Os altos causados pelas câmaras num smartphone: podem ser uma parte da estética do dispositivo, ou uma verruga. Muitas vezes são uma verruga, e por isso figuram entre as coisas que os utilizadores mais gostariam de eliminar. É um desejo que o Instituto Fraunhofer gostaria de realizar com a sua nova câmara conceptual.
Para resolver o velho problema dos altos provocados pelas câmaras, o Instituto Fraunhofer volta a um velho princípio da fotografia analógica: o espelho.
As câmaras móveis dificilmente podem ser mais finas (ou melhor, menos profundas), porque não é possível compactar ainda mais as lentes, principalmente se possuírem estabilização óptica de imagem, uma técnica onde as lentes devem possuir uma amplitude de movimentos bastante generosa.
Então, os técnicos do instituto Fraunhofer conceberam uma opção em que os sensores fotográficos se encontram orientados em 90° face ao plano do ecrã. Para poderem fotografar num ângulo normal, um conjunto de espelhos reflecte a imagem em direcção ao sensor.
Há ao todo quatro sensores e respectivos espelhos, de modo a corrigirem-se mutuamente, gerando imagens que os técnicos consideram idênticas em qualidade às das câmaras convencionais. O melhor é que os espelhos se reposicionam de modo a que a mesma câmara possa ser utilizada para fotografia tradicional, ou selfies.
O protótipo é capaz de captar imagens a 20MP e possui apenas 3,5mm de profundidade, cabendo por isso dentro da lateral de um smartphone moderno. A câmara possui ainda estabilização óptica de imagem e a vantagem acrescida de ficar totalmente recolhida dentro do smartphone, onde não poderá tirar fotografias acidentalmente, ou sob o controlo de algum hacker.
Para Jacques Duparré, um dos principais cientistas da divisão de sistemas micro ópticos do Instituto Fraunhofer, o maior desafio não é o técnico, mas o convencer os diversos fabricantes a adoptar esta nova solução.
No entanto existem hoje smartphones em que esta solução seria ideal. É o caso dos novos smartphones de ecrã sem rebordos, semelhantes ao Xiaomi Mi MIX, por exemplo.
Com uma solução tradicional, o Xiaomi Mi MIX possui a sua câmara frontal na base do ecrã, o que não será totalmente prático. Com a solução do Fraunhofer, um smartphone semelhante pouparia espaço e poderia ter dimensões ainda mais compactas face ao tamanho do ecrã.
Quem sabe se esta solução não será adoptada em greve?