As libélulas são insetos particularmente excecionais. É muito difícil criar um 2-em-1 equilibrado. Os feitos de engenharia que é necessário mobilizar para criar uma máquina de gama alta em apenas 1Kg não são de menosprezar e, por isso, a maior parte das máquinas são compromissos com os quais temos de viver. O compromisso mais óbvio costuma ser na conectividade, com apenas algumas poucas portas disponíveis e a questionável necessidade de andarmos com um dongle atrás para podermos encontrar alguma compatibilidade com múltiplos equipamentos de escritório.

Os profissionais em movimento que dependem muito de suportes físicos e periféricos para fazerem o seu trabalho têm, por isso, uma enorme escassez de produtos disponíveis para si. Bom, mas não mais. Com o HP Elite Dragonfly G3, a HP aposta num cavalo de combate da mobilidade e teletrabalho, oferecendo um núcleo duro de capacidades que se centram num conectividade muito acima da média.

Especificações técnicas (como testado)

  • Processador: Intel Core i7-1250U
  • Ecrã: LCD 13.5″ 1920 x 1280, 60Hz
  • Armazenamento e memória: 1TB SSD Micron, 32GB de RAM LPDDR5
  • Gráfica: Intel Iris Xe
  • Conectividade: Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.2, vPro; 5G Opcional
  • Portas: 2 x USB-C 4 Thunderbolt 4 com DisplayPort 1.4 e Power Delivery, USB-A 5Gbps, HDMI 2.0, jack de áudio/microfone
  • Autonomia: 68Wh
  • Peso: a partir de 0.990Kg
  • Dimensões: 29,74 x 22,04 x 1,64 cm

Design leve como o magnésio

É inescapável num Dragonfly: o HP Elite Dragonfly G3 é extremamente leve, transportando-se com mais facilidade do que uma revista qualquer. Se calhar se olharmos para trás e recuarmos alguns anos, algo tão leve quase nos faria desconfiar das suas capacidades. Hoje em dia nada estaria mais longe da verdade e o HP Elite Dragonfly G3 consegue o seu tamanho compacto e peso-pluma, graças a uma construção em liga de magnésio reciclado, material com uma excecional relação de peso/resistência, permitindo um peso que ronda 1Kg, linhas extremamente finas, mas ainda assim com certificação MIL-STD-810H, uma garantia adicional quanto à sua capacidade de resiliência.

O magnésio é daquelas ligas que aprendemos a gostar. A sua sensação não é tão fria quanto o alumínio, e é algo mais flexível. Facilmente se confunde com um material menos nobre, mas não poderíamos estar mais longe da verdade, e o HP Elite Dragonfly G3 exibe robustez palpável, ainda que o ecrã possa ser algo maleável. O apoio de mãos, por outro lado, é solido e firme, o que mais à frente autorizará uma experiência de escrita reconfortante.

Uma divindade na conectividade

Para algumas culturas, as libélulas são seres sagrados. A sua leveza e agilidade são famosos. Já os portáteis de 1Kg e 13″ não se destacam por regra numa coisa: conectividade física. É precisamente aqui que o Elite Dragonfly G3 oferece os seus principais argumentos, com uma surpreendente quantidade de portas físicas, desenhadas inclusivamente com inteligência, como a porta USB-A na lateral direita, e que tem um formato colapsável, com uma porção que abre para permitir encaixar um cabo, e depois se recolhe para não sobressair do perfil fino da lateral. Na mesma lateral encontramos o combo de áudio/voz, uma porta USB-C Thunderbolt 4 e ranhura para cadeado.

Mudando de lado, à esquerda temos uma outra porta USB-C Thunderbolt 4, porta HDMI e ainda a ranhura muito intuitiva para o cartão SIM, que não necessita de qualquer ferramenta para ser removida. Devo dizer que uma porta HDMI de tamanho padrão é uma raridade neste tipo de portáteis, e portanto o Dragonfly leva nota positiva só por isto, e ainda mais por permitir a conexão de drives USB com a sua porta USB-A 3.1, que também servirá para carregar periféricos como telemóveis ou tablets.

