Foram dois anos de resistência, mas o notch chegou finalmente à Samsung, colocando um fim à sua aposta firme na simetria dos ecrãs, e muitos poderão não se sentir confortáveis com isso mas pelo menos podemos ter a certeza de que o notch chegou com a melhor aposta da Samsung na gama baixa nos últimos anos. Falo dos Samsung Galaxy M10 e M20, oficiais a partir de hoje. Estes dois dispositivos são tecnicamente tão interessantes que assinalam a obsolescência dos restantes dispositivos de gama baixa da Samsung, o que mais pena nos faz que para já estejam disponíveis apenas no mercado Indiano, via Amazon.
Menos mau, o notch é do estilo gota-de-água ou em “v” (Daí o nome de Infinity-V para o ecrã), pelo que é bastante contido e aloja apenas a câmara principal, permitindo a estes Galaxy um aproveitamento de ecrã inédito nesta gama, pelo menos para a Samsung. Os painéis de 6.2 e 6.3 polegadas são igualmente IPS LCD, ao contrário do que tem sido a norma da Samsung que havia colocado todos os ovos no cesto dos AMOLED. A contenção de custos face à concorrência Chinesa falou mais alto.
Quem procura a autonomia vai olhar primeiro para o Samsung Galaxy M20 que chega com uma colossal bateria de 5000mAh. Não sabemos neste momento qual a velocidade de carregamento desta bateria, mas sem carregamento rápido será um processo bastante demorado. Entretanto, o Galaxy M20 inclui ainda um ecrã de 6.3 polegadas FHD+. Como já se previa, o Galaxy M20 estreia o processador Exynos 7904, um chip económico que quer trazer para a gama baixa boas especificações a nível do multimédia. Por falar nisso, o dispositivo é equipado com uma parelha de câmaras de 13MP+5MP, enquanto a câmara selfie é uma unidade de 8MP. Em termos de memória, as opções aqui são de 3 / 4GB de RAM e 32GB ou 64GB de armazenamento interno expansível.
Entretanto, o Galaxy M10 é o mais contido dos dois, sem surpresa. O ecrã é algo mais pequeno, com 6.22 polegadas com resolução HD+, 720×1520, com o que o mais modesto Exynos 7870 poderá imprimir-lhe uma performance mais digna. As opções de memória são de 2 ou 3GB de RAM e 16 ou 32GB de armazenamento interno. No departamento das câmaras, mantém-se a combinação de 13MP + 5MP, e a câmara selfie passa para 5MP. A bateria, essa, é também mais pequena, com 3 4000mAh. Ultima grande diferença entre os dois dispositivos é que o Galaxy M10 não possui leitor biométrico e opta por uma porta microUSB em vez de USB-C.
Sinal do seu foco no mercado asiático, nenhum dos dispositivos parece ter NFC, sendo que por essas latitudes não existe tanta difusão desta útil tecnologia. São dispositivos que se localizarão no segmento abaixo dos €200, onde esta omissão não será grave, mas ambos chegam também com Android Oreo, numa altura em que seria desejável o Android Pie. O lançamento de dispositivos com versão anterior do Android é – de qualquer modo – uma tradição da Samsung.
Poderão os Galaxy M10 e M20 ser finalmente uma resposta adequada à ameaça de Huawei e Xiaomi nos mercados Asiáticos e em desenvolvimento?