Muitos dos protótipos e veículos conceptuais que surgem nos salões automóveis pelo mundo fora não chegam a pisar o asfalto em direcção a alguma coisa mais séria. Não é o caso do Renault Symbioz. O veículo que, no passado mês de Setembro, era apenas uma carcaça vazia durante o Salão do Automóvel de Frankfurt, ganhou alma (se para muitos um carro sem condutor tem verdadeiramente alma) e já circula nas estradas gaulesas um pouco mais perto da realidade de um veículo autónomo que nos leva para todo o lado sem qualquer intervenção.
O Renault Symbioz que começa agora os testes, não é ainda o produto definitivo que o protótipo de Frankfurt aspira a ser, mas coloca pelo menos na estrada um banco de testes capaz de trazer o futuro para um tempo mais presente a curto prazo.
A estética futurista não desapareceu, e permanecem as linhas arrojadas e estilizadas que poderíamos ver num futuro imaginado febrilmente por Laurens van den Acker. O habitáculo é, também aí, uma visão do que será o futuro lá para 2030, quando o veículo deverá de facto entrar em produção com condução autónoma de nível 4: a activação do piloto automático faz recuar automaticamente os pedais e os assentos e encostos. Ao todo são quatro, rotativos, porque quando o veículo se conduz sozinho, porque não aproveitar para conviver um pouco?
Sob o capô há agora algo concreto: dois motores de 490 CV combinados com 550 Nm de binário para uma autonomia perto dos 500Km. O Symbioz pode ir ainda mais longe, produzindo 680 CV e 660 de binário, com o que a autonomia deverá descer a pique. As baterias são, para já, de 72 kWh, mas deverão ir até aos 100 kWh no futuro, com a Renault a prometer 80% de carga em somente 20 minutos, carga que pode ser usada utilizada como gerador para alimentar uma casa.
O Symbioz que agora inicia as suas viagens é, tal como o nome indica, uma simbiose com diversas marcas: se a Ubisoft desenhou a experiência de entretenimento a bordo, a Tomtom concebeu o sistema de navegação, enquanto a LG é responsável pelos ecrãs, HUD e unidade de controlo.