Sim, falhamos a previsão de uma semana por um feriado e dois dias. Matem-nos e arrastem-nos pela praça pública. Sim, a Xiaomi está a chegar a Portugal e, já hoje, começamos a verificar que diversos modelos Xiaomi aparecem como em Stock em diversos retalhistas nacionais. Os preços, esses são o que conhecíamos, mas por então não quisemos revelar.
É de destacar que os dispositivos que começamos a ver nas páginas de retalhistas como a Fnac chegam com os mesmos preços de Espanha, um feito absolutamente extraordinário, já que em regra os preços por cá são pelo menos 10€ mais elevados, em virtude de diferentes margens de lucro e impostos mais pesados. No entanto, estes preços foram amplamente negociados ao longo dos últimos meses e, de algum modo, as partes conseguiram entender-se para que a Xiaomi fosse oferecida a preços verdadeiramente competitivos.
Ao mesmo tempo, os equipamentos encontram-se em stock algo limitado (noutros casos o stock ainda aguarda, enquanto noutros ainda já podemos receber a nossa encomenda em 48 horas), mas em stock das próprias lojas, não como até agora em que as lojas serviam de intermediárias para as nossas encomendas, embora as lojas externas continuem a figurar nas alternativas de compra.
Este é apenas o início. A Xiaomi deverá disponibilizar em Portugal novos modelos juntamente com a chegada das primeiras lojas que poderão instalar-se em Maio ou Junho o mais tardar. Falta ainda um anúncio oficial, mas o objectivo da marca é começar desde logo a disseminar o seu nome entre os consumidores tradicionais. Como tal, iremos assistir a um crescendo da promoção.
Mas falhamos por uns dias. “Sorry about that”.
Porque aposta a Xiaomi em Portugal?
A Xiaomi possui na Europa inúmeros mercados de maiores dimensões e com maior poder de compra. No entanto, não é a primeira marca Chinesa a aperceber-se do tradicionalismo do consumidor nacional: os Portugueses, Espanhóis e Italianos ainda gostam de sentir o equipamento nas mãos antes de se comprometerem. Queremos o feeling, ver o detalhe, e confiamos pouco no online.
O mercado online continuará, certamente, a florescer. No entanto, a Xiaomi quer agarrar o consumidor tradicional, aquele que permite contabilizar as vendas e medir a real dimensão de uma marca num mercado. Em 2017 estimava-se em pelo menos 6.5 milhões de indivíduos, o número de utilizadores de smartphones, com uma estimativa de mais de 60% das vendas a concentrar-se no segmento entre os €200-€300, precisamente o segmento em que a Xiaomi aposta forte a partir de hoje.
A marca que estatísticas puras e duras, quer o público tradicional e fiel que não se rende às modas passageiras, nem ao ciclo infernal de novos lançamentos vindos da China. Acima de tudo tendo já conquistado o público jovem e vanguardista, a Xiaomi quer ser uma marca de valor acrescentado para os utilizadores tradicionais que ainda olham para o que vem de fora com a sensação de que é algo descartável.
Conquistando mercados tradicionais e sólidos, a Xiaomi abre o caminho para IPO de que muitos têm falado, mostrando-se uma empresa com estratégias e alicerces objectivos, que não se reduz à volatilidade dos mercados paralelos. Em suma, mostra-se madura e ambiciosa. Mas, mostra-se igualmente de confiança e transparente, já que com a implementação no espaço Europeu chega o escrutínio das agências oficiais, as actividades claras e objectivas.
The story ain’t over
Este é apenas o início. A Xiaomi apostará numa promoção multicanal cujas dimensões ainda estão por determinar. Como disse acima, as primeiras lojas chegarão a Portugal até ao Verão e, com elas, novos modelos.
O resultado líquido será um mercado mais forte, mais variado, com melhores opções para os consumidores.
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