“O próximo propulsor espacial da América”. É assim que abre as hostilidades a Blue Origin, com o anúncio oficial do seu novo propulsor a combustível líquido, o BE-4, ou Blue Engine 4.
Mas com o desenvolvimento a decorrer já há quatro anos, a empresa propriedade de Jeff Bezos (dono da Amazon) julgou melhor relembrar o público de que está a avançar rapidamente.
Foi o próprio Jeff Bezos que colocou no seu Twitter a imagem do primeiro motor montado e deixou a mensagem de que as 2ª e 3ª unidades estão prestes a ser terminadas.
No período de tempo entre o início do projecto e a imagem acima, o Blue Origin BE-4 foi desenvolvido com fundos privados, algo que a empresa gosta de realçar, numa altura em que se fala na contenção dos custos do Estado e dos programas que derrapam no orçamento.
Agora, o BE-4 promete acabar com o domínio no sector dos propulsores Russos RD-180, actualmente a propulsão dos foguetões Atlas V. O seu maior problema é mesmo a construção Russa que tem recebido algumas críticas a nível diplomático, com o crescimento das tensões entre EUA e o governo Putin, particularmente com as divergências face às situações bélicas na Ucrânia e Síria.
O novo propulsor é capaz de debitar mais de 2,450 Kilonewtons, ou cerca de quinhentas toneladas de empuxo por cada par de motores. No entanto, o foguetão orbital Glenn, com que a Blue Origin planeia colocar seres humanos e carga em órbita, terá sete destes propulsores. Com mais de 95 metros de altura, a versão maior do foguetão Glenn será dos maiores veículos espaciais jamais construídos.
E será igualmente um dos mais potentes, com o booster a debitar uma potência de perto de dois milhões de toneladas de empuxo, com o que o Glenn poderá levar até 45 toneladas de carga até uma órbita baixa.
Mas, para já, o Glenn é somente um projecto. Para o futuro mais próximo, o Blue Origin BE-4 deverá propulsionar a partir de 2019 o foguetão mais pequeno Vulcan, que será equipado com duas unidades propulsoras.