Ninguém diz ser bom ter telhados de vidro, mas no caso do BQ Aquaris X Pro isto é algo bom. Há diversas semanas que tenho oportunidade de usar o Aquaris X Pro em diversas vertentes e este é o tipo de terminal que me faz lembrar porque adoro os smartphones em vidro acima de tudo (e porque os temo em certa medida).
A opção pelo vidro foi a melhor decisão que a BQ alguma vez tomou em relação a qualquer smartphone. Obviamente podemos discordar, ora por pensarmos que não foi uma boa decisão, ora por parecer que outras excelentes decisões poderiam ser escolhidas. Mas esta é de facto uma boa decisão, por diversos motivos.
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Excelente leitura do mercado
O vidro é o material flagship de 2017 por excelência. Na busca pelo feeling gama alta, o plástico está definitivamente ultrapassado, e o metal foi em tempos o símbolo dos smartphones de alto gabarito, mas hoje encontramos inúmeros smartphones baratos com corpo em metal. Não basta o exterior em metal para um smartphone ser de elevada qualidade (e nunca bastou), mas a conotação do metal com gama alta está a perder-se.
O vidro é outra história. O material foi amplamente utilizado em tempos passados pela Sony, com boas e más experiências, e foi decaindo em popularidade. Não é assim agora.
2017 viu o regresso em força dos smartphones com exterior em vidro. Não todos, obviamente, mas muitos: Samsung Galaxy S8, Xiaomi Mi 6, HTC U11, LG G6, Honor 9, Sony Xperia XZ Premium, entre outros. A saga promete não acabar aqui, com outros smartphones esperados em 2017 com painéis em vidro: por exemplo, o LG V30 ou o Meizu Pro 7.
Ao perceber o regresso do vidro como material nobre dos smartphones de gama alta, a BQ leu o mercado e as tendências correctamente. Para o consumidor fica o smartphone que não só é premium, como o parece, e não tem que pagar €500 ou 600€ por isso.
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O vidro é um material nobre
O ser humano parece ser naturalmente atraído para estruturas cristalinas, e o vidro não é uma excepção. Milhares de anos atrás, os Egípcios atafulhavam os seus túmulos com contas e ornamentos de vidro. Raro e difícil de produzir, o vidro era um luxo na Idade do Bronze tardia.
Produzir hoje em dia o tipo de vidro equilibrado que justifica a sua aplicação em smartphones é ainda problemático. Se o vidro caiu num certo desfavor foi por um lado pela tendência a rachar, e por outro pela dificuldade em ser moldado em formas complexas.
Se o metal pode ser desbastado, dobrado e polido de inúmeras formas, o vidro esteve limitado muitas vezes a simples placas planas. A moldagem em algo mais que isso tem sido um criador de dificuldades para fabricantes tão importantes quanto Samsung ou Xiaomi.
Por outro lado, moldar vidro curvo é agora mais fácil, e o advento do vidro 2.5D recuperou algum do potencial estético do vidro.
Complementarmente, o vidro que hoje encontramos nos smartphones é bem diferente daquele que encontraríamos num Xperia em 2013.
O BQ Aquaris X Pro recorre a vidro Dinorex que combina dureza com flexibilidade, o que lhe permite absorver impactos de um modo que não seria possível alguns anos atrás.
Estas qualidades mantêm-se apesar do vidro ser Dinorex poder ser moldado com espessura mínima.
Claro que continua a ter maior tendência para propagar os danos causados por um golpe, mas o vidro é hoje um dos materiais mais queridos dos designers de smartphones.
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E tem vantagens técnicas também
O vidro não é simplesmente frágil, mas possui igualmente características técnicas que o tornam uma boa escolha.
Face ao metal, por exemplo, não causa interferência com as antenas dos dispositivos e autoriza um design mais limpo e uma construção mais simples.
Em termos de resistência, podemos também considerar o vidro como mais resistente a pequenos riscos. Isto acontece porque o tratamento a que o metal é sujeito pode criar superfícies mais vulneráveis. Complementarmente, as pinturas finais nem sempre são resistentes. Finalmente, depende obviamente de que metal falamos, é o alumínio irá ficar facilmente marcado.
Finalmente, o vidro tem uma elevada capacidade de dissipação de calor. Com processadores de alta performance, o vidro permite uma operação mais intensa sem sobreaquecimento do interior. O vidro não é tão bom nisto quanto o alumínio, mas isto também significa que o exterior fica menos quente ao toque.
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Vidro e Aquaris X Pro, conjugação ideal
O BQ Aquaris X Pro tem fundamentalmente o mesmo design do BQ Aquaris X5, mas atinge inquestionavelmente um novo patamar de elegância graças ao vidro Dinorex.
O vidro do painel traseiro abraça as laterais numa curvatura suave e, como se abdica da espessura do plástico, o Aquaris X Pro é mais harmonioso a toda a volta.
O vidro tem, além do mais, aquele toque caracteristicamente suave e fresco, aliado à robustez palpável que a rigidez do material confere ao Aquaris.
Nem tudo é tacto. Visualmente, o elevado brilho do painel de vidro rivaliza com o polimento puro de qualquer metal. Os reflexos produzidos por esta superfície parecem mantê-la sempre em movimento vivo, e desenham a curvatura elegante do dispositivo sempre que ele se mexe. É simplesmente hipnotizante.
Ademais, se é um crime esconder um smartphone atrás de uma capa protectora, o vidro parece sobreviver bem a este insulto e, por baixo de uma capa de silicone, continua a manter muito do seu atractivo.
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O perigo à espreita
Como todas as coisas belas, o BQ Aquaris X Pro também tem a sua fragilidade. Deixado à sua sorte, o vidro será sempre mais fácil de fracturar que o metal.
Conto-vos um pormenor: durante uma semana, todas as noites o Aquaris ficou na mesinha de cabeceira ao lado de outros dispositivos. E, tal como numa corrida de caracóis, todas as manhãs o Aquaris estava perigosamente sobre a borda, após ter realizado diversos centímetros ao longo de um declive que nenhum outro equipamento pareceu notar.
Tal como no trabalho o Aquaris X Pro foi sempre o telemóvel que não consegui colocar simplesmente numa pilha de papel sem esquiadela por ali abaixo até ser apanhado a meio caminho em direcção ao chão.
Por isso, sim, o BQ Aquaris X Pro requer cuidados especiais para não se danificar. No bolso em que o uso não entra mais nada, porque tenho a noção quem mesmo moedas e areia podem criar riscos.
Se na minha linha de trabalho tivesse que lidar com poeira e sujidade, este não seria um telemóvel para utilizar sem uma protecção, algo em que deveríamos investir de qualquer modo.
Por isso, sim, estou a adorar o Aquaris X Pro. É um smartphone funcional com um conjunto de características globais muito interessantes que me permite levar a cabo qualquer tarefa diária, mas usar um smartphone é muito mais do que isto. É também a experiência táctil e funcionalidade que o Aquaris Pro tão bem oferece.
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