É grande, esmerado, transbordante de hardware capaz e dotado de inteligência acima da média. O Pixel 9 Pro XL é um smartphone superlativo com o qual a Google quer, sem deixar margem para dúvidas, dizer que fabrica a elite dos smartphones. Do departamento fotográfico poderoso à inteligência artificial sobredotada, passando por um design inconfundível, o Pixel 9 Pro XL é puro fogo.

Este design? É fogo!

Sou um fã do design “Cylon” das últimas duas gerações de Pixel, pelo que confesso que fiquei de pé atrás com a nova abordagem dos Pixel 9. O módulo que abraçava as laterais é substituído por uma verdadeira ilha, e os renders não lhe fazem de todo justiça. É ao o manusear que percebemos a pureza e simplicidade das linhas, muito mais limpas do que as do seu antecessor. E custa-me dizê-lo porque… sou um fã.

Onde o Pixel 8 Pro tem curvas ligeiras e agradáveis, onde o módulo arqueia para se fundir com as laterais, o Pixel 9 Pro é plano, limpo, impoluto. Plano como já não se fazem telemóveis assim (ou não se faziam). Não há vidro curvo ou 2.5D: o ecrã é totalmente plano, e o painel traseiro igualmente. A mais ligeira curvatura remata apenas as laterais e, perante estas linhas retas, um módulo que não fosse um puro planalto não serviria o propósito desta linguagem estilística. E assim é, com uma cimeira volumosa e plana, que revela três câmaras (mais à frente aqui voltaremos), flash e sensor térmico.

À frente e atrás, os painéis são de Gorilla Glass Victus 2, enquanto a moldura é alumínio polido com um distinto look premium. Na mão, o Pixel 9 Pro XL tem um feeling irrepreensível: é sólido, suave, e tem um peso muito reconfortante. É igualmente rematado impecavelmente, sem qualquer margem para defeitos. Em pequenos pormenores, a construção parece ainda melhor que a dos Pixel 8, com cada elemento extremamente bem integrado e zero espaçamento entre componentes.

O ecrã glorioso? É fogo.

A orgia de flashes e reflexos de J.J. Abrams na reencarnação de Star Trek em 2009 viaja com um suave esplendor ao longo do ecrã, até que a luz solar quase nos queima os olhos com o seu brilho doloroso. São 3000 nits de brilho máximo para oferecer aos conteúdos HDR uma gama dinâmica impensável, mesmo para o Pixel 9 pro, com os seus 2400 nits. As cores são puras e intensas, o contraste acima de qualquer crítica.

Mas isso é só o início. Apesar do Pixel 9 Pro XL ser marginalmente mais pequeno que o Pixel 9 Pro, o ecrã é marginalmente maior, com 6.8 polegadas, apresentando cantos com curvatura mais aberta e, acima de tudo, rebordos mínimos e de espessura consistente, permitindo o ligeiro crescimento de ecrã ativo em dimensões mais compactas.

Estamos perante um LTPO com resolução 1344 x 2992 e taxa de atualização dinâmica 1-120Hz. Neste aspeto, o Pixel 9 Pro XL leva os doces todos, oferecendo o melhor ecrã dos três Pixel atualmente oficializados, e excluindo o Fold. As animações têm a suavidade de um bailado Bolshoi, juntando-se à alta resolução e tremendo brilho para uma exuberante representação de gráficos e filmes. Videoclips não ficam atrás, com uma exuberância muito atraente.

E é plano. Totalmente plano, se essa for a vossa cena. É certamente a minha. Já não me lembrava de tocar um ecrã tão plano e ágil que o dedo possa ir até às mais absolutas margens sem soluços. Todos nós dizemos gostar de smartphones compactos, mas depois não ficamos indiferentes a ecrãs deste calibre e destas dimensões.

O zoom é fogo!

No papel, o Pixel 9 Pro XL mantém as câmaras do Pixel 8 Pro. Mas o diabo está nos detalhes. Ainda temos o trio 50+48+48, que agora é capaz de vídeo 8K @30fps, enquanto o vídeo 4K pode agora ser tomado 24fps, em acréscimo às 30 e 60 fps do seu antecessor. Crucialmente, o zoom ótico continua a ser de 5X, mas o zoom híbrido salta das 20x para as 30x.

Uma câmara zoom é fundamental. Se são amantes de fotografia, a câmara zoom é um must do qual não poderão abdicar. Nada fecha tão bem o ângulo para um retrato ou para criar uma acrescida noção de profundidade num setting longitudinal. Não esperamos de todo um detalhe fenomenal muito para lá do zoom 10x, mas o Pixel 9 Pro XL tem simplesmente muito para brincar em termos de dados, resolução e algoritmos.

O segredo é – em boa parte – o pós-processamento da imagem, e há um trabalhar muito notório do resultado quando chegamos aos 30X, perdendo-se alguns detalhes finos em troca de um resultado final muito mais homogéneo onde as aberrações cromáticas, auras e fringing são soberbamente controladas. O fringing verde e lilás está perfeitamente ausente no range de zoom máximo, mostrando a magia que a Google está a operar a este nível, por comparação ao que temos visto da generalidade dos fabricantes neste range.

