Hoje vamos contar-vos uma história de um casal perfeito. O Samsung Galaxy Note 8 e o Snapdragon 836 nasceram um para o outro, e já apaixonam as redes sociais, mas há aqui um senão: o Snapdragon pode ser um amor platónico.

A não ser que tenham passado os últimos dias sob uma rocha, não terão deixado de conhecer o rumor segundo o qual a Qualcomm estará a preparar uma pequena evolução do snapdragon 835 vírgula tal como fez o ano passado com o Snapdragon 820. galaxy-note-8-concept

A este rumor junta-se um outro que diz que o novo processador chegará ao mercado com o Samsung Galaxy Note 8. Mas esqueçam: esta parelha não é uma possibilidade, é um imperativo.

O ano passado a Qualcomm percebeu que o último trimestre do ano não é o último trimestre do ano, mas o primeiro do ano seguinte. Com a concorrência da MediaTek, ou com a Huawei a lançar os seus novos processadores nesta altura do ano, os restantes fabricantes que lançam equipamentos por esta altura ou nos grandes certames do início do ano já não podem simplesmente dar-se ao luxo de lançarem em Fevereiro smartphones com chips com um ano.

Pior, as marcas ficam entre o fogo e a frigideira ao lançarem equipamentos com processadores mais antigos que os da Huawei acabados de chegar, e que os da Samsung prestes a lançar.

O lançamento de um novo processador no final do ano é a melhor decisão de sempre da Huawei: ao disponibilizar um novo chip em Novembro, a Huawei capitaliza todo o prestígio que daí advém, enquanto as principais concorrentes terão que esperar até à Primavera pela nova geração de chips da Qualcomm. A reentrada tecnológica de Janeiro e Fevereiro faz-se de processadores com quase um ano, enquanto a Huawei sorri.

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Pior, este ano a Huawei deverá lançar o Kirin 970 com núcleos Cortex-A55 e Cortex-A75. Estes núcleos não são apenas uma evolução, mas uma revolução, com até oito cores agrupáveis num cluster heterogéneo que pode incluir diferentes tipos de núcleos. O Kirin 970 será potente, energeticamente eficiente, e com tremendas capacidades para realidade virtual, fazendo o Snapdragon 835 parecer desactualizado e, equipado com um, o putativo Huawei Mate 10 tem tudo para ser um adversário temível.

Não há volta a dar: toda a gente tem medo da Huawei e o calendário da Qualcomm já não serve. Para terem uma chance de competir, os restantes fabricantes têm que exigir à Qualcomm um refresh do seu topo de gama para o final do ano. Será a única maneira de assegurarem aos consumidores que pagam bem, que estão a comprar tecnologiade ponta.wp-image-1501705074.jpg

Ninguém sabe isto melhor que a Samsung. Quando o Note 8 for revelado terá enfrentar o futuro iPhone, o Xiaomi Mi Note 3 e o Huawei Mate 10, além do potencial LG V30. Todos estes dispositivos têm o potencial para desbastar qualquer vantagem que o Note possa ter.

Apesar do sucesso do Note 7, a Samsung não escapou à crítica de que o Note não apresentava uma evolução significativa face ao Galaxy S7. Com a Huawei em crescimento, e o processador Apple A10X a pulverizar os benchmarks, a Samsung não tem como se manter indiferente.

Claro que o gigante Coreano tem a vantagem de ser parceiro na concepção e fabrico do Snapdragon 835, e o mesmo será verdade no caso do 836 se concretizar. A Samsung seria tola ao não aproveitar este facto para ganhar vantagem.

Portanto, o Snapdragon 836 será real, porque tem que ser real: Samsung e Qualcomm precisam seriamente deste chip, porque ninguém quer estar de braços cruzados à espera da investida da Huawei. Se o fizerem, é certo que esta será a oportunidade ideal para a Huawei ultrapassar a Samsung nas curvas.

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