Com uma porta USB-C 3.2 Thunderbolt 4 de cada lado, temos uma excelente maleabilidade nas nossas mãos, já que qualquer uma delas pode ser usada para carregar o Dragonfly, enquanto a outra alimenta algum periférico, como um ecrã. Esta é a forma correta de montar portas USB num portátil, já que podemos sentar-nos em qualquer lado e não andar a esticar cabos para um ou outro lado. Este será, obviamente, um dos grandes argumentos do Dragonfly, já que no universo dos seus concorrentes, poucos ou nenhuns colocam tanta conectividade num corpo tão compacto. A HP mostra que é possível criar um portátil ultraleve sem comprometer neste capítulo, abrindo-nos portas para podermos ligar-nos a um qualquer monitor externo, periférico ou unidade de memória, por exemplo, dispensando adaptadores.

Produtivos, rejubilem

Deixem-me tirar isto de cima da mesa para começar: a única coisa de que senti falta na unidade de teste que me foi enviada, foi de um ecrã tátil. Embora acabe por nem sempre o usar, a possibilidade usar o toque para navegar e posicionar o cursor é sempre um acelerador de produtividade, mas a HP oferece opções com ecrãs touch, por isso é uma questão de olharmos para o que queremos. A funcionalidade touch é, obviamente, sempre recomendável para incrementar a facilidade de interação com o portátil.

De destacar que, ao contrário da última geração de Dragonfly, este ano não temos dobradiça 360º, o que pode ser um problema para alguns. Contudo, e fora estes dois detalhes, o HP Elite Dragonfly G3 é um ultraportátil habilmente concebido para profissionais dinâmicos e ativos, para criativos que podem em qualquer momento querer esboçar uma ideia ou um projeto.

Portanto, ao nível dos métodos de input, guardo excelentes memórias do teclado e do trackpad do HP Elite Dragonfly G3. A atuação das teclas é curta, como é típico em desenhos compactos, mas possui uma atuação absolutamente suave, muito almofadada e satisfatória que não é particularmente dada a fadiga com utilização prolongada. Além de que é agradavelmente silenciosa, por um lado pela própria arquitetura das teclas, mas também pela solidez da base e pela própria espessura mínima da caixa.

Entretanto, o mesmo pode ser dito do trackpad sem botões, com o clique a ser louvavelmente suave e relativamente silencioso, ao contrário do que pode por vezes acontecer em muitos equipamentos que numa atuação ruidosa perdem algum do seu encanto. A HP inclui algumas funcionalidades interessantes neste teclado, como o HP Easy Clean que bloqueia teclas e trackpad, permitindo-nos limpar o portátil sem inserir comandos acidentalmente. O teclado inclui uma tecla para desligar fisicamente a webcam e garantir uma privacidade mais assegurada. Esta câmara conta ainda com reconhecimento facial e deteta quando o utilizador sai da frente do ecrã, suspendendo o ecrã, que volta à vida quando regressamos.

Não podemos deixar de falar do ecrã, claro. Um ecrã será um ecrã, mas no caso do Dragonfly temos um ecrã francamente especial, porque opta por um painel com proporção 3:2, mais provável num Surface, do que num portátil. O painel na nossa unidade era um bonito painel IPS LCD 1920×1280 de 13.5″, embora possam ir ainda mais longe com um OLED com resolução 3000×2000.

O painel mostra excelentes cores e contrastes, parecendo de elevada qualidade no global. Sem ter os negros puros dos OLED, é mais do que louvável para uma utilização diária polivalente. O seu aspeto 3:2 é fenomenal para produtividade, claro. Se o 16:9 é excelente para multimédia, e o 16:10 se afirma como a opção “meio da estrada”, o formato 3:2 é o melhor de todos para dar área vertical a qualquer documento ou janela de código, pelo que será o formato preferido para muitos.

