Porquanto tenha toda a elegância que o nome Slim traz consigo, o Lenovo Yoga Slim 7 Pro X tem uma carrada de especificações para colocar em cima da mesa, configurando-se como um portátil que tem capacidades muito acima do seu expectável campeonato, não menos importante das quais sendo a presença a bordo de uma NVIDIA RTX 3050 com TDP de 55W. É muito skill para um portátil tão elegante, oferecendo-nos capacidade de sobra para trabalho e mesmo diversão.

Pro no design

O Yoga Slim 7 Pro X tem um design que é definitivamente premium, adotando a linguagem de design que já vimos no Yoga Slim 7i Carbon ou no Yoga 9, com perfis arredondados e um acabamento em cinzento muito elegante, onde poucos elementos se destacam. Só mesmo o crachá Lenovo na lateral salta à vista, conjuntamente com o lettering Yoga, parecendo que a Lenovo optou pelo look elegantemente discreto de um portátil para profissionais que não querem dar demasiado nas vistas.

Em momento algum acreditamos que dentro deste chassis encontraremos uma gráfica dedicada, e muito menos uma bateria de 70Wh, tal é a delicadeza das linhas e volumes, mas essa é a realidade! Em linha com ultraportáteis semelhantes, a conectividade física não é excecional, mas também não é particularmente limitada: a lateral direita conta com uma porta USB-A e um seletor para bloquear a câmara, enquanto a lateral esquerda conta com outra porta USB-A, ambas 3.2, e duas portas USB-C 3.2 com DisplayPort. Ambas dão para carregar o portátil.

No ecrã de 14″ 16:10, as margens são minúsculas para o padrão da indústria, enquanto o teclado não vai até às laterais, concentrando-se mais ao centro, mas ainda assim as teclas são amplas e bem espaçadas, apontando para o que será uma experiência de escrita confortável, pelo menos quanto ao que concerne ao posicionamento dos dedos. Logo abaixo, um trackpad bastante amplo localiza-se, sem botões físicos visíveis.

A construção é irrepreensível e limpa, não escondendo de todo o apelo premium deste equipamento. Acima de tudo, a construção de alumínio confere-lhe excelente solidez para andar connosco para todo o lado.

Ultraportátil com coice

Geralmente deixo os temas do desempenho para mais à frente no texto, mas vou tirar já esta parte do caminho porque me parece fundamental para percebermos desde logo todo o enorme potencial do Yoga Slim 7 Pro X. Pois é que, deste compacto e leve interior, do topo dos seus, 1.52Kg de preso, o Lenovo atira-nos com um Intel Core i7-1270H e uma gráfica NVIDIA GeForce RTX3050 com 4GB de VRAM. Há a acrescentar a isto 32GB de RAM LPDDR5-6000, pelo que a nossa máquina estava no topo dos topos das configurações possíveis e, com este hardware, martelou sem crítica os benchmarks que lhe atiramos à cara.

Primeiro, uma introdução ao Intel Core i7-1270H, um dos mais potentes processadores Intel Core de 12ª geração para o segmento mobile. Oferece um total de 6 núcleos P de performance (Golden Cove) e 8 núcleos eficientes E-Core (Gracemont) para um total de 20 threads e uma frequência entre 1400 e 4700MHz. É um processador com 45W de TDP, que mais frequentemente encontraremos em portáteis tradicionais, ficando os equipamentos deste segmento com os Intel Core P. Ao mesmo tempo, a GeForce RTX3050 também parece ter sido deixada à solta, com um TDP máximo de 55W. Tudo somado, temos um setup preparado para dar provas.

O PCMark confirmou a vocação polivalente do Yoga, com uma pontuação muito positiva de 6544 e perfeitamente equilibrada nas três componentes de tarefas essenciais, produtividade e criação de conteúdos. Corremos igualmente o novo teste Procyon da PCMark, que permite avaliar a aptidão do computador para tarefas do Office, onde 4901 pontos são do melhor que já passou por aqui. Fica algo acima da pontuação do Lenovo Yoga 9i com o seu menos potente i7-1280P, mas supera-o claramente nas tarefas que a GPU discreta potencia, mostrando o quão adepto é de trabalho gráfico. O meu típico documento que num equipamento pessoal de trabalho demora 10 minutos a processar, praticamente não apresentou um soluço ao serem calculadas todas as fórmulas. Super!

