É justo dizer que a maioria dos utilizadores estará mais do que satisfeita com aquilo que a família HP Omen tem para oferecer em termos de hardware e desempenho. A família de portáteis Omen tem hoje em dia duas mãos cheias de opções para gamers de vários segmentos de preço e ambição. Contudo, a escalada de preços dos componentes significaram que os portáteis de gaming, de resto como todos os portáteis, viram o seu preço aumentar e tornar-se menos acessível aos utilizadores quotidianos. É nesta envolvente que a HP tem uma excelente ideia na criação da família Victus, com vista a oferecer o mesmo desempenho a um preço mais acessível.
Assim, para cada Omen, começamos a poder escolher um Victus equivalente, e é difícil distinguir um do outro, à primeira vista. E à segunda. Que considerações ter então quando estivermos perante a necessidade de escolher entre um e outro? Aproveitando a oportunidade muito rara de termos um modelo de cada nas mãos, vamos olhar para ambos num ponto de vista comparativo.
Os dois concorrentes à lupa
Neste comparativo vamos olhar para dois representantes de famílias de gaming da HP com focos substancialmente diferentes em termos de publico-alvo. Claro que não nos foi possível obter exatamente a mesma configuração de hardware máxima de ambos os equipamentos , por isso começo por colocar lado a lado as especificações de cada versão testada por nós.
Nome do equipamento | Victus by HP Laptop 16-e0004np | OMEN by HP Laptop 16-c0002np |
Processador | AMD Ryzen™ 7 5800H (até 4,4 GHz de frequência máxima de relógio, 16 MB L3 de cache, 8 núcleos, 16 fios) | AMD Ryzen™ 7 5800H (até 4,4 GHz de frequência máxima de relógio, 16 MB L3 de cache, 8 núcleos, 16 fios) |
Memória, padrão | RAM DDR4 (3200 MHz) de 8 GB (2 x 4 GB) | RAM DDR4 (3200 MHz) de 16 GB (2 x 8 GB) |
Placa de vídeo gráfica | Placa gráfica NVIDIA® GeForce RTX™ 3050 Ti com design Laptop GPU (4 GB de memória GDDR6 dedicada) | Placa gráfica AMD Radeon™ RX 6600M (8 GB de memória GDDR6 dedicada) |
Disco rígido | SSD M.2 PCIe® NVMe™ TLC de 512 GB | SSD M.2 PCIe® NVMe™ TLC de 512 GB |
Visor | Ecrã FHD (1920 x 1080) de 40,9 cm (16,1 pol.) na diagonal, 144 Hz, IPS, 250 nits, NTSC a 45% | Ecrã FHD (1920 x 1080) de 40,9 cm (16,1 pol.) na diagonal, 144 Hz, 7 ms de tempo de resposta, IPS, 300 nits, sRGB a 100% |
Conectividade sem fio | Adaptador combinado Realtek Wi-Fi CERTIFIED 6™ (2×2) e Bluetooth® 5.2 | Realtek Wi-Fi 6 (2×2) + Bluetooth® 5.2 |
Interface de rede | LAN GbE 10/100/1000 Integrada | LAN GbE 10/100/1000 Integrada |
Slots de expansão | 1 leitor de cartões multimédia SD multi-formato | 1 leitor de cartões multimédia SD multi-formato |
Portas externas | 1 Porta SuperSpeed USB Type-C® (débito binário de 5 Gbps) (DisplayPort™ 1.4, Tecnologia HP Sleep and Charge); 1 Porta SuperSpeed USB Type-A (débito binário de 5 Gbps) (Tecnologia HP Sleep and Charge); 2 Portas SuperSpeed USB Type-A (débito binário de 5 Gbps); 1 Porta HDMI 2.1; 1 Porta RJ-45; 1 Porta de CA (conector Smart Pin); 1 Tomada combinada para auscultadores/microfone | 1 Porta SuperSpeed USB Type-C® (débito binário de 10 Gbps) (DisplayPort™ 1.4, Tecnologia HP Sleep and Charge); 1 Porta SuperSpeed USB Type-A (débito binário de 5 Gbps) (Tecnologia HP Sleep and Charge); 2 Portas SuperSpeed USB Type-A (débito binário de 5 Gbps); 1 HDMI 2.1; 1 RJ-45; 1 Porta de CA (conector Smart Pin); 1 Tomada combinada para auscultadores/microfone |
Dimensões mínimas (L x P x A) | 37 x 26 x 2,35 cm | 36,92 x 24,8 x 2,3 cm |
Peso | 2,46 kg | 2,36 kg |
Tipo de alimentação | Adaptador de CA HP Smart (200 W) | Transformador de 230 W |
Tipo de bateria | Bateria de 4 células de polímero de lítio (70 Wh) | Bateria de 6 células de polímero de lítio (83 Wh) |
Duração da bateria de uso misto | Até 8 horas e 45 minutos | Até 9 horas |
Reprodução de vídeo sobre duração da bateria | Até 11 horas e 30 minutos | Até 9 horas |
Webcam | Câmara HP Wide Vision 720p HD com dois conjuntos de microfones digitais integrados | Câmara HP Wide Vision 720p HD com dois conjuntos de microfones digitais integrados |
Características de áudio | Áudio B&O; Dois altifalantes; HP Audio Boost | Áudio Bang & Olufsen; DTS:X® Ultra; Dois altifalantes; HP Audio Boost |
Como podemos ver, tratam-se de dois equipamentos de dimensões muito semelhantes e que partilham de um modo geral a conectividade e o processador, mas diferem depois nos detalhes mais finos, como gráfica ou quantidade de memória, onde o Omen 16 tem uma clara vantagem.
