Parece que foi ontem que a Qualcomm lançou o seu (então) novo Snapdragon 630, mas por melhor que seja esse chip económico da gama média, ele parece ter passado ao lado das novas tendências de ecrãs 18:9, uma deficiência que o Snapdragon 630 quer corrigir.

Um chip para os ecrãs do futuro

A mais imediata novidade nesta nova plataforma móvel é um grande incremento na sua capacidade gráfica. Não só o Snapdragon 636 apresenta compatibilidade plena com ecrãs FHD+, como integra a nova gráfica Adreno 509 que melhora em 10% a performance da Adreno 508 do Snapdragon 630 em gaming e browsing.

A gráfica, por seu turno, integra as tecnologias EcoPix, TruPalette e Assertive Display. Todas se conjugam para criar uma melhor experiência de ecrã, mesmo em condições de luz menos ideais.

Face à arquitectura mais convencional do Snapdragon 630, com os seus oito núcleos Cortex-A53, o Snapdragon 636 apresenta uma alteração significativa, ao incluir os mesmos interessantes cores Kryo 260 do Snapdragon 660, fabricados em litografia de 14nm e com frequência máxima de 1.8GHz

Em essência, estes núcleos consistem de quatro núcleos Cortex-A73 semi-custom e quatro semi-custom Cortex-A53 com memória partilhada L2 1MB/1MB.

Aí reside o significativo do aumento de capacidade de processamento, e a plataforma poderá ser combinada com até 8GB de RAM. Entretanto, para os fabricantes o mais notório é que o novo chip é totalmente compatível em software e encaixe com os Snapdragon 630 e Snapdragon 660, o que permitirá a sua integração rápida em equipamentos actualmente em desenvolvimento.

A bordo encontramos ainda um modem X12 LTE para velocidades até 600Mbps e um ISP Spectra 160 que pode ser utilizado com câmaras até 24MP e autorizará um desempenho fotográfico muito melhorado, com lag zero e autofoco mais rápido.

A Qualcomm indica que o novo Snapdragon 636 começará a ser enviado para a semana.

Porque precisa o Snapdragon 630 de um substituto?

Do ponto de vista do mercado, esta jogada por parte da Qualcomm é muito interessante. Têm surgido na imprensa relatórios quanto à existência de um novo MediaTek Helio P40 com que a MediaTek poderia competir ferozmente em preço com o 660, baixando o preço face à oferta da Qualcomm.

A existência do Snapdragon 636 repõe a competitividade da Qualcomm neste segmento de gama média e democratiza a arquitectura Kryo que poderá agora chegar a dispositivos na área dos 500 Euros. O Snapdragon 630, entretanto, não parece estar a ser um chip muito bem sucedido comercialmente. Se o 660 é impressionante com uma performance pelo menos idêntica à do Snapdragon 821 do ano passado, o fabrico mais clássico do Snapdragon 630 coloca-o como um upgrade ao 625, que não chega para impressionar os fabricantes nas gamas mais altas.

Com a adopção dos núcleos Kryo para o Snapdragon 636, a Qualcomm tem aqui um chip fundamentalmente mais eficiente e mais atraente para os fabricantes.

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