Finalmente, corremos o teste Time Spy para uma pontuação de 4942, um score que nos deixará perfeitamente confiantes para alguns dos jogos de maior sucesso no mercado, se não esperarmos performance gaming. Alguns dos jogos mais emblemáticos dos últimos anos correrão bem, se bem que para os mais exigentes entre os exigentes, teremos que fazer algumas restrições aos gráficos, já que não poderemos esquecer que estamos perante um portátil desenhado para ser compacto e leve, não perante um monstro de gaming carregado de refrigeração faraónica.

Traduzem-se estes números para uma utilização perfeitamente à vontade na maior parte dos cenários, e afirmando-se como um portátil mais do que capaz de encaixar cargas pesadas de trabalho, mesmo com grandes datasets e folhas de cálculo. Ora, se puxarmos realmente por este portátil, principalmente em tarefas que mobilizem CPU e GPU, esperamos que aqueça, e ele não desilude, tornando-se claramente quente em alguns pontos, mas felizmente temos o maior calor longe do apoio dos pulsos, e a utilização do perfil de energia inteligente limita a voltagem de forma que poderemos ter uma operação mais fresca, à custa de desempenho algo diminuído, mas há-o de sobra para o quotidiano. Em qualquer caso, pelo menos a operação mantém-se silenciosa e em cargas leves este é um portátil silencioso, tanto quanto possível.

Mas há o reverso da medalha, claro. Processador potente e RTX 3050 não fazem maravilhas pela autonomia de nenhum portátil, então é uma sorte que tenhamos a bordo uma bateria muito ampla de 70Wh. A capacidade desta bateria é outro dos mistérios da Lenovo, já que esperamos unidades deste calibre em portáteis mais pesados e grossos. Com esta bateria, uma utilização de 8 horas em edição de texto ou Excel, isto se abdicarmos da taxa de atualização de 120Hz que não tem grande importância nestas tarefas básicas. Os 120Hz serão mais úteis quando visualizamos vídeo ou jogos, caso em que obviamente teremos um decréscimo na autonomia, portanto, para uma utilização generalista optem pela taxa de atualização dinâmica.

Levem em consideração que a Lenovo vende o Slim 7 Pro X também com processadores AMD (identificável pelo “i” na denominação), onde a autonomia poderá reputadamente ser algo superior. Mas, com a opção AMD perderemos a conectividade Thunderbolt 4, por isso pensem bem.

O fator X para a polivalência

Tipicamente, o teclado do Yoga Slim 7 Pro X conta com iluminação de dois níveis e um sensor que ativa a iluminação das teclas quando a luz ambiente diminui, uma excelente e prática ideia para nos salvar de nós próprios quando nos esquecemos de o fazer. Francamente, a atuação das teclas é irrepreensível, com um toque sólido e espevitado, sem barulho particularmente digno de nota. A distância de atuação não é a maior do mundo, mas também não é a mais curta, oferecendo um bom equilíbrio para quem vai utilizar durante largas maratonas. A referência de qualidade de teclas é sempre um bom ThinkPad, mas o Yoga Slim 7 Pro X não desilude por comparação.

Entretanto, o trackpad parece-me excelente, com boa deteção de toque e elevada rejeição de toques acidentais. Sem botões físicos, há sempre a necessidade de pressionar com algum alarido a base do quadrado, mas também aqui, o som é sólido e seco, transmitindo alguma qualidade.

O Yoga Slim 7 Pro X oferece-nos um espetacular ecrã IPS LCD de 14.5″ e resolução atípica de 3072×1920, no seu formato 16:10. Atípica porque não é um QHD, nem um 4K. Está mesmo ali no meio, nos 3K, mais coisa menos coisa, e por isso é na verdade um compromisso muito interessante, já que não chegará a ter o mesmo impacto no consumo energético que um ecrã 4K, enquanto oferece detalhe bem superior a um normal FHD. O olho humano dificilmente se queixará desta resolução que oferece uma densidade de 250 pixéis por polegada, e apresenta gráficos muito bem recortados, sem serrilhado observável.

