Onde é que arranjaste isso? Onde posso encontrar para ver? Estive na loja A, B, C e não vi nada igual!

As reações ao LG V50 ThinQ não variam: são sempre de surpresa, curiosidade, e uma certa admiração pelas suas habilidades. É normal andar com smartphones de gama alta, mas não costumo fazer alarido. O caso do LG V50 é diferente: é ele quem atrai atenção e curiosidade sem esforço e, inevitavelmente, desilusão. O V50 não está em lado nenhum por terras Lusas.

No início do ano, o mundo da tecnologia deixou-se fascinar pelos aparelhos foldable, nomeadamente o Samsung Galaxy Fold e o Huawei Mate X, além do menos conhecido Royole Flexi Pai. A LG, no entanto, foi pragmática: revelou o LG V50 ThinQ com um dual display na forma de uma capa protectora com um segundo ecrã. Uma espécie de Nintendo DS, disseram muitos, mas à medida que os flexíveis se atrasaram, o LG V50 ThinQ manteve-se no mercado como a única real alternativa para quem aprecia a funcionalidade extra de dois ecrãs. O maior problema do V50? Não o encontrarão à venda, e isto está a mexer comigo.

O LG V50 não é perfeito

Utilizar uma capa com um ecrã agarrado não é totalmente ideal, e há inúmeros pontos melhoráveis no LG V50 ThinQ, alguns dos quais me causam incómodo, por isso deixem-me tirar estes pontos de cima da mesa para começar.

O maior problema para mim é que, com o ecrã secundário fechado, o LG V50 não tem qualquer ecrã no exterior para me mostrar as notificações que perdi ou para consultar as horas. Não é totalmente incomodativo: estou geralmente com ele aberto em cima da secretária com o ecrã secundário a passar música e qualquer notificação silenciada é fácil de consultar. Mas, quando o fecho, apenas o piscar da luz de notificações me diz que tenho novidades, e não é totalmente ideal abrir a capa.

O outro tema é que o ecrã secundário é algo mais pequeno que o principal, com acabamentos diferentes e menos espectacular com toda a certeza. Na medida do possível, a LG deveria usar um ecrã idêntico, especialmente porque os dois ecrãs não possuem sequer a mesma tonalidade e usar nos dois a mesma app pode realçar a diferente temperatura de cor de ambos, e não podemos calibrar apenas o ecrã secundário.

Finalmente, o LG V50 ThinQ 5G foi lançado na altura errada para um equipamento 5G. Em demasiados mercados potenciais, o 5G ainda está a meses de distância e uma versão 4G teria sido imperativa para reduzir os custos e aumentar o seu atrativo.

Mas que é extremamente prático, é.

Não há nenhum smartphone tão polivalente

Com a excepção do Samsung Galaxy Note10, nenhum smartphone neste momento é tão polivalente. A opção dual screen ainda tem um longo caminho para a maturidade, mas o LG V50 ThinQ é, talvez acima de tudo, um smartphone perfeitamente normal ao qual não faltam quaisquer comodidades espectáveis na gama alta: o potente Snapdragon 855 é alimentado por 6GB de RAM e 128GB de armazenamento interno. O ecrã de 6.4 polegadas com resolução QHD é uma unidade POLED com HDR via Dolby Vision.

Depois podemos acrescentar-lhe altifalantes estéreo afinados com o Meridian Audio, e um Quad-DAC que dá realmente um impressionante boost ao multimédia. Do lado das câmaras, o V50 é polivalente: contamos com duas câmaras frontais, e três principais, sendo que tanto a principal, quanto a teleobjectiva possuem estabilização óptica de imagem, todo um luxo.

Mas, depois, acrescentamos o segundo ecrã e o LG V50 tem truques úteis que mais nenhum smartphone oferece. Podemos jogar os nossos jogos com um controlador no ecrã, usar uma app em cada ecrã, ou usar um dos ecrãs como teclado. Não necessitaríamos exactamente de um segundo ecrã para isto, bastando uma capa, mas podemos colocar o V50 em modo tenda para ver vídeos e é essa uma das minhas funcionalidades favoritas.

Posto de forma simples, para os amantes de produtividade os aficionados do multitasking, o LG V50 é único nas soluções que oferece.

Mas não o podemos comprar em Portugal

As pessoas que viram o V50 em ação tendem a impressionar-se com o que ele faz e que não conseguem ter com outros smartphones. Pelo preço, o ecrã extra parece-lhes bem por comparação a outros smartphones igualmente caros, excepto que não o encontram em loja nenhuma.

E não vão encontrar. O V50 não está à venda em Portugal e podem nem chegar a estar. Até compreendo: é um mercado apertado, e a inclusão do 5G encareceu o telemóvel, quando no nosso mercado ainda estamos a bom tempo de termos 5G comercial. Mas é realmente uma pena que o V50 não esteja à venda por cá: não temos no nosso mercado nenhuma alternativa que faça o que ele faz, e um smartphone que desperta interesse pela abordagem peculiar passará ao lado de boas vendas.

Isto é amplamente frustrante. Com o marketing certo, o LG V50 ThinQ é um smartphone para pessoas com necessidades muito específicas. Quando pensamos nos smartphones exóticos impressionantes que não encontramos à venda, há muitas alternativas. Mas é fácil fazer um smartphone de gama alta. Num mundo onde toda a gente usa os mesmos formatos e os mesmos processadores, o LG V50 cometeu a ousadia de ser diferente e avançar com boas ideias.

Podemos obviamente tentar a compra no estrangeiro, mas não é a mesma coisa, e isso é uma pena.

 

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