Se em muitos telemóveis pouco ganhamos em ter o zoom (n)x por comparação a simplesmente aumentar a imagem de zoom 5x, no Pixel 9 Pro XL, parece haver de facto um ganho em usar um zoom superior em vez de um crop ao último zoom ótico. Na grua abaixo, nota-se uma tentativa de reduzir grão e fringing que eliminam naturalmente alguns detalhes. Contudo, a ausência da difração e das bandas verdes e lilases é impressionante.

Não esperem ler uma ementa ao fundo da rua, mas os grandes elementos estão lá, e a câmara zoom do Pixel 9 Pro XL serve bem para brincarmos à fotografia séria acima do zoom 5X. Olhando para as imagens infra, caso aumentemos a imagem mais afastada veremos que as letras parecem mais nítidas no zoom digital. À custa de eliminação de detalhes mais finos, redução de granulado, etc. Mas: uau.

No restante, o setup fotográfico é, obviamente, inegavelmente completo, com uma câmara ultragrande angular de 48MP, uma zoom 5X de igual resolução e uma câmara principal de 50MP. Podemos por isso capturar tanto as paisagens mais amplas, quanto os objetos mais distantes e mesmo aqueles mais perto, graças ao macro automático. A isto, o Pixel 9 Pro XL acrescenta obviamente as ferramentas avançadas de edição da Google e um modo “pro” com ajustes manuais e a possibilidade de captura em RAW.

À frente, a câmara de 10.5MP foi substituída por uma muito mais capaz unidade de 42MP, com um ângulo de visão algo mais amplo para os grupos maiores.

E a Inteligência Artificial? Fogo.

Há uma razão muito óbvia para a Google ter adiantado o lançamento dos Pixel 9: a Google tem novas armas na luta pela supremacia da inteligência artificial, e quer roubar os focos dos futuros iPhone. E tem todas as razões para o fazer.

As novidades chegam a todos os níveis, do mais prático e produtivo aos truques mais impressionantes com a fotografia, como a feature Add Me, que permite colocar-nos numa fotografia de grupo onde não estávamos. A opção Reimagine chega também ao editor mágico, permitindo agora não apenas eliminar um elemento de uma foto, mas reimaginá-lo como outra coisa qualquer, com resultados que me deixam francamente desconfortável de bons que são. Não é claro quando chegará aos restantes Pixel.

Portanto, olhemos para a imagem abaixo onde um carro infelizmente lá ficou borrado. Limpá-lo é mais fácil que nunca. Mas e se eu disser que quero que o edifício esteja à beira rio com a água a refletir as janelas? É fácil!

Os novos Pixel introduzem os Pixel Screenshots que acrescentam ao Circle To Search, mas funcionarão para já como uma app autónoma. Ainda não disponível em Português, a Screenshots permite-nos criar capturas de ecrã às quais podemos acrescentar notas, extrair texto e pesquisar mais tarde. Para já, só os Pixel 9 têm esta funcionalidade, pois depende do Gemini Nano que é nativo a estes modelos.

Isto, sem contar com a transcrição de telefonemas, análise de notas e ainda muitas funcionalidades potenciadas pela IA que os Pixel já ofereciam.

A experiência de utilização: fogo!

Para lá destes grandes destaques, o Pixel 9 Pro XL oferece um conjunto de especificações muito equilibradas que são superlativas dentro da linha Pixel 9. Não é apenas o maior, é também o melhor equipado, oferecendo o mesmo processador dos restantes equipamentos. O Google Tensor G4 apresenta um incremento de performance bruta sobre o Tensor G3 que, sem ser extraordinária, é suficiente para um desempenho irrepreensível e, considerando o calor que temos passado, parece aquecer menos que os G3. Por isso, se a experiência de utilização é fogo, não é certamente pela temperatura. Com um mínimo de 16GB de RAM, o Pixel 9 Pro XL não tem de todo falta de espírito desportivo e coloca-se à prova de futuro.

Apesar de lançar com o Android 14, o Pixel 9 Pro XL receberá o Android 15, mal este esteja disponível, mas também não é por aí que temos um problema. A interface ágil está ao seu melhor nível, e as funcionalidades extras da inteligência artificial são argumentos fortes.

A autonomia não me tem deixado qualquer reserva. Com uma bateria de 5060mAh, a capacidade não sobe muito (10mAh) sobre o Pixel 8 Pro, mas o carregamento com fios é algo mais rápido, a 37W, e encontramos também carregamento sem fios a 23W com carregador Pixel ou a 12W com carregador Qi. O carregamento inverso permite também carregar outros equipamentos.

Um smartphone fogoso

Não falta concorrência ao Pixel 9 Pro XL na sua gama de preço logo acima dos €1000. Uma concorrência que vem de alguns pesos-pesados que não podem deixar de ser admirados pelo que oferecem. Mas, para já, o Pixel 9 Pro XL tem um set de skills muito particulares que é difícil de bater, pelo menos quanto à sua interface ágil e despoluída, além dos inúmeros argumentos da inteligência artificial que lhe são exclusivos (pelo menos para já).

O Pixel 9 Pro XL é, por tudo isto, o mais desinibido flagship que a Google já colocou no mercado. O que lhe falta? Até ver, nada. Até mesmo em detalhes como o ecrã totalmente plano é uma afirmação em si mesma.

O Pixel 9 Pro XL começa nos €1449 com 16GB de RAM e 512GB de armazenamento interno.

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