Mesmo antes da pandemia, o teletrabalho era já uma realidade para muitos profissionais, com cada vez mais trabalho a ser feito em mobilidade. Isto não é um problema para muitos profissionais, mas outros requerem os talentos especiais de um tipo especial de computador portátil: a workstation. Ora o problema das workstations é que são usualmente pesadas, volumosas, caras. A HP ZBook Firefly 14 G7 quebra o molde ao começar nos 1.34Kg, e parecer um portátil executivo que se transporta sem o mínimo esforço.

A HP ZBook Firefly 14 G7 mobiliza excelentes argumentos a favor de uma workstation citadina, facilmente transportável para criativos, analistas, designers que querem viajar leves, apesar de terem todas as suas ferramentas na mochila.

Elegante potência

Os portáteis destinados a executivos costumam ter aquele design mais minimalista e limpo que grita luxo e status. As workstations, nem tanto, mas a HP ZBook Firefly 14 G7 borra deliciosamente estes limites, com linhas muito limpas e um perfil fino neste chassis totalmente de metal perfeitamente rematado.

Facilmente a confundiríamos com o portátil de algum executivo, mas percebemos muito rapidamente que esta workstation é o cavalo de batalha de um criador que não quer concessões à sua produtividade. Além do teclado, temos um joystick incrivelmente útil e um trackpad amplo com duas teclas na base, e outras duas irrepreensivelmente confortáveis no topo, para um absoluto excesso de recursos de apontamento e seleção.

Regressando ao design, as colunas B&O encontram-se de cada lado do teclado, uma excelente posição para não serem encobertas pelas mãos, ou pela superfície de repouso do laptop. A saída de ar, por outro lado, ocupa a face traseira, expelindo o ar muito bem para longe das nossas mãos ou colo, como veremos de seguida.

A ZBook Firefly 14 G7 é apreciavelmente abonada em conectividade para as suas dimensões. Na lateral direita encontramos além da ranhura par um cadeado duas portas USB-A 3.1, o jack de áudio e um leitor de smart card.

À esquerda encontramos a porta HDMI 2.0, duas portas USB-C Thunderbolt 3 e um conector de corrente de 4.5mm. Meio escondida, encontramos ainda a entrada Nano SIM opcional. De notar que o carregamento do portátil se faz tanto pelo conector de 4.5mm, quanto pelas entradas USB-C.

Atrás encontraremos ainda a saída de ar do sistema de refrigeração que tem o ventilador na base.

Estes detalhes são rematados com as linhas minimalistas e angulares a que estamos habituados nos EliteBook, para grande efeito visual num portátil que não parece de todo uma workstation.

Sólido ecrã e áudio

Por baixo da tampa em metal com o brilhante “Z” encontramos o ecrã de 14 polegadas da Firefly, no nosso caso uma unidade FHD com brilho máximo de 250nis. A unidade IPS LCD oferece 45% do espaço de cor NTSC e não chega com especificações como DCI-P3 ou HDR. É apenas um excelente ecrã, mas se exatidão de cor e gama dinâmica forem fundamentais para o vosso trabalho, terão de procurar noutros locais. O ecrã é, de qualquer modo, agraciado por rebordos muito minimizados na lateral, enquanto o superior é compreensivelmente mais espesso, acomodando os sensores do Windows Hello e uma câmara neste caso de 720p que tem um muito bem-vindo slider para tapar a objetiva a salvaguardar a nossa privacidade. Todos os portáteis o deveriam ter.

A HP fez um excelente trabalho no que diz respeito aos rebordos, e temos um ecrã bastante amplo com poucos rebordos, exceto na base e no topo, onde encontramos o sensor do Windows Hello e a webcam com a sua própria patilha para privacidade adicional.

A nossa unidade não inclui funcionalidade tátil, mas com as opções de apontadores a bordo também não me senti preocupado.

Já o áudio fica a cargo da B&O. Duas colunas estéreo ocupam as laterais do teclado com um padrão perfurado reminiscente do branding Z. Oferecem um som detalhado e sólido, nem muito sibilante, nem muito abafado, de elevada qualidade para um portátil tão pequeno.

Performance à fresca

Se por fora a Firefly 14 G7 se parece com um ultraportátil executivo, por dentro, é certamente uma workstation. As configurações vão de processadores Intel i5 de 10ª geração até um hexa-core i7-10810U vPro com um máximo de 64GB de RAM DDR4-3200 non-ECC SDRAM. Notem que estamos a falar de slots SODIMM, pelo que se optaremos pelo modelo de 32GB já não poderemos acrescentar mais tarde. Quem precisar de poder extra para imagem e vídeo poderá aproveitar os benefícios da NVIDIA Quadro P520, em vez da Iris Xe a bordo.

Ao contrário das workstations maiores não existe é opção por processadores Xeon ou Quadro RTX: as linhas compactas do Firefly simplesmente não o permitem. A nossa unidade de teste inclui o quad-core Intel Core i7-10510U e uns importantes 32GB de RAM, o valor máximo para os modelos com NVIDIA Quadro P520 com 4GB de VRAM, para um setup já bastante apreciável ali no meio das possibilidades.

Estas especificações serão mais do que suficientes para trabalho gráfico em movimento, seja edição de vídeo nos Fireworks e Lightworks, de imagem no Lightroom e mesmo CAD pelo meio, mas também programação, desde que não a encarem como uma concorrente aos pesos-pesados como as próprias Zbook Studio da HP. Parece-me que os analistas de dados também têm aqui um ultraportátil muito capaz de mastigar bases de dados como quem come cajus. Certamente consegue correr folhas Excel que fazem o meu usual i5 bufar como um dragão e arrastar-se durante três minutos sem começar a acusar esforço.

