Ao olharmos para o alinhamento da Lenovo, os Yoga destacam-se inquestionavelmente como opções premium carregadas de estilo para o segmento de consumo. O seu público-alvo são os profissionais autónomos, os criadores de conteúdos e os académicos, e isso nota-se, combinando alguns dos melhores designs do mercado com especificações sólidas e modernas. O Lenovo Yoga Slim 7 que recebemos para análise incorpora perfeitamente o espírito Yoga, mas por todo o hardware de grande perfil que oferece, o mais impressionante será o seu posicionamento em termos de pricing, onde oferece uma relação custo-benefício a que é difícil de resistir. Vamos conhecê-lo melhor ao longo desta análise.
Especificações técnicas
- Processador: AMD Ryzen 4700U, 16GB de RAM
- Ecrã: 14″ FHD 16:9, 300nits, sRGB, HDR
- Armazenamento: SSD 512 GB
- Gráfica: AMD Radeon Vega 8
- Conectividade: Wi-Fi 6, Bluetooth , dual band LAN
- Portas: combinada auriculares e microfone, HDMI, 2 x USB 3.0, USB-C 3.1 C (dados e alimentação), leitor de cartões SD
- Autonomia: até 16.7H, bateria de 61WH
- Peso: a partir de 1,4Kg
- Dimensões: 320,6 x 208 x 14,9 mm
Slim em forma, não em função
Inicialmente, os Yoga eram os modelos com ecrãs 360º da Lenovo, mas o nome alargou-se para abranger todos os equipamentos premium destinados a profissionais e utilizadores exigentes. O Lenovo Yoga Slim 7 vive plenamente este objetivo, com um design irrepreensível, pensado para ser ao mesmo tempo compacto e limpo, mas também agradável ao toque. A Lenovo tem alguns equipamentos mais bombásticos deste ponto de vista, sendo o Slim 7 um dos mais discretos Lenovo atualmente no mercado, o que terá por seu turno vantagens para muitos utilizadores.
Este design simples pode até ser algo branco, mas foca-se num utilitarismo muito bem conseguido, com um chassis apreciavelmente sólido, pouco dado a deformações ou oscilações. Por exemplo, a dobradiça tem um excelente equilíbrio entre atuação e fixação, mas o ponto que realmente surpreende é que ao contrário de muitos ultraportáteis, o Yoga Slim 7 não fica mal quando olhamos para a conectividade a bordo, já que contamos com 2x USB-C, 2x USB-A, porta HDMI, leitor de cartões microSD e ainda jack de áudio, facilitando a conexão a periféricos num setting profissional onde muitos dispositivos ainda são conectados com fios, e ligando ainda um ecrã externo sem qualquer desafio. Algo explicado pelo posicionamento de gama média do Yoga Slim 7, é a ausência de Thunderbolt 4 nas versões AMD, característica em que terão de ponderar se vale mesmo a pena investir mais algumas dezenas de Euros para a terem. Se sim, podem optar então por uma das versões Intel.
A construção esmerada também se nota no ecrã, um painel IPS 16:9 com margens muito finas a toda a volta, mas ao contrário dos equipamentos de gama alta, os rebordos são em plástico.
Ecrã de qualidade para o mercado de massas
O ecrã do Lenovo Yoga Slim 7 apresenta um rácio de aspeto e 16:9, num mundo onde os equipamentos deste género começam a aderir em massa ao 16:10, um ponto que vale a pena considerar se for importante para vós. Para uma utilização generalista, o 16:9 não é impeditivo, claro e pode ter desvantagens para escritores, mas definitivamente tem vantagens para mim e para as minhas detestáveis folhas de Excel.
Com os rebordos em plástico, será aí que se percebe que o Yoga Slim 7 pode ser encontrado por menos de €1000, mas de resto este ecrã oferece uma experiência muito interessante. O seu brilho de 300 nits máximos não será o mais extraordinário para uma utilização no exterior, mas serve perfeitamente no interior onde as cores são boas e os contrastes bastante amplos, tornando-se um excelente equipamento para vermos uns filmes e séries, e não ficando mal para quem faz algum trabalho gráfico. Há, afinal, suporte HDR e cobertura do espectro sRGB. O acabamento mate ajuda, depois, a termos uma visualização menos afetada por reflexos.
Claro que se quiserem um OLED com cores mais vibrantes, terão que procurar noutro lado. A Lenovo não nos deixa pendurados, com opções até 4K nas versões com Intel que são – claro – mais caras, mas para as utilizações quotidianas, o ecrã da versão AMD mais do que supera as nossas expetativas.
Entretanto, não há grande coisa a esperar no áudio dos portáteis, mas os altifalantes estéreo que o Yoga inclui não se saem mal, com alguma profundidade e nitidez de som, bom para as videoconferências destes tempos. Em troca, a câmara meramente HD não impressiona, com uma qualidade de imagem banal.
Teclado digno de Lenovo
Sem joystick ou teclas físicas no trackpad: este é, afinal, um Yoga, não um ThinkPad, mas deixem-me dizer-vos o Yoga 7 tem um teclado sublime que cumpre na perfeição as necessidades dos escritores mais ávidos.
