Uma marca da clássica Nokia era que não tinha vergonha de apostar em todos os segmentos de mercado, colocando nas prateleiras tanto os equipamentos mais luxuosos, quanto os telemóveis básicos menos vistosos, mas sempre sem os tratar com displicência. Esta vontade de servir todos é algo de que carecem demasiadas marcas actuais, que mostram dificuldade em apostar com igual seriedade em todos os segmentos de mercado, mas é também algo que a HMD quer ressuscitar, e o Nokia 1 será sem dúvida o caminho certo para isso.

Por inúmeras razões, milhões de utilizadores mundiais não utilizam smartphones, ou recorrem a smartphones básicos onde a experiência Andrdoid não é muito apetecível. A chegada do Android Go, preparado para smartphone de gama baixa e com limitações de memória e armazenamento, poderá mudar isso profundamente, pelo menos quanto à qualidade da experiência Android, ao mesmo tempo que servirá de ponte entre os feature phones e os smartphones com mais funcionalidades e potencial.

É aqui que entra o Nokia 1, o primeiro equipamento Android Go da Nokia e muito provavelmente o primeiro a chegar ao mercado, sendo que a HMD e a Google têm colaborado muito de perto desde os primeiros momentos do renascimento da marca Nokia.

A estética do Nokia 1 é claramente Nokia, incluindo o módulo vertical para a câmara, mas o design é igualmente reminiscente dos primeiros equipamentos com ecrã táctil, com rebordos espessos e cantos com grande curvatura. É decididamente retro, e talvez tenha sido propositado, ao mesmo tempo que não esconde a sua vocação de ser um equipamento que terá um preço abaixo dos €100. Não poderemos esperar luxos, como leitor de impressões digitais, mas poderemos ainda assim pensar que teremos aqui o potencial para uma revolução no mundo Android, com um sistema operativo muito mais democrático.

Quanto às especificações, parece que teremos que esperar pelo dia 26 de Fevereiro para termos algo concreto, se bem que é mais do que expectável a presença de um chip da série Snapdragon 2 e 1GB de RAM no máximo. Este será um smartphone básico e com toda a certeza dá-nos confiança quanto ao compromisso da HMD de não deixar ninguém para trás.

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