Podemos sempre contar com a Airbus para chegar a um certame onde tudo usa rodas, para revelar algo com asas. Trata-se de um desenho criado em parceria com a Italdesign em torno do conceito Pop.Up System.
Mais do que um carro voador auto-pilotado, o Pop.Up System do que deverá ser o Airbus Vahana é um sistema de transporte modular que permite combinar automóvel e veículo aéreo num só.
A ideia é a seguinte: podemos conduzir o nosso veículo por uma estrada normal até um hub ou ponto de estacionamento, onde poderemos utilizar o veículo para chamar um módulo voador. Este veículo com quatro hélices acopla à cabine e leva-nos para o destino pretendido.
Os automóveis voadores não são uma ideia nova, claro. A primeira vez que alguém criou uma carroça, tentou criar uma carroça voadora, e assim surgiram os balões.
Algo mais a sério, nos anos 50 a Avro Canadá concebeu um conjunto de veículos aéreos que culminaram no Avro Avrocar VZ-9. Mas por então existiam inúmeras barreiras a ultrapassar. Desde logo, pilotar um veículo do tipo do VZ-9 não era fácil no tempo dos comandos analógicos, e os desafios de gestão das linhas aéreas por onde circulariam os veículos eram ainda mais complexos.
O mundo saído da Segunda Guerra Mundial estava sem dúvida habituado a gerir formações gigantescas de aviões. Mas eram centenas de aviões que tinham de encontrar uma cidade, mais quilómetro, menos quilómetro. Não era o mesmo que filas de veículos aéreos aos estilo The Jetsons a tentarem evitar-se mutuamente, mais acidente, menos acidente.
Mas, meio século depois, a introdução de sistemas de navegação bastante exactos, os trabalhos pioneiros nos veículos com condução automática, ou ainda a possibilidade da ligação em rede de diversos dispositivos, tornaram possível sonhar de novo com veículos aéreos como o Airbus Vahana.
Mas sonho é a palavra chave. Para o conceito se tornar realidade, será necessário criar ainda uma ampla estrutura de suporte, desde o sistema de gestão dos corredores aéreos, às plataformas espalhadas pela cidade que permitam a descolagem e aterragem destes veículos.
A vantagem é que a Airbus parece ter pensado a fundo no projecto. A sua modularidade significaria, por exemplo, que a cápsula dos passageiros seria intermutável com outros sistemas de transporte modular, incluindo sistemas de tubos como o hyperloop.