O que é que tem um ecrã OLED de elevado brilho, som Harman/Kardon e um design que foge ao comum? O Asus Vivobook Pro 16X é um portátil poderoso para multimédia que poderá tornar a vida mais agradável tanto aos criadores, quando aos gamers ocasionais, já que oferece capacidade mais do que suficiente para satisfazer os dois mundos. Mas se o velho adágio é que à mulher de César não basta sê-lo, e tem de o parecer, é verdade que, mais do que ser um portátil para criativos, o Asus Vivobook Pro 16X parece-o, com anotamentos impecáveis num dos designs mais irreverentes e despreocupados do mercado.
Ficha Técnica
- Processador: Intel Core i7-11370H a 3.3 GHz com 14GB de RAM DDR4
- Armazenamento: 1 TB SSD NVMe
- Gráfica: Nvidia GeForce RTX 3050 4 GB VRAM
- Ecrã: 16” OLED 10-bit 4K (3840 x 2400) a 60Hz
- Portas: USB 3.2 Gen1, USB-C 3.2 Gen2, 2 x USB 2.0, HDMI 1.4, MicroSD, jack 3,5 mm
- Autonomia: 96Wh, >10 horas
- Dimensões: 360,5 x 259 x 1,89 mm
- Peso: 1.95 kg
O Asus be yourself
O estilo é obviamente uma questão de gosto, mas nesta ponto de pegar ou largar, confesso que fiquei agarrado aos inúmeros apontamentos estilísticos deste portátil que, com a sua caixa de alumínio, transborda premium e solidez. O alumínio fosco é excecionalmente agradável ao toque e o frio que transmite é um reconfortante recordatório da construção em metal tão bem vinda.
As linhas são limpas, mas o Asus Vivobook Pro 16X não quis de todo ser mais um portátil minimalista. Pelo contrário, este é um portátil onde cada detalhe é feito para inspirar, começando pelo ecrã cujo exterior possui um alto-relevo com o branding e slogans chamativos como “Uncage Your Possibilities”. Tudo neste portátil nos diz: usa-me, vai mais longe, liberta-te e cria. É um portátil para designers, feito por designers, que quiseram mostrar ao seu público-alvo que é compreendido.
Há aqui alguns detalhes que não encontramos noutros equipamentos no mercado, e são tão distintos que se tornam marcantes. Pessoalmente destaco o teclado tricolor, com o Escape a laranja e teclas Tab, Enter, Shit, Caps, etc., num tom cinza mais escuro, numa abordagem perfeitamente retro que me leva aos meus tempos de infância na informática. Visualmente marcante, esta coloração diferente das teclas é também extremamente prática para termos uma melhor referência das limitações das teclas alfabéticas e minorarmos as ativações em falso.
Há depois pequenos detalhes inesperados, como as gravações na base da dobradiça do ecrã, criando um computador de espírito arrojado que se destaca de multidão e não tem pudor de ser visto. Numa palavra, o Asus Vivobook Pro 16X é um portátil confiante.
Teclado para programadores, Asus Dial para criativos
O Asus Vivobook Pro 16X OLED combina um excelente teclado com um touchpad inovador. O resultado é uma combinação de sistemas de input muito interessantes.
Em particular, o Vivobook apresenta um teclado amplo e bem espaçado que se comporta de forma irrepreensível. Terá das melhores experiências de utilização que experimentei em tempos recentes, graças a um movimento muito suave e silencioso das teclas, que atuam sem esforço. Os que poderão ter alguma tendência para pulsos cansados poderão beneficiar muito deste teclado confortável, retroiluminado, que se pode utilizar facilmente em maratonas de trabalho e se digo programadores, digo qualquer outro que vá precisar de debitar carateres como se não houvesse amanhã.
Há muito a dizer sobre a peculiar opção por um teclado tricolor, com as teclas de comando e modificadoras de cor diferente das numéricas e alfabéticas. Além do interessante tema retro desta opção, a ajuda visual é útil para termos os dedos melhor localizados sem olharmos exatamente para o teclado. Adicionalmente, o Enter, orientado na horizontal, tem recortes na diagonal que replicam as linhas que vemos no chassis, que acabam por ajudar o nosso dedo a cegamente encontrar a tecla e a distinguir de qualquer outra ao seu redor.
Já o touchpad é uma peça muito única da Asus. Inclui o Asus Dial, que pode ser ativado com um deslizar a partir do topo direito do touchpad. Embora o Asus Dial esteja perfeitamente vocacionado para acedermos rapidamente a funções simples, como controlar o brilho do ecrã ou o volume do áudio, o seu verdadeiro potencial pode mais corretamente ser libertado com a suite de programas da Adobe, onde permite que os criativos acedam mais rapidamente a funções específicas. Pode parecer peculiar e talvez seja uma ferramenta que nem todos utilizarão no seu máximo potencial, mas tem claramente um público-alvo que outros deixam de fora.
Quem não utiliza aplicações da Asus pode programar funções mais básicas para o quotidiano. Por defeito, deslizar de forma circular neste Dial Pad permite escolher entre definições de volume e brilho do ecrã, e depois deslizar de dentro para fora para a esquerda ou para a direita, permite então controlar o volume e o brilho.