Ambas as versões estão relativamente perto das configurações máximas que podemos encontrar para cada uma delas. O Victus pode ser equipado ainda com 16GB de RAM, Intel® Core™ i7-11800H e uma gráfica Nvidia RTX 3060, mas também com um ecrã idêntico ao da nossa versão do Omen. Mais significativamente, o Victus pode ser encontrado em configurações bem mais contidas com Ryzen 5 e gráficas Nvidia GTX 1650.
Já o Omen 16 pode ser encontrado em configurações ainda mais potentes Intel ou AMD até Ryzen 9 5900HX com gráficas Nvidia RTX 3070. Os ecrãs podem ir até aos 165Hz. Tudo somado, conseguimos ter uma ideia muito razoável do que oferece cada uma das famílias. Mais importante talvez, há em média €200 de diferença entre o Victus e o Omen conforme configurados neste teste e de um modo geral encontraremos uma versão Victus mais económica para cada versão Omen. Claro que há compromissos.
Design
Se estão à procura de distinguir ambos os portáteis pelo design e contornos gerais, não vão ter muita sorte. O losango da Omen e o V da Victus são à primeira vista a principal diferença entre ambos os equipamentos que primam por praticamente as mesmas dimensões e exatamente o mesmo acabamento escuro que não chega bem a ser preto, e ao abrirmos o ecrã vemos que esta observação é aqui válida também, com as mesmas dimensões ao milímetro, inclusivamente nos rebordos em torno do ecrã.
Há obviamente uma disposição diferente na localização das portas físicas, mas encontramos as mesmas em cada dispositivo, conforme vimos nas especificações técnicas.
A grande diferença entre um e outro é que o Victus conta com um teclado numérico dedicado, enquanto o Omen o sacrifica, oferecendo por isso teclas direcionais muito mais amplas e ágeis para gaming, com teclas de navegação dedicadas, em vez das mistas do Victus. Por outro lado, é verdade que com isto o Victus se torna mais interessante para um computador misto de gaming e de trabalho, caso a inserção de dados seja o nosso ganha-pão. A iluminação do Victus está limitada a um branco mais do que suficiente, mas se quiserem a exuberância do RGB necessitam mesmo ir para o Omen, com uma mais ampla gama de configurações de retroiluminações.
E sim, o deck das teclas do Omen é mais sólido e firme, fletindo menos quando teclamos com mais vigor, o que acaba por se tornar mais confortável à medida que acumulamos linhas de texto ou de código, sendo no global mais agradável teclar no Omen.
É uma observação transversal: o Omen é de um modo geral mais robusto que o Victus, oferecendo inclusivamente uma dobradiça menos propensa a oscilações, algo que pode incomodar alguns no Victus, ao considerarmos a menor firmeza do teclado. Este ecrã abre igualmente a 180º, enquanto o Victus tem um menor ângulo de abertura máxima.
Desempenho
Num canto, o nosso campeão budget, HP Victus 16, conta com um AMD Ryzen 7 5800H e uma NVIDIA GeForce RTX 3050 Ti, enquanto no outro canto o HP Omen 16 conta com o mesmo processador, mas uma Radeon RX 6600M toma o lugar da NVIDIA.
Vamos deter-nos um pouco nas principais diferenças destas gráficas? Enquanto que ambas são consideradas gráficas de gama média, a Radeon é baseada na bem-amada arquitetura RDNA 2 e é fabricada em 7nm, enquanto a NVIDIA é baseada na arquitetura Ampere e conta com fabrico em 8nm. No papel, a Radeon, com uma frequência máxima de 2177MHz na TDP máxima de 100 Watt, tem potencial para superar a 3050 Ti na sua potência máxima de 80W onde a frequência máxima é de 1485MHz. A Radeon tem também 8GB de GDDR6 vs 4GB no caso da Nvidia.
Ao abordarmos os benchmarks como primeiro passo para vermos a capacidade da cada equipamentos, temos que nos lembrar que temos exatamente o mesmo processador AMD, com a vantagem do Omen a ser o dobro da memória RAM. Portanto, as pontuações são razoavelmente semelhantes quando corremos o PCMark10, onde o Victus obtém uma pontuação global de 6531 e o Omen obtém uns mais expressivos 6857.
