Kaz Hirai, histórico CEO da Sony deixou a sua posição. Kaz Hirai é um grande nome da Sony, mas recentemente indicou que a Sony continuava a fabricar smartphones porque se quer manter no mercado para a revolução 5G. Agora que saiu, o futuro pode ser muito menos brilhante para os Xperia, sob o leme de Kenichiro Yoshida.

 

A História

Os leitores mais atentos poderão notar que o título do link supra é “A Sony nunca deixará de fabricar telemóveis”, algo que temos que reavaliar numa volta de 180º.

No entanto, a Bloomberg está a detalhar o plano do novo CEO da Sony e as coisas não são brilhantes: nos próximos três anos, Yoshida pretende desviar-se dos gadgets de consumo e concentrar-se nos serviços.

Compreendamos que desde a revolução mobile Chinesa que a Sony tem visto a sua margem do negócio diminuir, passando de mais de 20 milhões de smartphones vendidos em 2011 para menos de 10 milhões previstos em 2018. Isto é suficiente para a empresa estar a fazer prejuízo pelo menos desde 2016, devendo pensar em novas estratégias.

A mensagem que o novo CEO envia, no entanto, é que os lucros do software e serviços de subscrição serão o foco da empresa. Segmentos como as subscrições da PlayStation aumentaram para 35 milhões de subscritores em 2018, quase 30% de aumento face a 2016, e a Sony é actualmente a maior editora de música a nível mundial.

Face a estes valores, televisões e smartphones podem tornar-se um membro a amputar. E isso será um erro.

A perda gigantesca para os utilizadores

Deixem afirmar que nunca é um erro uma empresa abdicar de um negócio que não lhe dá lucro, e pelo contrário gera prejuízo. Mas é um erro não perceber onde alterar a sua estratégia para conseguir recuperar o seu mercado.

Nos últimos anos a Sony estagnou, e só em 2018 voltou a mostrar vitalidade com equipamentos sólidos, renovados e com um design novo e fresco. Face a isto, é expectável que com o marketing correcto a Sony continue a trilhar caminho. É quase difícil imaginar como não consegue a Sony virar o seu negócio mobile ao contrário, quando produz os seus próprios chips fotográficos e outros componentes, pelo que os Xperia são excelentes demonstradores de tecnologia. O problema, quanto a mim, está na estrutura montada, não no mobile.

Pior será para o utilizador. Os utilizadores vivem hoje num mundo mobile que esmagou a diferença, onde os smartphones partilham características, preços e fraquezas. Poucas marcas se têm atrevido a trilhar caminhos próprios, com uma identidade própria que permite ao utilizador chegar a uma loja e não ver smartphones iguais uns aos outros.

A Sony tem o potencial para ser uma marca diferenciada, desde que queira apostar nisso. A minha grande pergunta é se quererá. E se não quiser, o erro estará a ser cometido: o caminho da Sony, abdicando do hardware, será arriscar diminuir sempre de tamanho até se perder.

É que se alguém pensa que a concorrência Chinesa não chegará também ao software e serviços. Ou concorrem a sério agora, ou serão novamente apanhados na curva.

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