É já amanhã que entra em fase de venda o novo Pixel 8a. Se os Pixel têm crescido em popularidade, os Pixel a não têm sempre sido convincentes quanto aos compromissos que fazem, mas a verdade é que são um exemplo a seguir no equilíbrio entre custo, hardware e software. Se o Pixel 7a já era um equipamento muito capaz, com o Pixel 8a a gama média da Google atinge claramente uma maturidade, oferecendo uma grande atualização a vários níveis. Se estão curiosos, a resposta é muito curta: o Pixel 8a é um dos melhores exemplos que podemos encontrar de um telemóvel na gama dos €500. A sua conjunção de especificações com software limpo e com funcionalidades próprias tornam-no uma verdadeira alternativa aos flagship de mais de mil euros que andam no mercado.

O Pixel 8a é um smartphone esteticamente bem conseguido

A unidade de análise recebida por nós é na cor azul e, neste tom, o Pixel 8a é um smartphone absolutamente convincente do ponto de vista estético. O azul é claro, mas não pálido, muito pelo contrário, e o acabamento fosco do painel traseiro oferece uma sensação tátil superior, com menor propensão a ficar marcado.

O módulo fotográfico ao estilo visor continua a ser o centro das atenções, com construção em alumínio a acompanhar a moldura do telemóvel, reforçando a sensação premium deste novo Pixel 8a.

No geral, as dimensões são muito semelhantes às do Pixel 8, mas os cantos que já eram arredondados neste último, são agora muito mais arredondados. O ecrã é o primeiro Actua num Pixel a, o que promete desde logo muito mais expressividade nos gráficos. Os rebordos a toda a volta são, contudo, compreensivelmente mais espessos que no mais caro Pixel 8, sendo o único elemento que pode trair a origem mais budget do Pixel 8a.

O arredondamento adicional dos cantos, faz deste um smartphone francamente confortável de segurar, mas o importante é mesmo que, visualmente, o Pixel 8a é um smartphone inegavelmente atraente e – num mundo de muitas semelhanças – inconfundível. Além da tonalidade azul (Bay) também poderemos encontrar o Pixel 8a em obsidiana, aloe e porcelana. Qualquer uma das cores trai um smartphone jovial e bem apontado aos jovens.

O ecrã do Pixel 8a faz toda a diferença

Um destaque que só ficará melhor com o tempo é a chegada do primeiro Actua Display a um Pixel a, com o painel de 6.1″ FHD+ do Pixel 8. Para muitos, 6.1″ são dimensões muito pequenas, mas os telemóveis compactos estão vivos e recomendam-se. Os rebordos a toda a volta são visivelmente mais espessos que os do Pixel 8 e é isso que explica – juntamente com os cantos mais redondos – que o Pixel 8a tenha um ecrã .1″ mais pequeno, apesar do telemóvel em si ser marginalmente maior.

Um ecrã novo é sempre algo difícil de apreciar assim à partida, mas após alguns vídeos e jogos neste ecrã, estou verdadeiramente confiante. É mais brilhante que o seu antecessor e exibe uma apreciável gama de cores quando visualizamos um vídeo HDR. No entretanto, ativando os 120Hz, a navegação é suave e delicada, as animações elegantes. Fica apenas a óbvia nota de que este não é um ecrã LTPO e, portanto, não há uma taxa de atualização dinâmica para poupar a bateria.

Desempenho e experiência de utilização

Assim de repente, ao nível do hardware o melhor na evolução do Pixel 7a para o 8a è mesmo a substituição do processador Tensor G2 pelo muito mais capaz Tensor G3. Ao manter as mesmas câmaras do Pixel 7a e subir a capacidade da bateria apenas marginalmente, o Pixel 8a poderia ser acusado de ser uma evolução marginal do 7a, mas o diferencial entre o processador deste último e o novo G3 é enorme.

O Tensor G3 oferece 9 núcleos, incluindo um Cortex-X3 Prime a 2.91GHz, seguido de 4 Cortex-A715 e ainda 4 Cortex-A510, mas acima de tudo oferece uma potente NPU que o capacita para acompanhar as enormes evoluções que a Google tem feito na inteligência artificial. A este nível, o Pixel 8a não desilude, com uma interface espevitada e com capacidade de encaixe para jogar WarThunder como gente grande. O seu desempenho está de facto totalmente em território Pixel 8, deixando o Pixel 7a para trás com grade estilo.

Usando a experiência que o Pixel 8 ofereceu à Google, o Pixel 8a parece nesta fase de lançamento um equipamento mais maduro do que o próprio Pixel 8 era à data do seu lançamento. Sob carga de jogos pesados (seja o já mencionado WarThunder, seja um Asphalt 9, etc.) o Pixel 8a está cá para as curvas.

Já a bateria parece também capaz de aguentar um dia inteiro de utilização folgada, não mostrando uma queda abrupta quando fazemos uma sessão mais puxada de jogos. A ligeira subida de capacidade, a par com um processador mais eficiente garantem que a autonomia do Pixel 7a será no mínimo mantida com o Pixel 8a. Será ser picuinhas, mas teria ficado contente se a velocidade de carregamento fosse elevada para o mesmo nível do Pixel 8, com 12W de carregamento wireless.

