Neste momento, todos sabemos que o tema que continua a dominar a agenda tecnológica é o embargo dos EUA à marca Huawei, impedindo as empresas Americanas de negociar com a marca, efectivamente cortando a Huawei do acesso a licenças Windows, Google, ou mesmo componentes vitais, como a arquitectura ARM dos seus processadores. Esperava-se uma retaliação do governo Chinês numa escalada da guerra comercial entre os dois países, mas o primeiro passo de oposição chegou da própria Huawei que apresentou agora queixa em tribunal contra o governo Americano.

Não me compete ajuizar se o governo Americano tem razões legítimas para temer que a Huawei represente uma ameaça à sua segurança nacional, mas seria algo simples se os EUA proibissem a Huawei no seu país. A China também proíbe de terminados serviços em seu solo e cada país é soberano para o fazer. Mas é algo completamente diferente que o governo dos EUA, usando pressupostos duvidosos, imponha um embargo que afecta os consumidores e mercados mundiais. Pior, a administração Americana tem dado claros sinais de que subverteu a segurança nacional, impondo o embargo apenas para conseguir negociar um acordo comercial mais favorável.

A acção da Huawei consiste em contestar a lei chamada de Lei de Autorização de Defesa Nacional proibia militares e membros de agências oficiais de utilizarem equipamentos Huawei, algo que a marca considera inconstitucional. Na moção entregue em tribunal, a Huawei considera que os ataques ao seu nome são feitos sem fundamento, e que a lei não deu à marca o direito de contraditório.

Para a Huawei, a facilidade com que o governo Americano pode acrescentar nomes à lista de entidades não autorizadas a ter relações comerciais com empresas Americanas é uma ameaça para todas as indústrias do mundo.

Independentemente do resultado, a primeira audiência está marcada para 19 de Setembro, pelo que a Huawei tem já menos de 90 dias de sobra na prorrogação do embargo, e a marca não tem estado parada, com chips acumulados e um sistema operativo alternativo em desenvolvimento avançado. O embargo tem, entretanto, causado quebras de vendas na marca, mas significará também uma quebra de vendas para os seus fornecedores, pelo que no final de contas poderá não haver vencedores em toda esta história.

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