A atuação das teclas é correta, apesar de estarmos perante um portátil bastante fino, mas louvo-lhe acima de tudo o reconfortante som discreto com um clique delicioso, que se torna música para os nossos ouvidos ao fim de uma maratona de escrita. É, além do mais, confortável, graças à solidez do chassis metálico que impede qualquer distorção da base quando teclamos e, em resultado disto, as teclas são sólidas e não oscilam, contribuindo para uma atuação muito estável e pouco propensa a erros que nos ajuda a efetivamente teclarmos com mais velocidade e exatidão. A experiência global de escrita é, por isso, das melhores que podemos encontrar no mercado para teclarmos rápido e confortavelmente.
Já o trackpad tem a seu favor a construção em vidro, o que surpreende neste segmento, para um toque muito confortável e uma utilização facilitada. O painel é francamente sensível, mesmo até às margens, o que significa que conseguimos aproveitar da melhor forma a pequena área disponível.
Performance ultraleve
O Yoga Slim 7 utiliza, como é hoje quase norma nos ultraportáveis, processadores AMD Ryzen, sendo que na nossa unidade encontramos um excelente Ryzen 7 4700U, com uma gráfica Radeon Vega integrada, 16GB de RAM e 512GB de armazenamento interno SSD. O hardware é suficiente para nos sentirmos confortáveis e confiantes e, justamente, o Yoga Slim 7 tem prestações irrepreensíveis numa utilização quotidiana, onde a sua vantagem mais notória é o silêncio da sua operação, mesmo quando lhe acrescentamos alguma carga.
A performance em bruto está mesmo ao par de alguns Intel Core i7 de 11ª geração que encontramos em equipamentos bem mais caros, oferecendo-nos uma pontuação global de 5082 pontos no PCMark, denotando como este portátil se sentirá à vontade com aplicações de produtividade, como o Office na generalidade. De facto podemos comprar este mesmo Lenovo com Intel Core i7 quad-core, mas o Ryzen tem 8 núcleos para uma performance mais dinâmica e tem as suas vantagens em termos de consumo energético, pelo que será a opção preferia de muitos.
A gráfica Vega 8 a bordo não está, obviamente, à altura de aspirações gaming. Ainda assim o meu World Of Warships corre com algum esforço com gráficos minimizados, tal como War Thunder, e essa deve ser a toada expectável em toda a linha, com os jogos a correrem razoavelmente se não puxarmos pelos gráficos, e abdicarmos de dos efeitos visuais mais avançados. Também não diria que se deva esgrimir edição de imagem ou vídeo neste equipamento, respeitando claro que não é o seu público-alvo.
Para os profissionais, criativos e académicos, a performance aqui oferecida não é meramente mais do que suficiente. É excelente, e a AMD continua a dar cartas neste ponto, onde o custo/performance que coloca ao dispor dos utilizadores é extremamente atraente. A refrigeração é depois bastante eficiente, embora sob grande carga o chip aquece bem. Por outro lado, a possibilidade de utilizarmos o Lenovo Vantage para melhor gerir os perfis de desempenho a par com a performance de sobra do Ryzen 7 significa que conseguimos trabalhar com potência de sobra para folhas de cálculo e documentos pesados, num perfil de operação tão silencioso que é fácil esquecer que há refrigeração ativa a bordo.
Autonomia prodigiosa
Apesar das linhas compactas do Lenovo Yoga Slim 7 Pro, temos aqui um prodígio na forma de uma bateria de 61Wh, substancialmente maior do que poderíamos antever num computador deste tipo. Em resultado disso, a autonomia neste equipamento é a todos os títulos irrepreensível. A Lenovo dá-nos um máximo de 16.7 horas, valor bastante ambicioso e que não costumamos ver em muitos computadores fora do mundo dos Snapdragon.
Ajuda que, através da Lenovo Vantage possamos rapidamente alternar entre três modos de operação. No modo de poupança de bateria o processador fica limitado a 12.5W, enquanto no modo Inteligente podemos ir até aos 35W e no modo de performance extrema atingimos então os 45W de operação, e neste modo podemos extrair toda a potência possível do Ryzen, em detrimento da autonomia. Graças à potência de reserva do Ryzen 4700U, mesmo com os consumos no mínimo a performance mantém-se muito positiva, sem desacelerações na navegação do sistema ou produtividade, mas o que realmente sobressai aqui é que conseguem extrair facilmente 10-12 horas de trabalho deste equipamento.
Não esperamos de todo consegui-lo num portátil deste tipo, mas com a sua enorme bateria e a excelente eficiência energética, o Lenovo Yoga Slim 7 deixa-me sem grandes dúvidas de que as 17 horas sejam de facto atingíveis. De minha parte, dei por mim a carregar o portátil a cada dois ou três dias, o que fala por si só.
Conclusão
É impossível não nutrirmos curiosidade e mesmo admiração pelos Lenovo Yoga, mesmo antes de tomarmos contacto com eles. Claro que este é que é o momento da verdade e aqui o Lenovo Yoga Slim 7 surpreende, oferecendo muito mais do que o equilíbrio que esperávamos. De facto, ao olharmos para o tipo de performance muito destacada e autonomia sólida que a acompanha, num design limpo e com um preço extremamente agressivo, o Lenovo Yoga Slim 7 pode bem ser a melhor opção do mercado para quem procura um ultraportátil para produtividade e performance em movimento.
Teríamos que precisar muito seriamente de um design que gritasse “quadro superior”, de um ecrã profissional ou absolutamente de Thunderbolt 4 para hesitarmos no Yoga Slim 7. Para tudo o resto, o que este ultraportátil coloca em cima da mesa faz-nos nem pensar em querer olhar para opções mais caras.