O Huawei MateBook D14 é o tipo de portátil que impressiona à primeira vista, graças a um design muito limpo e construção em metal decididamente premium. Existe em duas versões principais, a versão “MateBook D14” e a simplesmente “14”, sendo isto importante de decorar porque a versão “simplesmente 14” utiliza processadores Intel, enquanto a D14 recorre a um processador AMD Ryzen5 3500U com gráfica Radeon Vega 8. É efetivamente o primeiro portátil da Huawei com um Ryzen a bordo, pelo que tinha uma grande curiosidade em ver o produto final.
O design é certamente um dos pontos-chave da Huawei quanto aos seus MateBook, e o D14 não foge à regra, com um chassis em metal com um perfil muito fino. O ecrã de 14 polegadas tem também um bisel muito fino em 3 dos 4 lados, criando um ultrabook leve e sólido. Quando digo leve, digo 1.4Kg, um valor que, no fundo, mal se nota.
É uma decisão polémica da Huawei, mas a câmara continua recolhida no próprio teclado, entre as teclas F5 e F6, portanto cuidado com as papadas nas videoconferências. A sério: não é um local simpático para colocar uma câmara, principalmente se pensarmos num público mais empresarial em reuniões onde as impressões são tudo.
Muito mais cómodo é a conjunção do leitor de impressões digitais com o botão ON/OFF, o que permite arrancar o portátil com apenas um toque e com máxima brevidade. Não é mesmo preciso manter o dedo no botão: a leitura faz-se ao primeiro toque. Este será o ponto mais genial do MateBook, com toda a certeza!
Como será natural nestas dimensões, o teclado não conta com um teclado numérico, mas é espaçoso. A experiência de teclar é bastante confortável, com teclas leves e bem amortecidas, além de silenciosas, algo que se nota bastante com um mãos de martelo como eu. Contamos, claro, com retroiluminação de dois níveis, o que é mais confortável para as condições de baixa luminosidade. De notar aqui que, apesar de por vezes puxarmos pelo MateBook, a zona de descanso das mãos nunca aqueceu, o que será um fator a levar em consideração.
Falando do processador, temos a bordo um AMD Ryzen 5 com gráfica AMD Radeon Vega 8 integrada, contando ainda com 8GB . Trata-se de um processador octa-core, sensivelmente equivalente a um Intel Core i5 e a performance é suficientemente fluída, permitindo mesmo algum gaming sem ambições. A capacidade de encaixe do chip é suficiente para algum trabalho mais pesado ao nível de produtividade, e chegará mesmo para alguma edição de vídeo, mais uma vez, sem grandes ambições, com o fluxo de ar expelido a dar um grande salto quando a carga aumenta. Não chega a tornar-se um portátil ruidoso, crédito lhe seja dado e, por isso, para o tipo de portátil de trabalho que vai precisar de ter abertos muitos documentos, folhas de cálculo e páginas, o Matebook é soberbo, porque oferece a performance necessária para estarmos sempre prontos.
Do lado do ecrã, temos uma unidade de 14 polegadas 1920 x 1080 que, graças aos rebordos finos, parece bastante expansivo e oferece uma qualidade de imagem muito boa e tons homogéneos em todos os quadrantes. A dobradiça é estável e leve, sendo fácil colocá-la em posição com exatidão, enquanto permite colocar o ecrã em 180º, uma daquelas funcionalidades que nunca sabemos bem para que serve.
O ecrã é muito bom do ponto de vista da reprodução de cor, mas não excelente, se trabalharem com cor a nível profissional, enquanto o brilho não é excecional, parecendo-me que no exterior poderia ser mais brilhante. Mas bem, estamos em confinamento, por isso… A única funcionalidade em falta aqui seria mesmo termos ecrã tátil.
Quanto à conectividade, típico para um ultraportátil, o Huawei MateBook D14 chega com poucas entradas: uma USB-C de dados/carregamento, duas USB-A e uma porta HDMI, além do jack de áudio. A conectividade wireless a bordo é Wi-Fi IEEE 802.11a/b/g/n/ac.
Ora, é bonito. Ora é potente. Mas durante quanto tempo?
O Huawei Mate D14 parece ter a refrigeração e o consumo bem controlado e talvez por isso tenha uma excelente autonomia. Com uma utilização normal, conseguem utilizá-lo o dia todo, com uma autonomia suficiente para um dia de trabalho de 8 horas, se não mantivermos o processador sempre ao máximo com alguns milhões de linhas de Excel, por exemplo.
Com uma utilização mais folgada, foi normal não necessitar de recarregar a bateria antes de passarem dois dias, o que é excelente para um portátil tão leve. O carregamento é feito via porta USB-C e a Huawei dá-nos um carregador que pode carregar o portátil, mas também outros dispositivos Huawei, como tablets ou smartphones, o que se revela uma ideia bastante prática.
Conclusão: ultraportabilidade bem feita
O Huawei MateBook D14 oferece uma excelente experiência de utilização, a começar por aquele iniciar praticamente instantâneo, que se prolonga pela utilização muito confortável do teclado, mesmo durante longas horas. Do lado do software, hoje em dia é tudo mais do mesmo, mas a Huawei aposta forte no Huawei Share, do qual tirarão grande partido se tiverem um smartphone Huawei, já que permite uma integração muito completa com o smartphone.
O melhor do MateBook D14 é a despreocupação com que podemos utilizá-lo. A bateria vai durar o suficiente para nem pensarem nisso, o aquecimento não será facilmente sentido, enquanto a excelente qualidade de construção significam alguma confiança adicional, colocando o Huawei Matebook D14 num local privilegiado para estudantes e profissionais. O ponto mais negativo é mesmo a câmara frontal mal posicionada e de baixa resolução, o que se torna algo incómodo nas sessões de Zoom, Teams e outras que tais. Pelo contrário, se a vossa vida é escrever, relatar, redigir, a autonomia a par com um teclado muito confortável são claramente destaques neste portátil.
O preço acaba por ser bastante atraente para um equipamento com estas características e não tenhamos dúvidas de que em boa parte pagamos também um design e qualidade de construção irrepreensíveis que não encontramos facilmente neste segmento.