O ecrã é brilhante, o que deixa sempre algumas reservas para uma utilização em escritório, como é óbvio, e claro que teremos aqui o ocasional momento em que um foco de luz omite algum detalhe ou nos ofusca. Faz parte do jogo. O ecrã em si é realmente bom, embora seja verdade que não apresenta a gama de contrastes e negros profundos de um OLED, mas oferece cores vibrantes e bons contrastes ainda assim. A diferença não será preocupante para a maioria dos utilizadores, sejamos francos, e embora os ecrãs OLED tenham já surgido em uma boa parte de concorrentes no segmento premium, a opção por um LCD permite controlar o preço e oferecer – sei lá – uma gráfica dedicada onde outros ficam com uma onboard.

O ecrã é complementado por uma webcam FHD que será excelente para videoconferência, e duas colunas áudio que têm a vantagem de se encontrarem nas laterais do teclado e por isso estarem sempre desimpedidas. São francamente boas sem serem excecionais como as colossais colunas no Yoga 9i, e o conjunto global é potente para vermos uns filmes nos tempos livres, e tirarmos algum proveito da RTX 3050 a bordo. Definitivamente bons demais para videoconferência.

Ah, não só de resolução se faz a câmara. Incluído está um sensor IR para autenticação via Windows Hello, e este funciona excecionalmente bem em diversas condições, permitindo uma autenticação rápida e sem passos adicionais.

Porque não haveríamos de o querer?

O Yoga Slim 7 Pro X é enormemente apelativo. Reparem: não sou de todo gamer, por isso não vejo na minha vida um portátil de gaming. Por outro lado, gosto de passar algumas horas no World of Warships ou War Thunder, e se possível gosto que sejam horas de qualidade. Não sendo particularmente genial a jogar, por qualidade já entendo usufruir de bons gráficos. Em tudo o resto, a minha vida é passada com trabalho e textos. O terrífico do Yoga Slim 7 Pro X é que me permite saltar de uma coisa para a outra sem esforço, tanto em casa a relaxar, quando numa reunião no trabalho, e se a RTX 3050 não debitará o mesmo calibre de gráficos que faria num portátil de gaming propriamente dito, tem músculo mais do que suficiente para gaming casual e ainda poderemos tirar proveito adicional de todas as aplicações que possam mobilizar a GPU para processamento. Seja edição de vídeo ou de imagem. Sejamos francos: esta polivalência é impecável.

No mercado encontraremos portáteis mais leves, portáteis mais potentes, mas muito poucos com esta combinação impecável de desempenho num corpo compacto, tornando o Lenovo Yoga Slim 7 Pro X um portátil extremamente apetecível.

Com os seus 1.52Kg de peso, o Lenovo Yoga Slim 7 Pro X reúne desempenho gráfico e lógico surpreendente, sendo capaz de fazer frente mesmo a portáteis de tamanho completo, mais pesados e espaçosos. Se vão focar-se apenas em trabalho, há alguns Yoga para os quais devem olhar primeiro, e se querem gaming, então podemos falar dos Legion, mas ali pelo meio, no sweet spot de quem quer uma máquina suficiente par tudo, para power users que não querem ficar restritos nem por um extremo, ou pelo outro, o Yoga Slim 7 Pro X é um portátil escaldante.

REVER GERAL
Design & Construção
8.5
Características
9
Performance
9
Experiência de utilização
9
Bateria
8.3
Relação Qualidade-preço
8.7
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ensaio-lenovo-yoga-slim-7-pro-x-14-polegadas-de-excelenciaO Lenovo Yoga Slim 7 Pro X é facilmente um computador brilhante. Poucos computadores oferecem esta combinação muito atraente de design premium, fator compacto e excelente performance para uma utilização polivalente, que não deixa de fora o ocasional gaming, graças a uma RTX 3050 incomum nestas dimensões. A cereja no topo do bolo é que o preço não é nada de arrepiar.

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