A Qualcomm anunciou a disponibilidade e o envio do Snapdragon 835 Virtual Reality Development Kit, que chegará agora às mãos de programadores e empresas apostadas em criar novas experiências de realidade virtual mais imersivas, aproveitando o máximo potencial do Snapdragon 835 para este tipo de conteúdos.

Mas o destaque do kit VR Snapdragon 835 é mesmo o HMD (Head Mounted Display), óculos VR que não são como os óculos regulares aos quais adicionamos um smartphone. Pelo contrário, o VR HMD da Qualcomm é um computador autónomo, propulsionado pelo Qualcomm Snapdragon 835 e com 4MP de resolução (2MP por olho, portanto dois AMOLED 2K). Ao nosso dispor estarão 4GB de RAM LPDDR4 e 64GB de armazenamento interno em memórias UFS.

Não só, mas o HMD inclui ainda duas câmaras monocromáticas com global shutter para seguimento ocular, áudio Qualcomm Aqstic, trackpad, conectividade Wi-Fi, Bluetooth e USB-C 3.1.

Com este kit, a Qualcomm está a abrir as portas de modo bastante sério à próxima geração de óculos de realidade virtual, totalmente independentes de smartphones, e com a ampla vantagem da performance extra garantida por um Snapdragon 835 dedicado. A grande capacidade deste processador é que permite a cada ecrã renderizar imagens em 2K para uma experiência visual que será muito superior a qualquer coisa que possamos hoje em dia colocar em óculos VR, isto porque mesmo com dispositivos 2K como o Alcatel Idol 4S, a resolução por olho é tecnicamente metade, feita a divisão do ecrã em dois.

E como as coisas estão nesta fase, dificilmente teremos smartphones com ecrãs 4K AMOLED em 2017. Será porventura diferente com esta iniciativa da Qualcomm que começará agora a trabalhar directamente com fabricantes de headsets para incentivar o desenvolvimento, quer de apps, quer de hardware baseado nestes óculos VR de desenvolvimento.

Com o kit VR Snapdradon 835 a Qualcomm não está, no entanto, sozinha. Com a Game Developers Conference a iniciar-se dia 27 de Fevereiro, também a Microsoft começará a disponibilizar para programadores e fabricantes os seus próprios óculos VR para ambiente Windows 10. No entanto estes óculos deverão continuar emparelhados com computadores e outros dispositivos Windows, enquanto a aposta da Qualcomm é plenamente autónoma.

Embora a realidade virtual seja uma grande palavra-chave no mundo da tecnologia actual, ainda não atingiu o potencial de que necessita para se tornar omnipresente nos nossos lares. Existem ainda amplos desafios a superar, quanto à capacidade de processamento dos equipamentos disponíveis, a qualidade dos ecrãs e a duração da bateria perante estes elevados requisitos de processamentos.

 

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