De elevado relevo são os grandes truques de inteligência artificial disponíveis no Pixel 8a, como nos Pixel 8 e Pixel 8 Pro. Nem todas estão já disponíveis em Portugal, sendo de nota ausência do assistente de chamadas, mas o Pixel 8a é bastante ágil a converter voz para texto, a ler em voz alta qualquer website, e a permitir a tradução simultânea de mensagens.

O Circle to Search é das minhas funcionalidades favoritas, mas ainda melhor e poder ativar o assistente com um pressionar na base do ecrã, permitindo pesquisar o que quer que esteja no ecrã, ou traduzi-lo, o que tem aberto portas a documentos de qualquer idiomas que de outro modo nunca iria ler.

Pixel 8a: fotografia de topo por €559

Todas as marcas vão em algum momento gabar-se da qualidade das suas câmaras. Não é diferente com a Google, que usa como frase marcante para o Pixel 8a “a melhor fotografia por €500”. De facto, espera-se uma grande diferença de qualidade entre um telemóvel de €500 e um de €1000, quanto a capacidade fotográfica, mas o Pixel 7a realmente parecia aproximar-se de alguns telemóveis substancialmente mais caros e esse era um grande argumento a seu favor.

Ora, o Pixel 8a mantém essencialmente as mesmas câmaras do seu antecessor, mas graças às melhorias ao nível do processador e da capacidade de inteligência artificial, os resultados prometem ser melhores no geral. De facto, as imagens parecem francamente comparáveis às obtidas pelo Pixel 8, apresentando uma gama de cores algo mais expressiva que o Pixel 7a, com mais gama dinâmica e bom recorte.

Na essência, a app fotográfica não mudou significativamente. Por trás, no entanto, escondem-se alguns truques impecáveis, como o best take ou o true tone, para fotografias de retrato com tons de pele mais fiéis. No modo noturno, viajando até às definições, encontramos o modo de astrofotografia (que requer um tripé). O Pixel 8a também conta com zoom de elevada resolução, oferecendo algoritmos robustos para suprir a ausência de uma câmara zoom propriamente dita.

Depois, ao nível do tratamento da imagem, a Google coloca a bordo todas as ferramentas de IA dos seus irmãos maiores, incluindo a magic eraser e o magic editor, com o qual podemos fazer umas manipulações muito interessantes, incluindo mudar objetos de sítio e modificar o seu tamanho.

Tal como com o Pixel 7a, não temos um modo macro dedicado, ficando por isso limitados a fotografias a razoável distância dos objetos. Ainda assim, as câmaras parecem conseguir focar razoavelmente perto para conseguirmos capturar algumas imagens mais íntimas do nosso mundo. Tudo somado, o Pixel 8a é um telemóvel muito convincente do ponto de vista fotográfico. O Pixel 7a era provavelmente o melhor smartphone fotográfico da sua gama de preço e nada diz que o Pixel 8a não será igualmente o melhor neste segmento.

Conclusões preliminares

Com menos de uma semana com o Pixel 8a na mão, estou confiante que este será um Pixel de grande sucesso. Certamente mostra argumentos de peso para se impor na gama média e promete ser um sólido smartphone com um set completo de especificações. Numa altura em que os smartphones de topo de gama pedem preços exorbitantes, os telemóveis na faixa dos €500-600 foram ficando para trás, mostrando alguns compromissos importantes para manterem o preço controlado.

Com o Pixel 8a, a Google oferece efetivamente uma alternativa credível a smartphones de €1000, mobilizando um processador muito capaz à enorme capacidade do Android puro. Além disso, há a exclusividade de alguns truques de inteligência artificial e o Tensor G3 nasceu precisamente para isto, com o que toda a experiência de utilização é muito semelhante à de um topo de gama no nosso quotidiano.

Anos atrás, muitas marcas queriam ter o seu flagship killer. Hoje, essa categoria de smartphones se calhar desapareceu, mas com o Pixel 8a, a Google oferece de facto uma alternativa muito viável para quem quer ter a experiência de utilização do smartphone de topo, gastando uma fração do custo. O Pixel 8a está bem lançado para ser um dos smartphones do ano.

A favorContra
Design: O Pixel 8a é um smartphone esteticamente lindo, em cores primaveris e com excelente acabamentoBateria mantém carregamento do 7a: O carregamento de 18W com 7.5W sem fios está longe das velocidades exuberantes da concorrência
Fotografia de topo: Apesar de manter o hardware do Pixel 7a, o Pixel 8a deverá melhorar a todos os níveis graças ao novo processador. Features IA como Best Take, Real Tone, Magic Eraser e Dual Exposure melhoram a experiência fotográfica.
7 anos de suporte: Sete anos de atualizações com um processador capaz de acompanhar o resto da família Pixel 8, um argumento enorme.
Experiência Android Pura: Um grande argumento do Pixel 8a é sem dúvida o Android limpo e carregado de funcionalidades.
Tensor G3: O novo processador será talvez o melhor da gama média. Não chega a a ser um processador de gama alta, mas está muito lá perto.
Novo Actua Display: o Actua Display do Pixel 8a melhora substancialmente o do 7a. É um ecrã de cores expressivas e movimentos suaves.

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