Um apaixonante ecrã OLED
Ora bem, os OLED começam agora a ser mais comuns nos portáteis, mas a Asus é definitivamente uma pioneira. Tudo neste ecrã é moderno, desde a sua tecnologia OLED, até ao formato 16:10 vocacionado para a produtividade. A resolução 4K (3480 x 2400) é algo digno de se ver, se bem que perdemos os 90Hz do 14X em prol de uma taxa de atualização de 60Hz, mais pedestre para criadores multimédia que ainda assim saberão apreciar a nitidez dos detalhes para edição mais refinada de vídeo e imagens.
Para este tipo de trabalho, a certificação VESA DisplayHDR True Black 600 e a cobertura de 100% do espaço de cor DCI-P3 são certamente bons indicativos do tipo de imagens que poderemos obter com este ecrã. Portanto, o ecrã do Vivobook Pro 16X não demora a impressionar com os excelentes contrastes. Desperdiçá-lo num texto será um ato criminoso, porque das cores aos contrastes, o ecrã tem um coice nas imagens que pede mesmo a sua utilização ao nível do multimédia, seja criação, ou visualização.
Desempenho para brincar, desempenho para jogar.
Um aspeto inegavelmente importante ao olharmos para o Vivobook Pro 16X é a sua polivalência para trabalho e mesmo algum gaming, já que por um lado oferece energia suficiente para um cientista, programador ou designer. Por outro, a presença a bordo de uma RTX 3050 significa que uma função secundária de gaming está simplesmente ali ao nosso dispor para qualquer momento onde a vontade de brincar se sobreponha ao imperativo de trabalhar. Neste ponto, obviamente que tenho de dar o mérito à Asus por ter criado um equipamento com esta polivalência.
Atualmente, a marca oferece mesmo versões com até um Intel Core i9 12900H ou uma seleção de AMD Ryzen 6000 Rembrandt-H, em qualquer um dos casos colocando muitas capacidades dentro de um chassis.
O nosso equipamento de teste, por outro lado, veio equipado com um setup já de si bastante poderoso, contando com a RTX 3050 já mencionada e Core i7-11370H. Não há cá Intel U: este menino quer ser puxado. Mesmo tratando-se de um processador de 11ª geração, o sistema responde bem e tem potência de sobra para jogos ou para uma folha Excel com alguns milhares de linhas e fórmulas.
A refrigeração não é um problema no Vivobook Pro 16X, já que as ventoinhas fazem um excelente trabalho, mas algo que poderão notar é um ligeiro silvo no seu funcionamento. Parece-me, “a olho”, que este portátil tem ruído mais agudo do que a maioria daqueles a que tive acesso. Mas se a máxima performance não for necessária de momento, podemos utilizar a aplicação ProArt para escolher diversos perfis de ventoinha, incluindo um modo silencioso onde praticamente nada se ouve.
Boa autonomia com uma bateria enorme
Para um portátil particularmente desportivo, uma bateria particularmente grande. A bordo do Vivobook Pro 16X encontramos uma bateria de 96Wh, claramente no topo do que conseguimos encontrar num portátil, e limitada apenas por regulamentos, já que em alguns mercados 100Wh é o máximo que podemos por num computador.
E, portanto, não fiquei particularmente surpreendido por conseguir extrair umas 10 horas de utilização normal num dia de trabalho, o que efetivamente me deu para dois dias de brincadeiras sem ter de ligar o computador à corrente.
Conclusão: uma opção confiante
Ao falar com algumas pessoas sobre o Vivobook Pro 16X, as opiniões eram algo polarizadas. Alguns amam, outros nem por isso, este estilo arrojado com teclas multicolores, os slogans gravados aqui e ali. Compreendo estes últimos, mas não concordo. Este é um portátil que poderá despertar paixões com o seu estilo muito próprio e, por isso, quem o adquirir irá sem dúvida tomar o seu tempo a admirar todo o seu estilo e as funcionalidades únicas que coloca em cima da mesa. À volta desta, alguns poderão franzir o sobrolho, fazer caretas de desdém, mas não deixarão de pensar que – afinal – também seria útil terem tudo isto nas mãos.
Acima de tudo, se todos os computadores hoje em dia podem reunir especificações mais ou menos idênticas para desempenhos perfeitamente equiparados, o Vivobook Pro 16X quer mais do que isso: quer falar-vos e despertar a vossa vontade de criar, fluir, escrever, compor. Certamente resultou comigo e não há muitos computadores pensados para fazerem isto, encontrar o nosso olhar com um apelo de confiança.
Para lá desta questão entusiástica, não poderemos negar que, despido de qualquer pretensão, o Vivobook Pro 16X reúne ferramentas fundamentais para profissionais e criadores ambiciosos à procura de solidez e fiabilidade. Certamente não deve nada a nenhum concorrente e, para alguns, tem mesmo tudo para ser a opção certa. Afinal, conjuga o estilo de um portátil para criadores, com ferramentas a condizer, e a performance de um portátil de gaming, mostrando que não temos que sacrificar nada para ter o melhor de dois mundos.