O ASUS ZenFone AR é como aquela moça que conhecemos numa festa, mas depois passa meses sem aparecer. E esta miúda conhecê-mo-la na CES de Las Vegas, como o primeiro smartphone, tanto com tecnologia DayDream, quanto tecnologia Tango AR. Fabuloso? Certamente! Mas tão depressa quando aparecia, o ZenFone AR deixava de dar notícias até aparecer de novo em Maio, na Google I/O, e ter agora finalmente uma data de chegada ao mercado: 14 de Junho!

A data refere-se somente à chegada ao mercado em Taiwan, não sendo ainda claro quando chegará ao mercado internacional. Mas obviamente que o primeiro passo está dado, e agora é uma questão de tempo.

  • O ASUS ZenFone AR é um smartphone revolucionário

O ASUS ZenFone AR não é o primeiro smartphone com compatibilidade com a realidade virtual Google DayDream, nem o primeiro com realidade aumentada Google Tango. Mas, graças aos requisitos de hardware bem diferentes, o ASUS é o primeiro smartphone a conseguir juntar ambas as tecnologias, e isso abre toda uma série de portas de acção sobre o nosso mundo.

De um lado, a realidade virtual Google DayDream é algo estanque ao dispositivo, permitindo ao utilizador navegar em jogos, aplicações ou ambientes virtuais com óculos de realidade virtual.IMG_20170607_121750

Os requisitos para compatibilidade são bastante elevados, de modo a garantir ao utilizador uma experiência fluída, e incluem por isso a exigência framerate de 60fps, latência inferior a 3ms e persistência inferior a 5ms. Estes valores referem-se ao tempo que um pixel demora a mudar a imagem, e o tempo que uma imagem persiste no ecrã.

São parâmetros importantes, já que o ambiente de realidade virtual é particularmente exigente em imagens móveis, qualquer lag ou imagem residual contribuindo fortemente para o utilizador sentir náuseas e cansaço ocular.

Por isso só os smartphones mais recentes e potentes possuem Google DayDream VR, já que as exigências são pesadas no processador e na gráfica. Mais particularmente, somente smartphones com ecrãs OLED permitem obter a latência necessária para cumprir os requisitos mínimos.

A realidade aumentada Google Tango é ainda mais exigente, já que impõe ao dispositivo uma leitura adequada do ambiente externo. Por realidade aumentada entendemos de facto a sobreposição de objectos virtuais sobre imagens do ambiente real no qual nos encontramos.

Para isso, o ASUS ZenFone AR conta com três câmaras, em vez das tradicionais duas, ou uma. Se a câmara principal é uma Sony de 23MP, as outras duas permitem mapear o nosso ambiente e rastrear objectos.

Poderemos assim “digitalizar” a nossa sala de estar e sobrepôr-lhe mobiliário com medidas exactas, para saber se cabe ou simplesmente fica bem. Mas poderemos também jogar jogos com inimigos virtuais a moverem-se no nosso ecrã com a nossa casa ou rua como pano de fundo.IMG_20170607_121823

A combinação de ambas as tecnologias tem então a polivalência necessária a dar à realidade virtual e à realidade aumentada o empurrão de que estas tanto necessitam.

  • Um smartphone extremamente poderoso

A vocação do ASUS ZenFone AR para realidade virtual e realidade aumentada faz deste um dos mais poderosos smartphones que veremos em 2017.

É certo que não possui o Snapdragon 835, e poderá parecer sub-motorizado com o Snapdragon 821 a bordo, mas o chip é o primeiro do mundo a ter suporte para estas tecnologias. De facto – para já – nenhum smartphone com Snapdragon 835 possui suporte para a plataforma Tango e nem mesmo o Samsung Galaxy S8 tem ainda suporte DayDream, o que fará do ASUS um dispositivo único.

A acompanhar o Snapdragon teremos pelo menos 6GB de RAM (talvez com uma versão de 8GB) e um ecrã Super AMOLED de 5.7 polegadas QHD.

Uma nova coluna de cinco ímanes garante boa qualidade de som e o dispositivo será capaz de áudio de alta resolução.

  • Desafios ainda por ultrapassar

A tecnologia por trás da realidade virtual e realidade aumentada está a um nível porventura inimaginável há poucos anos. De parte da Google e fabricantes como a ASUS, a tecnologia está lá e funciona, mas o maior desafio para o projecto Tango reside na escassez de aplicações para a tecnologia.

Existirão cerca de cem apps preparadas para funcionar em realidade aumentada, e será fundamental que mais apps surjam para justificar o investimento.

Por exemplo, a tecnologia Tango permite-nos mapear o nosso próprio corpo e usar os dados para experimentarmos roupa virtualmente, mas para isso as marcas terão de aproveitar a tecnologia para mapear os seus produtos. Ou poderemos entrar num supermercado e seguir indicadores até aos produtos na nossa lista de compras.

Tudo dependerá das marcas. Lenovo e ASUS têm trabalhado as grandes empresas para implementar a tecnologia e é justo dizer que o peso sobre o ASUS ZenFone AR é enorme. Este será porventura o dispositivo que terá o potencial para dar às marcas e instituições a confiança para apostarem na realidade aumentada, aproveitando o valor acrescentado de serem pioneiras. Nesse sentido, terão todo o interesse em colaborar com a ASUS e avançar o quanto antes, pois não há prémios para quem chega em último.

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