Confesso que apesar de tudo o que a Huawei investiu em publicidade para dar a conhecer o seu evento de hoje, bem como os leaks que foram saindo nos últimos meses, não estava de todo entusiasmado com o mesmo. O hype em volta destes novos modelos passou-me completamente ao lado. Já nem me lembrava do evento quando comecei a ler as primeiras notícias que foram saindo sobre o mesmo. Contudo não precisei de ler muito para ficar cativado, em especial com o P20 Pro, onde as melhorias na câmara deixaram o Mate 10 Pro envergonhado.

Uma câmara do futuro com problemas do passado

Já todos sabíamos que a câmara ia ser a grande aposta,  mas nunca imaginei que o uso do triplo sensor fosse destacar tanto este novo Huawei sobre a concorrência. A DxOMark apelidou-o como o telemóvel com a câmara mais inovadora dos últimos tempos, os resultados finais das fotografias são simplesmente geniais. A configuração de câmara tripla do P20 Pro é verdadeiramente revolucionária, fazendo parecer que a Huawei saltou uma ou duas gerações.

A Huawei conseguiu um espantoso resultado de 114 pontos nas fotografias, pelo menos mais de 10 pontos que toda a concorrência directa, destacando-se o Bokeh e o Zoom.

Fiquei bastante animado com estes resultados até ir ver algumas das fotografias. Como seria de esperar a marca chinesa não falhou e voltou a aplicar,  em todos os retratos, os seus famosos filtros sobre a pele. Espero que um dia ainda venham a corrigir este problema, algo que desilude bastante, numa câmara com tanto potencial. Eu quero fotos o mais perto da realidade possível, não uns filtros demasiado artificiais sobre a pele, filtros esses que posso aplicar mais tarde em programas de edição de imagem e com conta, peso e medida.

As decisões inexplicáveis do design do Huawei P20 Pro

Pelos vistos os notch vieram para ficar. São cada vez mais as marcas que incluem a famosa sobrancelha. Começou com o Essential Phone e massificou-se com o iPhone X. Eu não desgosto do notch, e implementações minimalistas como no Essential Phone e no P20 não me fazem grande confusão. O P20 Pro ainda parte em vantagem pois tem um modo de esconder a mesma com auxílio pretos perfeitos dos ecrã Amoled. Já não se pode dizer o mesmo de um ecrã LCD que pode ver na imagem a baixo.

Contudo o notch perde todo o seu interesse quando decidem adicionar um botão fisico em baixo. A questão que se coloca é: em que estava a Huawei a pensar? Pode-se falar na comodidade de o utilizador poder escolher entre um botão fisico ou tátil algo que não é um problema para mais de 99% dos utilizadores. Mas onde ficou a comodidade do utilizador quando decidiram tirar a entrada 3.5mm para os auriculares? Também podem vir dizer que investiram bastante em melhorar a qualidade do Bluetooth com o seu novo protocolo HWA com largura de banda de 990 kbps, mas não se preocuparam em incluir a nova versão 5.0 continuando com a 4.2, quando as vantagens de uma mudança para o Bluetooth 5.0 são mais que muitas.

Decisões inexplicáveis que tornam estes modelos menos apetecíveis.

Contudo, há que saudar a Huawei pela inclusão do sensor IR, facto que vai agradar a muita gente. Ainda assim, será isso mais importante que o Bluetooth 5.0 ou a entrada 3.5mm? 

No final …

Do que se pode ver de toda a informação disponível, a Huawei está no bom caminho. E podia ter aproveitado muito melhor o fiasco que os novos Exynos  da Samsung estão a ter. Se ao longo dos anos a Huawei tem vindo a conseguir reduzir as diferenças para a sua concorrente directa no mundo Android (a Samsung), também é verdade que podia ter aproveitado o Huawei P20 para a ultrapassar de vez, não fossem os pormenores acima referidos.

Acredito que tanto a nível de câmara como de autonomia, estes novos modelos vão ser muito superiores à concorrência que já existe, e até mesmo daquela que ainda está para vir. Neste momento, os processadores Kirin já contam com provas dadas que mostram estar lado a lado com a concorrência. Contudo, continuam a existir áreas em que a Samsung domina por completo, como é o caso dos ecrãs. Mas se há algo que a Huawei provou, é que existe muita margem de manobra para envergonhar a gigante Coreana.

Espero que Huawei tenha em conta algumas destas falhas, pois o próximo Mate tem o potencial de vir a ser dos melhores Android do ano, bastando para isso que a Huawei tenha a capacidade de melhorar as poucas falhas que tem de momento.

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