O tempo passa depressa e, agora na sua 7ª geração, o Lenovo ThinkPad X1 continua a tentar oferecer aos profissionais em todo o mundo a combinação entre portabilidade e resiliência que tornaram a série ThinkPad um nome incontornável. Com um design pouco renovado, porque numa equipa vencedora não se mexe, não deixa de ter algumas ideias brilhantes a bordo, como a doca para a sua stylus estar sempre connosco e nunca se perder. Talvez a maior novidade seja que o Lenovo ThinkPad X1 Gen 7 recebe os Intel Core P de 12ª geração, processadores cotados para um equilíbrio entre performance e autonomia em ultraportáteis, oferecendo uma solidez de desempenho muito atraente. No entretanto, os trademarks de um ThinkPad estão a bordo, como o joystick e o soberbo ecrã.

Institucionalmente elegante

Ao olharmos para a anterior geração do ThinkPad X1 Yoga, portanto a Gen 6, o design mal muda, com uma ou outra pincelada de ajuste, mantendo-se fundamentalmente as mesmas linhas e disposição de componentes. Isto não é, de todo, uma má coisa. Muitas vezes, as empresas perdem-se em buscas pelo próximo ângulo a melhorar, mas quando as coisas funcionam bem de base, para quê mexer nelas?

O Lenovo ThinkPad X1 Yoga Gen 7 é, em todos os aspetos, um ThinkPad, mas uma diferença visual muito clara é obviamente a cor cinzenta escura que deixa para trás a exclusividade do preto que caracterizou a família durante tantos anos. É uma cor mais adequada à atual postura empresarial e estilística das empresas, e devo dizer que realça perfeitamente o aspeto muito premium deste equipamento, já que o preto por vezes esconde as linhas como nenhuma outra cor. Pelo contrário, o acabamento em metal escovado aumenta o nível e o X1 é inegavelmente sensual de qualquer ângulo.

A conectividade inclui duas portas Thunderbolt e duas portas USB-C, uma porta HDMI, ainda uma ranhura para cartões SIM, e a razão pela qual passo logo às portas é porque um truque que eleva o ThinkPad X1 Yoga Gen 7 acima dos seus concorrentes é a ranhura para a stylus que pode assim ser convenientemente guardada, sem medo de a perdermos ou danificarmos, e que ainda carrega sem qualquer esforço, uma vez inserida no seu local. Uma vez aí, é fácil nem darmos por ela, porque como tudo o resto, o design é muito limpo e minimalista, com talvez o maior toque de luxo a encontrar-se no baixo-relevo na tampa onde encontramos as letras ThinkPad X1 com a cativante luz vermelha no ponto do “i” a dar-nos nota do estado do portátil.

Este ano, o X1 Yoga passa para a nova “moda” de produtividade ou, mais precisamente, para um ecrã 16:10 com maior área em altura para facilitar trabalho de edição de texto e navegação em documentos, sendo claro que quem quer trabalhar com Excel de inúmeras colunas não gostará tanto deste formato “alto”. O ecrã tem margens pouco amplas, o que maximiza o ecrã ativo face ao corpo e no topo encontramos uma câmara FHD para videoconferências e a possibilidade de integrar uma câmara IR para autenticação Windows Hello. Como noutros equipamentos, o X1 ilumina o ecrã quando nos sentamos em frente a si, poupando toques e encurtando o tempo do despertar.

Um ThinkPad para amantes das teclas

Um Thinkpad não pode sê-lo realmente se não tiver um excelente teclado. Não o fazer, é correr o risco de ser desfavoravelmente comparado com a restante família e acabar mal na fotografia, ainda que nos últimos anos a Lenovo tenha utilizado o nome ThinkPad para inúmeros equipamentos com vocação profissional. Mas é uma verdade universal que, tal como a tecla Fn troca de lugar com o Ctrl, um ThinkPad tem um teclado soberbo.