Ao detalhe, começamos a perceber que em termos gráficos o Omen domina com a sua RX 6600M, obtendo uma pontuação mais de 2000 pontos superior no segmento de conteúdos digitais, que incluem edição de imagem e vídeo. É uma vantagem que se transfere para o gaming. O 3DMark oferece uma pontuação no Time Spy de 5658 pontos para o Victus e 8094 pontos para o Omen, mostrando bem o que recebemos pelo nosso dinheiro extra. A RX 6600M tem uma performance bem mais próxima da RTX 3060, e a sua performance aqui é irrepreensível.
Mas, no grande esquema das coisas, esta diferença ainda significativa de pontuação vai notar-se talvez nos jogos mais absolutamente exigentes, e ninguém deixaria de passar um excelente bocado com uma RTX 3050. Aliás, é importante salientar que qualquer um dos equipamentos obtém este desempenho com um nível de ruído bem razoável para aquilo a que um portátil de gaming nos habituou, e sem aquecimentos excessivos. O sistema de refrigeração parece excelente em ambos.
Ecrã e multimédia
Os dois ecrãs em análise têm exatamente as mesmas medidas, proporções e rebordos, mas as semelhanças ficam-se por aí. Os números podem não ser totalmente claros em absoluto, mas na prática, é mais confortável jogarmos um jogo no ecrã do Omen, que revela cores mais vivas e contrastes mais atrevidos. O Victus oferece a mesma agilidade gráfica com a sua resposta rápida e taxa de atualização, mas não escapa a apresentar cores mais esbatidas, o que o vocaciona menos para trabalhos gráficos, se quiserem tirar dele proveito para tarefas profissionais.
No áudio, o Victus também fica algo atrás, com som menos expressivo ou detalhado. Se forem jogar todos os vossos jogos num monitor externo, o Victus permite-vos poupar algum dinheiro para adquirir esse preciso ecrã, mas se a utilização do monitor do próprio portátil for estar na ordem do dia, então o Omen justifica o dinheiro extra que estamos a pagar por ele. A diferença de especificações do painel não é apenas no papel, e nota-se perfeitamente em termos de qualidade superior dos gráficos. Tem, depois, agilidade extra para os que pretenderem utilizá-lo para trabalho gráfico, de design ou edição de imagem e vídeo, graças à cobertura completa do espaço sRGB.
Autonomia
Infelizmente, o meu tempo com o HP Victus 16 acabou por ser demasiado curto para chegar à parte da autonomia realmente testada a sério, ainda assim, da minha utilização quotidiana de ambos os equipamentos, a autonomia é relativamente semelhante, mesmo que no papel o Omen seja favorecido por uma bateria mais generosa.
É-o de facto, e isso deve dar-vos uma ou duas horas extras numa utilização equilibrada com streaming de vídeos, emails e navegação online, com a autonomia extra nos jogos a ser pelo menos parcialmente compensada pelo hardware mais potente do Omen que nos permite puxar mais pela capacidade instalada. Depois ambos possuem o HP Gaming Hub com possibilidade de ajustarmos os modos de performance, o que nos dará um amplo controlo sobre como a bateria é gerida.
Conclusão
À primeira vista, não é claro porque é que podemos encontrar estes dois equipamentos com mais de €200 de diferença entre eles. É um valor avultado para o que são, exteriormente, equipamentos muito semelhantes quanto a design e feeling, partilhando mesmo algum hardware como o processador. É preciso olhar com mais atenção para o que cada equipamento oferece e perceber qual o ideal para nós.
Por um lado, o HP Victus 16 é um equipamento soberbo na relação qualidade-preço. A HP faz uma gestão muito inteligente das suas funcionalidades para conseguir manter um preço razoável e um custo-benefício muito atraente numa altura em que os componentes se mostram excessivamente caros e os computadores de gaming ainda mais. Muito equilibrado, o Victus 16 é um portátil incontornável para os gamers mais casuais.
Por outro lado, o Omen 16 apresenta hardware mais relevante em todas as vertentes, com melhor ecrã, melhor áudio e uma gráfica mais potente que marcam a diferença para os gamers mais ambiciosos que se levam mais a sério e pretendem obter muito mais dos seus jogos.
A HP deve ser louvada por ter concebido o Victus sem vícios sérios a justificar o seu preço mais baixo, algo talvez impensável há pouco tempo atrás, onde o diferencial de preço nos poria a olhar de lado à procura de problemas (e isto mantém-se verdade para muitos equipamentos de gaming “budget”. Mas não no Victus.). Por isso, mais do que percebermos se Omen ou Victus são melhores um que o outro, estamos perante dois equipamentos para públicos com posicionamento muito diferente. A família Omen continua a ser o melhor que o dinheiro pode comprar, enquanto os gamers à procura de equipamentos com relação custo-benefício devem olhar seriamente para o que a família Victus oferece.
Portanto, para o teu próximo duelo, qual vais escolher?