Desde que entramos num gabinete médico pela primeira vez que apreciamos o mistério e ar sombrio das chapas de raios-X, num sinistro monocromático que adensa o mistério e requer olhos treinados para interpretar o que são por vezes pequenas nuances num osso, num tecido. Mas a MARS Bioimaging desenvolveu agora o primeiro raio-X tridimensional a cores que mostra um nível de detalhe sem precedentes e aumenta a capacidade de diagnóstico dos profissionais de saúde.

A Spectral CT  – que pode ser traduzida como tomografia computorizada espectral – herda tecnologia específica do CERN, nomeadamente os chips Medipix cuja primeira aplicação foi rastrear partículas no Grande Colisor de Hadrões, sendo capaz de contabilizar cada partícula que o atinge. Graças a esta possibilidade, os chips são utilizados para medir o comprimento de onda dos raios-X à medida que passam por matéria de diferente constituição e densidade, como sejam músculos ou ossos. Todas estas variações são depois tratadas com algoritmos que permitem recriar uma imagem 3D extremamente detalhada com pormenores que vão desde os grandes ossos e tecidos, a detalhes como o sangue, a gordura e outros tecidos.

O nível de detalhe e as possibilidades de tratamento dos dados ultrapassam por uma grande razão de ordem todas as ferramentas de imagem médica actualmente disponíveis e após testar a Spectral CT em doenças vasculares, ósseas ou cancerígenas, o CERN julga que esta oferecerá aos médicos maior capacidade de diagnóstico e maior possibilidade de adaptar os tratamentos às especificidades de cada paciente.

Infelizmente a tecnologia ainda demorará algum tempo a generalizar-se. O próximo passo serão os estudos clínicos que se darão ao longo dos próximos meses junto de pacientes ortopédicos e de reumatologia na Nova Zelândia.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui