Como os nossos leitores sabem, por estes dias decorre em Barcelona o colossal Mobile World Congress, o maior evento mundial dedicado à tecnologia móvel e um dos pontos altos do certame foi o lançamento dos novos flagships da Huawei, o Huawei P10 e Huawei P10 Plus. Ainda não temos um exemplar com o que fazer uma análise aprofundada do dispositivo, mas isso não nos impede de perceber já os grandes pontos fortes e fracos do Huawei.
Neste momento já todos sabemos que ambos os Huawei P10 são dispositivos topo de gama com características muito apetecíveis. São também o fruto de parcerias extensas e altamente interessantes, por isso vamos cortar caminho e agarrar o assunto pela jugular: onde é que o Huawei P10 domina, onde fica abaixo das expectativas?
Câmaras duplas Leica
Até agora – para o autor – o pináculo da qualidade fotográfica móvel era mesmo o Huawei Mate 9.
Ou deveremos dizer câmaras triplas? Este ano, também a câmara frontal de Huawei P10 e Huawei P10 Plus recebe o tratamento Leica e, com isso, há melhorias generalizadas nos algoritmos de imagem e nos retratos.
Este ponto é, na verdade, um destaque desde o Huawei P9 de 2016. Foi aí que tudo começou e, desde então, Huawei e Leica têm vindo a melhorar os aspectos da sua parceria: mais resolução, mais detalhe, maiores funcionalidades. E com a nossa experiência em ambos os dispositivos podemos dizer que, se a fotografia é uma paixão, Huawei P10 e Huawei P10 Plus são opções de topo.
Até agora – para o autor – o pináculo da qualidade fotográfica móvel era mesmo o Huawei Mate 9. A capacidade de resolução da câmara monocromática de 20MP é inigualável, com gama dinâmica invejável, excelente prestação em baixa luz e uma ampla gama de opções de personalização da imagem. Ora o P10 utiliza o mesmo setup, por isso não temos grandes dúvidas de que se trata de um factor a levar em consideração.
Mas o Huawei P10 Plus leva a bicicleta com as novas lentes Summilux com abertura f/1.8. A câmara monocromática a bordo permite por isso que o sensor monocromático receba possivelmente mais luz do que qualquer smartphone até agora. Estes dados serão integrados com a câmara RGB para produzir imagens mais detalhadas e com menos ruído em baixa-luz.
A isto, a Huawei acrescenta o modo de retrato Leica. Não sabemos o que vai sair daqui, fora da publicidade, mas a ideia é gerir melhor as luzes e sombras para criar aquela aura de contraste e detalhe que o retrato profissional consegue com iluminação controlada. Do Huawei P9 Plus para o Huawei Mate 9 notamos grandes melhorias em termos de qualidade de imagem. Será que o mesmo acontecerá aqui?
Entendamos que o Huawei P10 não está sozinho no que deverá ser uma tremenda câmara: LG G6 e Sony Xperia XZ serão concorrentes muito fortes.
O potente Kirin 960
Um smartphone flagship exige um processador de topo, e o Huawei P10 possui um: o Kirin 960. Quando o Snapdragon 835 e o Helio X30 chegarem ao mercado, o Kirin 960 passará a pertencer a uma geração anterior, com uma litografia menos eficiente do ponto de vista energético.
Mas será que isso importará?
A bordo do Huawei Mate 9, o Kirin 960 mostrou ser o melhor processador de sempre da HiSilicon a todos os níveis. Rápido, poderoso, económico, o Kirin 960 é um portento capaz de correr múltiplas aplicações e jogos com gráficos intensos e exigentes de um modo que nenhum Huawei sonhava fazer até então.
Aliado a memórias UFS e aos 4GB ou 6GB de RAM dos novos Huawei P10 e Huawei P10 Plus, o Kirin 960 significa simplesmente um smartphone rápido, responsivo, e com excelente disponibilidade.
A sua litografia de 16nm é sem dúvida uma lacuna face a processadores mais modernos fabricados em 10nm, mas a gráfica Mali-G71 é suficientemente poderosa para grandes exigências e a Huawei inclui no smartphone o sistema Ultra Memory que gere e desfragmenta a memória RAM para que as aplicações mais solicitadas abram mais depressa e os recursos sejam optimizados para onde são mais solicitados.
A Huawei terá também melhorado a resposta ao toque do sistema, tornando-o mais rápido.
Ecrã AMOLED no Huawei P10 Plus
Eis um ponto que preferimos no Huawei P9 Plus: o ecrã AMOLED. Mas só no Plus, porque nem o Huawei P9, nem o Huawei Mate 9 padrão possuem estes ecrãs que realmente impressionaram quando tivemos a oportunidade de utilizar o P9 Plus.
Agora a Huawei finalmente deu o braço a torcer e passou o ecrã do Huawei P10 Plus para resolução QHD. Deixem-me dizer que esta diferença de resolução se nota quando utilizamos multimédia ou olhamos para as fotografias que o próprio smartphone tira. Claro que ainda haverá muito tratamento de imagem, porque uma coisa é um ecrã com cerca de 4 milhões de pixéis, outra um sensor com 20 milhões, mas há mais pixéis para ver as imagens com mais realismo e pormenor.
O ecrã do Huawei P10 Plus possui um rácio de contraste de 1500:1 e cobre 96% do espectro de cor sRGB, pelo que deverá representar uma melhoria significativa face ao ecrã do Huawei P9 Plus e do ainda maior Huawei Mate 9.
Uma gama completa de cores
Podemos dizer que a Huawei foi no mínimo arrojada em termos de cor. No passado, o fabricante seguiu tendências, como as ditadas pelo iPhone Jet Black, mas com o Huawei P10, a parceria com o Pantone Institute gerou um chamativo Huawei Verde e uma alternativa muito elegante em azul.
Não sabemos de todo quão interessantes são estas cores ao vivo, mas são pelo menos distintas e únicas. A estes tons, juntam-se os já normais cinza, negro e branco.
Um grande destaque deve ser dado ao acabamento mate em diamante, que deixa a superfície marcada com pequenos prismas. É diferente, e quanto à ergonomia teremos de ter um P10 nas mãos para saber o efeito que tem.
Protecção contra danos
Mas aínda assim é de notar que, pela primeira vez que nos lembramos, a Huawei foi peremptória quanto ao Huawei P10 e Huawei P10 Plus possuírem Gorilla Glass 5 no ecrã e resistência à água.
A Huawei tem um bom historial de testes aos seus dispositivos de gama alta. Sabemos que existem testes rigorosos de resistência a quedas, arranhões, e torções, pelo que não surpreende que estes sejam dispositivos necessariamente duráveis.
Mas ainda assim é de notar que, pela primeira vez que nos lembramos, a Huawei foi peremptória quanto ao Huawei P10 e Huawei P10 Plus possuírem Gorilla Glass 5 no ecrã e resistência à água. A certificação não foi revelada, mas a mudança de postura é importante numa altura em que os utilizadores querem cada vez mais garantias quanto à resistência dos seus dispositivos.
Não que até agora os ecrãs dos Huawei fossem vulneráveis. O Gorilla Glass é apenas um dos diversos tipos de vidro reforçado disponíveis no mercado, e o Mate S do autor – que data de 2015 – continua impecável, mesmo após algumas quedas.
Ainda assim, há que destacar que o Gorilla Glass 5 garante 80% de sobrevivência em quedas até 1.6 metros, pelo que o Huawei P10 pode bem ser o mais resistente Huawei de sempre.
Bem, no papel o Huawei P10 parece de facto um grande smartphone. Mas perfeito? Ainda não chegou o dia em que podemos ter tudo e o Huawei P10 tem algumas oportunidades perdidas.
A começar pelo ecrã
Mas a revolução no desenho não está lá, não do modo que o Huawei Mate 9 Pro conseguiu uma linguagem estilística única.
Em defesa da Huawei, a marca sempre foi conservadora quanto aos ecrãs, mas ao olharmos para os LG G6 e Samsung Galaxy S8 não podemos deixar de pensar que o ecrã do Huawei P10 é algo banal.
A marca passa ao lado da lei da maximização do ecrã face à área total do painel frontal. Não é uma característica que torne um smartphone melhor, mas torna-o certamente mais apelativo a um público que cada vez mais quer o máximo ecrã no mínimo de área.
É algo que afecta principalmente o Huawei P10, onde os rebordos são proporcionalmente maiores, e o ecrã é algo pedestre com a sua resolução Full HD.
https://youtu.be/oCRBssIbBG0
Câmara de maior resolução
Como sabemos, podemos tirar fotografias a cores de resolução 20MP com o Huawei Mate 9, ainda que o sensor RGB seja de somente 12MP. Isto é possível porque os dados de um dos sensores pode ser transposto para o outro. Por outras palavras, o Huawei Mate 9 utiliza o sensor RGB para sobrepor informação de cor aos dados da câmara monocromática.
Mas o ideal seria que, após o teste do conceito no Mate 9, o Huawei P10 já contasse com dois sensores de 20MP. A informação seria muito mais exacta, mais fácil de transpor, e a fotografia final melhor sobre algo que continuamos a considerar o melhor até hoje num smartphone.
Design revolucionário
2017 é sobre revolucionar o design: ecrãs sem rebordos, ângulos arrojados e reinvenção no geral.
O Huawei P10 é um dispositivo lindo, com acabamentos que deverão estar acima de qualquer crítica. Ninguém que tenha passado por um flagship Huawei dos últimos três ou quatro anos pode negar que a marca prima por excelência na construção.
Face ao P9, e apenas com imagens de imprensa, notam-se elegantes e subtis alterações. Há mais curvatura nos vértices, por exemplo.
Mas a revolução no desenho não está lá, não do modo que o Huawei Mate 9 Pro conseguiu uma linguagem estilística única.
Não há nada de errado com esta postura, mas também não há nada de errado no consumidor ver algo visualmente novo nos escaparates.
Portanto, este é o Huawei P10 para nós que – admitidamente – ainda não tivemos acesso a mais que não a informação disponível para todos. Só com ele nas mãos poderemos de facto salutar lado avaliar as suas virtudes.
Não há DAC dedicado
Esta terá sido a grande surpresa negativa para os mais atentos. Após algumas indicações de que haveria uma parceria com a Yamaha, parece que nem mesmo o Huawei P10 Plus chega com DAC dedicado. Em lado algum temos tal indicação e, a existir, seria o tipo de coisa a esparramar no grande ecrã.
Estamos dependentes do chip do próprio Kirin 960, e temos o áudio do P9 Plus como um dos melhores de 2016, mas via jack áudio um DAC dedicado é amplamente superior. É algo que há muito pedimos à Huawei: dêem-nos hardware áudio dedicado.
Não foi desta vez, ainda.
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