recolha de amostras em Marte).
Agosto: catenária (acidente ferroviário causa dois mortos e vários feridos); dobradinha (FCP conquista a Taça de Portugal de futebol após vencer o campeonato); femicídio (vinte mulheres assassinadas desde o início do ano em Portugal).
Setembro: recrudescimento (ministra da Saúde diz que Portugal está preparado para um eventual recrudescimento da covid-19); cristofobia (presidente do Brasil discursa na ONU e apela ao combate à cristofobia).
Outubro: assintomático (Cristiano Ronaldo, apesar de assintomático, testa positivo à covid-19); disrupção (Ordem dos Médicos diz que o SNS está novamente exposto a uma “disrupção grave”); placebo (morte de voluntário, no Brasil, que tomou um placebo em teste da vacina).
Novembro: levante (Governo impõe novas medidas de combate à pandemia, mas deixa ao critério dos municípios a realização de feiras e mercados de levante); letalidade (preocupação com o aumento da letalidade da covid-19).
Dezembro: pedonal (atropelamento em zona pedonal na Alemanha); ensaísta (morte do ensaísta Eduardo Lourenço).
“Olhar para a lista de palavras mais consultadas no Dicionário Priberam é, de facto, ver desfiar este ano tão difícil para todos nós, mês a mês. É como um ‘trailer’ de um filme que passa rápido diante dos nossos olhos”, disse a propósito a diretora de Informação da Lusa, Luísa Meireles.
“Neste aspeto, a Lusa é exímia. Em cada palavra adivinha-se uma notícia; mais, está presente uma notícia que a Lusa deu aos portugueses e que integraram o nosso quotidiano em 2020”, acrescentou. “Nenhuma escapou. É um feito conseguido diariamente pela agência”, disse a diretora de Informação da agência noticiosa.
O CEO da Priberam, Carlos Amaral, comentou por seu lado que este “é um projeto que, desde que conta com a colaboração da Lusa, nomeadamente através da qualidade das fotografias e dos textos das notícias, ganhou uma nova dimensão gráfica e um impacto que permitem contextualizar cada história e oferecer uma forma diferente de (re)ver o ano.”
As palavras podem ser consultadas do site O Ano em Palavras – 2020