Com as pressões Norte-Americanas a fazerem-se sentir no mundo da tecnologia, com a ameaça séria de um embargo destruidor à Huawei, poucas empresas podem deixar de se sentir preocupadas com a possibilidade da loucura de Trump as afectar no futuro. Num paradigma desfasado da realidade, a administração Trump já mostrou que as regras do mercado livre só funcionam para um presidente que mantém as suas próprias empresas em flagrante desrespeito de qualquer noção de incompatibilidade de interesses. Mas, se a Google tem poucas opções que não o obedecer a uma ordem presidencial, correndo o risco de alienar o seu próprio mercado, a Portuguesa Aptoide não perdeu a oportunidade de tentar negociar com a Huawei.
Com 900 mil apps e 200 milhões de utilizadores, a Aptoide é uma das mais conceituadas alternativas mundiais à Play Store da Google, com um seguimento de culto entre os aficionados das tecnologias, graças a trunfos como o facto de ser agnóstica e permitir instalação em smartphones, TV’s ou boxes, independentemente da marca.
Para a Huawei, à procura de independência da Google vulnerável às pressões governamentais, a Aptoide pode ser uma real alternativa à Play Store e à sua própria app store. Nesse sentido, os responsáveis da Aptoide já estão em negociações com a Huawei com vista a uma parceria, que poderá acontecer quer a Google recue, quer não.
Para Paulo Trezentos, diretor executivo da Aptoide, está excluída a hipótese de uma aquisição, mas a empresa estará certamente interessada em estudar com a Huawei todas as possibilidades, incluindo instalação de fábrica da app nos equipamentos da marca Chinesa. Com disponibilidade em mais de 40 idiomas, a Aptoide está claramente em posição de começar a trabalhar no mercado global com um aliado como a Huawei.
A perda de uns, será certamente o ganho de outros, e a Portuguesa Aptoide não vai ficar parada a ver a caravana passar.