Ben Goertzel, o homem do chapéu de zebra, é o pai desta invenção que nasceu em Hong Kong na líder tecnológica SingularityNet. Chama-se Sophia, é a primeira cidadã com bilhete de identidade de um país que é ao mesmo tempo um robô. Confuso? Sim, estamos mesmo na presença de um robô que tem direito a um bilhete de identidade num país (neste caso Arábia Saudita). Esteve em Lisboa com o seu criador, levantou a plateia do palco principal do Web Summit para a aplaudir e ainda respondeu a algumas perguntas dos jornalistas.
Quando o tema foi lançado, os dois robôs Sophia e Einstein (este último também filho do mesmo criador de Sophia) entraram no palco apoiados em plataformas deslizantes. Até aqui está tudo normal já que estamos na presença de robôs e estes não se conseguem deslocar de forma normal, como se fossem um humano. Mas a normalidade desaparece quando vemos as muitas semelhanças entre um humano feito de carne e osso e os robôs que estão em palco compostos por uma série de elementos mecânicos e electrónicos. Movimentos de boca, bochechas, expressões faciais e sorrisos, são exemplos de funcionalidades muito avançadas que tornam estes dois robôs o mais perto possível de humanos. E observando a plateia, foi possível perceber dois sentimentos distintos: fascínio pela tecnologia, medo do futuro.
Durante a palestra, Einstein (que nunca imaginou estar presente no Web Summit, diga-se), foi quem deu seguimento à conversa com Sophia, à medida que os dois foram criando empatia com os espectadores. No meio dos dois, esteve sempre o pai destes dois robôs, que nunca conseguiu deixar de transparecer o orgulho e o fascínio.
Mas qual o futuro de Sophia?
Para Goertzel, o grande objectivo passa por dar a Sophia a compreensão sobre todas as coisas que é interpelada. Isto significa mais conhecimento e mais reação, assim como uma maior semelhança para este robô. O objectivo é sempre o mesmo: ajudar os humanos a resolver alguns dos problemas da sociedade e evoluir em conjunto com eles. Para isso, será sempre necessário evoluir ainda mais na humanidade dos robôs, mas também investir mais em mecanismos de segurança, sendo estas algumas das questões que vão orientar o futuro do desenvolvimento destes novos robôs humanoides.
Naquela que foi a sessão mais lotada (até ao momento) do Web Summit, deu para perceber a curiosidade das pessoas por este tipo de robôs, assim como pela tecnologia que está por detrás dos mesmos. No entanto, nota-se ainda muito receio, medo do desconhecido, quer seja em conversas durante e após a conferência, quer seja pelo sorriso nervoso com que muitos elementos da plateia respondiam a brincadeiras e sorrisos entre o professor Einstein e Sophia.