O convés do teclado no ThinkPad X1 Gen 7 conta visivelmente com algo que nos deixa desde logo à vontade: teclas espaçadas e de grandes dimensões. Não, este não é apenas um simulacro de um teclado ThinkPad, com as suas teclas em U, mas um verdadeiro teclado digno do nome, com uma boa distância de atuação, uma resistência muito baixa à pressão e funcionamento praticamente silencioso. Terão de convencer o vosso patrão de que de facto estavam a trabalhar!

Com uma distância de atuação de 1.5mm, o teclado presta-se efetivamente a uma utilização intensiva por parte de quem tem de dar corda aos dedos, e para isso conta com um total de seis filas de teclas, maximizando o conforto na escrita com detalhes como teclas de cursor completas e suficientemente bem dispostas entre elas, se bem que a intromissão do Page Up e Page Down neste T invertido possa sempre levar a toques em falso. Os que gostam do joystick/trackpoint dos ThinkPad notarão que o têm a bordo, para maximizar a nossa velocidade de reação, e podendo utilizá-lo em conjunto com as teclas físicas logo acima do trackpad. Este último é extremamente pequeno. Digo “extremamente” porque o é, já que a sua área é encurtada pelas tais teclas físicas, mas é um compromisso muito aceitável para quem quer mesmo um trackpoint e abomina trackpads sem a solidez e discrição de botões físicos.

No geral, o trackad comporta-se bem e reage irrepreensivelmente ao toque. Com este panorama globalmente soberbo, o ThinkPad X1 Yoga Gen 7 oferece uma tremenda experiência produtiva. O único senão, se eu quiser ser assertivo, é a iluminação das teclas, que por algum motivo filtra bastante a todo o seu redor, e não ilumina tão fortemente as próprias letras como eu esperaria.

Um maratonista, não um sprinter

O equipamento a teste que nos foi gentilmente cedido pela Lenovo conta com uma especificação impressionante no papel, incluindo um Intel Core i7-1270P vPro com 16GB de RAM DDR5-5200 disponíveis e isso deveria, no papel, permitir-lhe atingir valores impressionantes, de desempenho. No alinhamento da Intel para a 12ª geração de processadores Core, a série P de 28W de TDP está acima da série U feita para eficiência energética, com 15W de TDP, portanto será sempre expectável que o gráfico se desloque na direção do desempenho, sacrificando um pouco bateria.

No entanto, consistentemente, o modelo em análise obteve pontuações inferiores ao Slim 7 Carbon que testamos, apesar do hardware ser semelhante. Problema de software com uma unidade recente? Refrigeração a necessitar de ajustes? Se posso atribuir as pontuações em baixa por comparação ao Slim 7 Carbon a algo, será porventura à forma como o portátil aquece sob carga máxima, forçando o processador a desacelerar e puxando as operações para baixo. Embora a temperatura não seja excessiva por fora, todo o painel aquece, mostrando como a refrigeração pode ser melhorada neste chassis tão fino, ainda que a Lenovo tenha ido ao ponto de permitir a saída de ar através do teclado para aumentar o fluxo!

Com um processador Intel Core i7-1270P e 16GB de RAM DDR5-5200, este equipamento é efetivamente muito potente no papel, mas não me parece que atinja todo o seu potencial, ainda que as tarefas expectáveis de Office, emails e produtividade no geral tenham mais do que espaço manobra. Na esmagadora maioria das tarefas, quer-me parecer que estaremos a trabalhar longe do nível de esforço que um benchmark usualmente requer, e possivelmente não sentiremos falta de coice adicional, mas alguns quererão mesmo trabalhar no seu máximo e não se deixarão apaixonar por este terminal.

Em compensação, já que falamos do paralelo com o Yoga Slim 7 Carbon, a bateria estica algo mais aqui e 10 horas de trabalho são perfeitamente viáveis, num perfil de desempenho equilibrado, ao longo do dia.