Os 4233 pontos no PCMark certamente são garantia de uma performance quotidiana muito folgada, e efetivamente temos zero problemas nesse capítulo.

E aqui, um importante detalhe numa workstation é certamente a capacidade de ser puxada sem se tornar um exagero de calor, e acreditem que tive as minhas dúvidas quanto aos méritos do Firefly neste campo. Não mais, senhores: não mais. A saída de ar é no quadrante traseiro, ocupando quase toda a largura, prova ser fenomenal.

A Firefly 14 G7 é, para começar, silenciosa ao ponto de um sussurro que mal se nota, e não passa muito disso quando começamos a puxar por ela. Talvez seja a minha audição madura, mas durante algum tempo até fiquei na dúvida se teria refrigeração ativa. Portanto, quando puxamos por ela torna-se claro que a circulação de ar é do melhor para continuarmos a trabalhar confortavelmente, sem aquecermos os pulsos ou as mãos e muito menos o colo que não é sujeito à expulsão de ar quente.

Quando a Firefly começa efetivamente a esforçar-se, por exemplo com uma sessão puxada de gaming, apesar de uma subida no sussurro da ventoinha, a refrigeração, aliada a um processador de baixa voltagem pareceu-me francamente boa.

Não há melhor maneira de mostrar isto do que com recurso à câmara térmica do Cat S62 Pro. Após uma hora de esforço no World of Warships com gráficos médios, já dá para perceber que o portátil está a aquecer, mas não tanto que o sentisse nas mãos e a imagem do Cat S62 Pro mostra porquê: o ar quente é na sua totalidade direcionado para trás do portátil, mantendo a maior parte do teclado longe das zonas críticas e o apoio das mãos. A temperatura poderá bater talvez nos 45ºC, em certos pontos, e após muito esforço, o que não chega a ser desconfortável. É uma imagem bonita de se ver para quem espera levar esta workstation ao máximo e não precisa ter especiais receios de aquecimento desconfortável!

Produtividade na ponta dos dedos

Portanto, a performance da Firefly G7 encontra-se bem no meio da tabela e em comum com o que poderemos esperar de um equipamento deste preço. O segredo da sua eficácia como workstation transcende a mera performance, e esconde-se nas ferramentas de produtividade que coloca ao dispor dos seus utilizadores.

Aqui entram o excelente teclado, trackpad e joystick mobilizados pela Firefly.

Há simplesmente hábitos que são fáceis de ganhar com as boas coisas. Com duas semanas de Firefly, no entanto, fiquei intuitivamente a procurar o joystick (que não tenho), e os botões físicos do trackpad. Estes dois botões no topo são tão suaves que não requerem qualquer esforço para serem ativados, além de que são absolutamente silenciosos, ideais portanto para utilização no escritório, sem fadiga e sem os cliques constantes começarem a incomodar. O trackpad em si pareceu-me extremamente sensível ao toque para uma utilzação muito agradável, e sob o painel, em baixo, temos ainda duas áreas de toque para ainda mais opções de interação. Em alternativa, o joystick é poderoso para acelerar a colocação do cursor onde mais precisamos dele e com grande precisão.

Do lado do teclado, as teclas têm uma atuação muito gratificante, com movimentos sólidos e secos, acima de tudo pouca resistência para um clique simpático e nada esforçado. Tal como as teclas do trackpad, o teclado é bastante discreto para trabalho em escritório, mal fazendo um som. Isto dito por quem tem um hábito irritante de martelar as teclas (eu. Refiro-me a mim).

Autonomia despreocupada

Ora bem, temos um portátil apreciavelmente potente, dentro de umas dimensões muito compactas de 13 polegadas. Quanto enviou a HP de autonomia neste pacote?

Bom, uma unidade de 53Wh que me pareceu boa para mais de 10 horas de trabalho normal contínuo, um resultado muito bom. Claro que se começarem a fazer CAD e edição de vídeo podem esperar algum decréscimo, mas o valor é francamente interessante para um portátil com estas especificações técnicas.

O carregamento rápido permite repor a carga em 50% em apenas 30 minutos, o que se avizinha perfeitamente útil.

Um citadino com processamento da pesada

Obviamente, a HP Zbook Firefly 14 G7 não pretende estar no mesmo campeonato das bestiais ZBook Fury e Zbook Studio, mas para criação de conteúdos e análise de dados relativamente pesada, a ultraportabilidade da HP Zbook Firefly 14 G7 coloca um grande potencial nas mãos dos que viajam frequentemente e não querem sobrecarregar-se.

Para quem é? Obviamente para profissionais em movimento que querem o fundamental das suas ferramentas de trabalho sempre consigo, sejam arquitetos, engenheiros, analistas de dados ou criativos para quem a capacidade de encaixe de uma workstation é fundamental.

A HP Zbook Firefly 14 G7 é certamente um grande argumento a favor da workstation citadina flexível, ultraportátil, poderosa. Munida de um potente Core-i7 de 10ª geração, excelente setup de teclado, trackpad e joystick, a Firefly é bem mais capaz do que equipamentos generalistas, e soberba para produtividade acrescida num tamanho que mal se sente nas costas. Esta máquina é bonita, potente, cativante e com um preço relativamente acessível.

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