Quando surgiu em 2013, o primeiro YotaPhone fez furor como o primeiro smartphone do mundo com dois ecrãs. Em particular, o ecrã traseiro era uma unidade e-Ink monocromática, always-on, que permitia consultar notificações e lidar com diversas tarefas sem ligar o ecrã principal, poupando bateria de modo impensável. Um segundo YotaPhone surgiu em 2015, mas o fabricante viu-se envolto em polémica quando cancelou a versão Norte-Americana do YotaPhone 2, citando complicações com a cadeia de fornecimento.
Depois foi o silêncio quase completo da marca, e nesta fase já ninguém acreditava num novo YotaPhone. No entanto, como o TechRadar detectou no Instagram oficial da YotaPhone, a marca declara estar neste momento a desenvolver a terceira geração do YotaPhone, sem no entanto dar qualquer pormenor quanto a datas ou características.
O YotaPhone seria em princípio produzido pela ZTE, mas a indicação já remonta a Setembro de 2015, e nenhum smartphone demora assim tanto tempo a dar notícias, pelo que os esforços do fabricante (quaisquer que fossem) caíram no esquecimento.
Nesta fase do campeonato, haverá quem ainda espere por um YotaPhone 3 com ecrã e-Ink?
Em 2013, a ideia de um ecrã e-Ink num smartphone parecia fascinante: não só o smartphone poderia funcionar a dias a fio sem activar o ecrã principal, como a elevada visibilidade do ecrã permite a leitura clara em condições de grande luminosidade quando a maioria dos smartphones começa a ter dificuldades.
Os ecrãs e-Ink são relevantes por isso para leitores de eBooks, como o Amazon Kindle, mas não se tornaram uma moda em smartphones. A sua necessidade não pareceu ser demasiada aos olhos dos consumidores, que deram prioridade ao hardware mais performante, às câmaras fotográficas, aos leitores de impressões digitais e ao carregamento rápido das baterias. Os ecrãs e-Ink permaneceram, entretanto, limitados por serem apenas monocromáticos. Valerá o investimento num segundo ecrã meramente monocromático?
A E Ink desenvolveu em 2016 um novo ePaper colorido, mas a sua resolução e aplicações não parecem para já destinar-se a smartphones.
No mercado global, os smartphones com ecrãs deste tipo não se tornaram particularmente conhecidos, mais uma vez porque existiram sempre alternativas mais potentes, com melhores ecrãs principais, e com características no geral simplesmente melhores.
Portanto, a YotaPhone poderá ainda estar a tentar obter algum lucro neste segmento, mas será que, passada a novidade de 2013, ainda há um futuro para o YotaPhone 3 e para os ecrãs e-Ink?