Enquanto a bateria dura, a experiência de utilização é excelente. Como habitualmente, a Lenovo equipa o Yoga com funcionalidades inteligentes de ecrã, ficando este mais escuro quando nos afastamos e acordando quando nos aproximamos, algo tão simples quanto útil. O ecrã é excelente, vibrante, e oferece um excelente desempenho antirreflexo que lhe permite tirar grande partido da sua capacidade de reprodução de cor e contraste. A bordo temos um IPS de 14 polegadas com resolução WUXGA (1920 x 1200), estando também disponível uma versão com painel OLED WQUXGA (3840 x 2400) que será ainda mais fenomenal.

Em conjunto com os altifalantes e microfones oferece uma experiência multimédia convincente, tal como se destaca nas videoconferências. Tive, neste capítulo, alguns problemas com os microfones, já que a Lenovo destaca um set de 4, mas ninguém me conseguia ouvir, e assim continuaram até depois de várias desinstalações de drivers e atualizações, momento em que a situação normalizou e me relembrou que isto de testar máquinas que rodam por muitas pessoas por vezes requer mesmo que perca algum tempo a garantir que tenho tudo atualizado.

Portanto, com tudo funcional, a combinação de quatro altifalantes, com 2 tweeters nas laterais do teclado e os woofers a disparar para baixo, é excelente para um portátil, com som suficientemente dramático para dar profundidade a filmes e alguma música mesmo.

Suficientemente bom para vendermos a alma por ele?

Ponto após ponto, o Lenovo ThinkPad X1 Yoga Gen 7 convence e volta a convencer. O terminal combina o melhor da resistência e filosofia produtiva dos ThinkPad com a elegância dos Yoga. Com a certificação MIL-STD-810H, não será tanto um Yoga, mas mais um Panzer, e isto sem comprometer em conectividade, autonomia ou funcionalidades. Este equipamento tem simplesmente tudo o que podemos esperar num equipamento portátil, colocando em cima da mesa trunfos profissionais e pessoais em igual medida.

A densidade de funcionalidades a bordo é louvável por grama de peso e centímetro de área. Este é potencialmente o mais “faz tudo” dos computadores polivalentes, conseguindo ao mesmo tempo a elegância e a postura 360º para agradar aos fãs Yoga, e a robustez e seriedade para os admiradores dos ThinkPad se sentirem orgulhosos. Com o ThinkPad X1 Yoga Gen 7 poderão literalmente fazer tudo e é admirável que haja mesmo uma stylus bem escondida no chassis para estar sempre por perto.

Para o mercado executivo, poucos portáteis poderão ser usados em tantos cenários, com tanta segurança quanto o Lenovo ThinkPad X1 Yoga Gen 7 que será, por isso, dos melhores equipamentos ao alcance de quem possa justificar o seu custo. Esse é, afinal, o seu maior problema: o custo.

Criar um portátil deste calibre não é fácil. Exige o melhor e o melhor parece ter sido escolhido, com um preço que ultrapassa por isso os €2000 de base, e isto para o modelo com a configuração mínima com um i5-1240P, enquanto a nossa unidade de testes ultrapassa os €2600, e a versão de configuração máxima vai mesmo para lá dos €3000, valores difíceis de engolir face à performance mediana, não obstante tudo o resto. Embora possamos dizer que é justificável, parte-nos a alma, ainda que estivéssemos dispostos a trocá-la pelo Lenovo, porque vê-se, sente-se e percebe-se, que este portátil é do melhor que encontramos no mercado.

REVER GERAL
Design & Construção
8.7
Hardware
9.3
Performance
8
Bateria
8
Experiência de utilização
9.5
Relação qualidade-preço
7.7
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ensaio-lenovo-thinkpad-x1-yoga-gen-7-afirmacao-premiumUm portátil 2-em-1 que não corta em funcionalidades, o Lenovo ThinkPad X1 Yoga Gen 7 é uma boa cheia no nome e uma mão-cheia nas especificações. Este é o portátil para tudo em qualquer local, deliciando pela experiência que oferece. Mesmo que fique aquém do seu potencial pelo aquecimento excessivo que limita o excelente processador a bordo, a sua qualidade é inqualificável. Caro mesmo na versão base, se podem desembolsar o valor pedido, façam-no.

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