A pandemia de COVID-19 terá sem dúvida muitas consequências a longo prazo e, como todas as grandes pandemias, exerce um enorme poder transformador. A Peste Negra revolucionou o tecido social da Europa, impulsionou reformas culturais e tecnológicas, a COVID-19 será conhecida como a pandemia da transformação digital. Há um antes e um depois na pandemia, não só no acrescido impacto das comunicações à distância, mas também no profundo transformar das expetativas dos trabalhadores quanto a regimes de trabalho à distância e horários flexíveis.
Há uma nova dinâmica no mundo do trabalho e das relações laborais que, por arrasto, representa também uma nova era de trabalhar a partir de qualquer parte, de casa ou noutro local, sendo a qualidade da rede fundamental como nunca para inúmeros profissionais que em 2020 e 2021 saíram dos seus tradicionais escritórios. É uma nova realidade onde empresas como a TP-Link tiveram uma importância acrescida. Entrevistamos, a esse propósito, Paulo Barreira, Sales Director da TP-Link.
– Quais foram as principais tendências nas redes domésticas e empresariais no período Covid? Que implicações tiveram essas tendências na oferta TP-Link?
Alavancados pelo Home Office, a principal vantagem nos produtos de consumo foi o facto de se ter melhorado significativamente o parque instalado WiFi com produtos mais adequados às necessidades individuais. As categorias mais populares como os Powerlines e/ou Repetidores tiveram um incremento enorme e, por conseguinte, um impacto extraordinário nas vendas da TP-Link. A Gama DECO MESH superou também todas as nossas expectativas estando já em Nº2 do Rank de toda a atividade da empresa.
O Wi-Fi 6 veio apresentar uma melhoraria nas ligações dos utilizadores com redes Wi-Fi. Entre as melhorias apresentadas neste padrão, está o aumento na velocidade e maior capacidade de tráfego na entrega de dados.
No mercado empresarial a TP-Link tem vindo a aumentar e melhorar o seu portfolio com a gama de produtos OMADA, também ela cada vez mais dirigida a produtos da 6ª geração e serviços na Cloud. Os APs de alta densidade são os produtos de proa dirigidos cada vez mais aos sectores de Hotelaria, Educação, Hospital e Retalho (Shopings). O fato de serem geridos sem necessitar de uma gestão física no local, foi fundamental durante o período de confinamento de forma a evitar deslocações e, por conseguinte, maior contato interpessoal.
As implicações colocaram-se mais a nível logístico onde não estava programado existir este aumento exponencial nas categorias de maior run rate. A TP-Link como fabricante Líder mundial tem uma responsabilidade acrescida na forma como coloca os seus produtos nos diferentes canais e foi importante conseguir ter uma taxa de serviço de supply nunca inferior a 80% e também manter todos os canais da cadeia de valor informados de forma a funcionarem como um só. Este resultado só foi possível graças aos excelentes parceiros que temos e que são cerca de 6 000 em Portugal.
– Como está a marca a olhar para o crescimento do mercado de gaming e de eSports?
Ambos os sectores continuam muito ativos e a TP-Link responde com produto de última geração, nomeadamente no routing e switching. Neste campo a TP-Link não possui uma gama alargada como outros concorrentes, mas sim produtos especializados de tecnologia de ponta e que fazem a diferença quando falamos de latência, essencial para qualquer Gamer.
– Que comentário lhe merece a forma como a ANACOM geriu o leilão do 5G em Portugal? Considera que o atraso na atribuição de licenças pode ter repercussões na implementação da tecnologia no nosso país?
Não temos por política comentar decisões do Regulador. Podemos, todavia, dizer que o impacto do 5G na economia será enorme e de uma forma transversal ás empresas, pelo que quanto mais rapidamente se der esta transição digital, melhor. O sector das telecomunicações exibe um papel fundamental no que diz respeito às infraestruturas de rede e de si, com grande responsabilidade na retoma económica nacional.
Penso que todo este tempo também serviu para que os diferentes players melhor se tivessem preparado e para que fizessem melhores experiências para tomar melhores decisões nos investimentos a realizar de forma a termos um bom serviço de 5G, perfeitamente implantado e com a cobertura nacional que se entendeu colocar face aos diferentes espectros leiloados.
– Que peso poderão ter os Smart devices nos próximos anos e que implicações podem ter nas redes domésticas?
Cada vez mais bem implantados no nosso dia a dia, eles já fazem parte das nossas rotinas. Assistentes virtuais como o Google Assistant ou Alexa convivem connosco diariamente. Comodidade, segurança, redução da pegada digital, monitorização, na saúde e tudo de uma forma integrada fará a nossa vida mais fácil e nos libertará mais tempo para o que é de fato mais importante.
– Qual será o volume de negócios da TP-Link em 2021 e como se divide entre a oferta empresarial e doméstica?
Em 2021 atingiremos um volume de negócios em Portugal de 14 Milhões de euros, dividido em parcelas de 70% para o mercado de consumo e 30% para o mercado empresarial.
– Qual o produto mais bem-sucedido em Portugal neste ano?
Tivemos bons resultados em ambos os setores – consumo e empresarial. No primeiro, destacamos toda a Linha MESH e TAPO, que evidenciou bons resultados em Portugal. No mercado empresarial, a linha Omada, equipamentos APs e de Switching revelaram um excelente comportamento.
– Quais as principais novidades para o primeiro semestre de 2022?
Diria que os equipamentos com Wifi6 Voice, as soluções 5G MESH e os sensores da linha TAPO para a casa inteligente são novidades que vão convencer o mercado. Vamos ainda ter desenvolvimentos na linha OMADA com produtos e soluções HD, VPN e instalação.
A Omada Cloud SDN, que oferece soluções centralizadas geridas em cloud com ZERO-Touch Provisioning, 99,99% SLA para uma maior eficiência, segurança e fiabilidade. Destaco ainda o OMADA Rackmount Router 10GB VPN, Jetstream PoE Switches Full 10GB 16P SFP.
A médio prazo temos prevista na linha OMADA a implementação do WiFi6E e possível integração com tecnologia 5G.
