Os momentos imediatamente antes e após o Natal são sempre férteis em promoções e novidades, pelo que se está a pensar em comprar um smartphone, esta época é aquela em que talvez sinta maior pressão para o fazer. Mas não é o impulso que deve orientar a nossa escolha pelo momento de comprar um novo telemóvel. Convém, afinal, que nos lembremos que todos os bólides que comprarmos nesta altura do ano serão substituídos muito brevemente, com novos modelos por volta de Janeiro e Fevereiro. E talvez sejam como eu, pessoas práticas, para quem o telemóvel cumpre funções úteis e não estão sempre a correr atrás dos modelos mais recentes e vistosos. Muitos deles não serão os indicados para si.
Mas há sinais – alguns bem óbvios – quando precisamos de um smartphone novo.
O software já não é o mais recente
Um factor que deve orientar qualquer compra é a facilidade com uma marca actualiza o seu software, ao longo dos meses e mesmo ao longo dos anos. Se os topos de gama têm geralmente garantida a evolução ao longo de dois anos, os mais baratos são frequentemente esquecidos, e isto deveria fazer-lhe toda a diferença.
O Android não é um sistema operativo inseguro. A Google desdobra-se em esforços para manter as apps seguras e o sistema operativo ainda mais, mas depois cada marca tem as suas próprias skins e apps, e a inúmera quantidade de utilizadores activos é simplesmente um bom alvo para hackers. Estes estão sempre atrás de vulnerabilidades dos equipamentos e só os dispositivos mais recentes estão geralmente actualizados contra as ameaças mais recentes. Todos os outros são tão mais vulneráveis, quanto mais antigos forem. As recentes falhas Meltdown e Spectre são um claro exemplo de como equipamentos antigos podem nunca deixar de estar vulneráveis. Aqui não há volta a dar: se o seu smartphone já não tem software actual e seguro, o melhor é mudar.
Há, depois, a questão das funcionalidades. Cada sistema operativo traz novas opções de utilização, cada hardware, novas funcionalidades. Pode ser simplesmente que novas ferramentas surjam que queira ou necessite utilizar para melhorar o seu quotidiano profissional ou pessoal. É o caso de serviços como o Netflix e apps de produtividade que simplesmente já não oferecem suporte para versões mais antigas do Android.
Os danos já não justificam a reparação
Já nos aconteceu a todos andar com um ecrã ou o vidro de uma câmara partidos ao longo de meses. As coisas não funcionam bem, mas vão funcionando. Infelizmente para nós, danos deste género não costumam ser cobertos pelas garantias e podemos estar a olhar para reparações que custam tanto quanto um smartphone novo, ou simplesmente não justificam a tentativa.
Se formos arrojados, podemos comprar os componentes online e fazer a reparação pelas próprias mãos ou numa loja, mas andar com tudo partido é um risco para danificar ainda mais o equipamento ou levar ao seu colapso puro e simples. Por exemplo, se um vidro for para dentro dos componentes da câmara, podemos danificar todo o módulo, e não vale de qualquer modo a pena andarmos com uma câmara que não funciona.
Se reparar o seu dispositivo já não é uma opção realmente viável, considere adquirir um novo.
A performance é sofrível
Nem todos, mas alguns smartphones começam a sua vida rápidos e eficientes, para lentamente iniciarem um declínio em direcção a uma velocidade lenta em que tudo se arrasta. Smartphones mais modernos como o Huawei Mate 10 Pro incluem inteligência artificial para gerir melhor os recursos e manter o dispositivo rápido por mais tempo, mas será este equipamento imune à decadência da performance?
À medida que passamos meses a acrescentar e remover ficheiros e apps, estes ficam cada vez mais fragmentados e mesmo as melhores memórias terão que gerir cada vez mais fragmentos de apps, inevitavelmente requerendo mais esforço e recursos para o fazer.
Ao mesmo tempo, temos de ser realistas: as apps ficam maiores, os jogos mais complexos, e as especificações de topo de ontem são a penúria de hoje. Mesmo que trate o seu smartphone com o máximo de cuidado, com o avançar do software ele será progressivamente menos capaz de lidar com os programas mais recentes.
Há algo que realmente quer num modelo novo
Alguns smartphones nunca chegam a cumprir as reais necessidades dos utilizadores, mas outros começam a sua vida como frutos de encanto, para se tornarem desilusões ao longo do tempo. Vejam este sinal como uma súmula de todos os anteriores: o seu smartphone simplesmente já não lhe oferece aquilo que precisa.
Está cansado de ver as fotografias de grande qualidade dos dispositivos mais novos, quer começar a fazer pagamentos contactless, os serviços de streaming não correm correctamente, ou o hardware já não chega para os jogos que queremos.
Todos nós evoluímos com o tempo e ficamos mais conhecedores do que um smartphone pode fazer por nós. Ficamos, por isso, mais conhecedores do que o nosso smartphone actual não pode de todo fazer, por mais que tentemos. Se essas lacunas são importantes, é hora de avançar.