Uma câmara de 5MP permite transmissão de vídeo FHD e este é outro ponto muito positivo, quando muitos computadores no mesmo segmento de preço continuam a apostar em câmaras HD que empalidecerão por comparação quanto à qualidade. Complementarmente, o setup áudio é surpreendentemente bom, contando com dois tweeters virados para cima e dois woofers na base, elegantemente escondidos em duas saídas alongadas, usando a superfície para algum coice adicional. O resultado é razoavelmente equilibrado, com médios e baixos volumosos e pouca distorção, mais do que suficiente para reuniões com clareza e uma experiência multimédia interessante.

Por último, não posso deixar de mencionar que o Dragonfly tem integração completa da solução Wolf Security da HP, favorecendo a segurança dos nossos dados, em particular em navegação pela internet, algo que este portátil irá fazer com fartura.

Desempenho leve, bateria longa

O foco na autonomia e conectividade avançada significam que este equipamento aposta em processadores Intel Core U onde muitos concorrentes diretos preferem os Intel Core P, mais potentes, mas também mais sedentos de bateria.

Os benchmarks deixam pouco espaço para dúvidas: o HP Elite Dragonfly G3 oferece um desempenho mediano para o preço que coloca em cima da mesa, apostando e processadores energeticamente mais eficientes do que alguns concorrentes nesta classe de peso. O desempenho gráfico é tímido na melhor das hipóteses e não aconselharia de todo qualquer tipo de gaming minimamente exigente. Contudo, e dito isto, o desempenho é mais do que suficiente para uma utilização quotidiana à prova, com a utilização do Office a ser irrepreensível.

Portanto, o nosso HP Elite Dragonfly G3 recorre a um Intel Core i7-1250U, um processador especialmente vocacionado para desenhos leves e finos com refrigeração ativa. Oferece 10 núcleos, dos quais 2 P-Cores Golden Cove e 8 E-Cores eficientes, com arquitetura Gracemont. Só os dois núcleos P são capazes hyperthreading, dando ao processador um total de 12 threads. A TDP é particularmente baixa, 9 Watt de base, o que por um lado limitará a potência disponível, por outro aumentará a duração de qualquer bateria. Conta, neste caso, com 32GB de RAM LPDDR5 e ainda um SSD de 1TB, setup particularmente generoso e suficiente para se manter útil durante largos anos. A gráfica é uma Iris Xe integrada.

Então, olhando para os benchmarks, não conseguimos fazer a nossa unidade bater a barreira dos 4000 pontos no PCMark, onde os 3750 pontos são de qualquer modo indicativos de um desempenho global muito aceitável, com o Procyon a confirmar excelentes prestações ao nível do Office que estará no core da utilização da maioria de nós. O lado gráfico, inversamente, é meramente razoável: esperem ver streaming sem qualquer problema, mas não esperem jogos.

O Dragonfly G3 foi feito para ser silencioso e mantém-se silencioso na maior parte da operação, mesmo sob carga, o que também explica que as pontuações não tenham sido astronómicas. A HP terá claramente usado um foco na discrição e performance sustentada, não comprometendo em silêncio ou autonomia em troca de algum músculo adicional durante alguns minutos.

É assim que, se o desempenho é suficiente para utilização quotidiana, a autonomia é francamente brilhante. Mesmo com uma utilização variada que passe por navegação, email, composição de textos ou outras aplicações Office, o Dragonfly excede com segurança as 10 horas de utilização polivalente. A bateria a bordo, com 68Whr é, certamente, das mais generosas do mercado num portátil tão leve. Dei por mim a levá-lo para o trabalho dois dias seguidos sem necessidade de o carregar, regressando a casa sem qualquer problema. Para nos apoiar em viagens longas, enquanto vemos filmes e trabalhamos, o HP Elite Dragonfly G3 é uma das melhores opções do mercado.

Conclusão: uma libélula impressionante

No nome Dragonfly pode esconder-se muita coisa. Nem sempre as marcas dão aos seus computadores um nome que reflete as suas características, mas neste caso parece ser um nome mais do que justo. As libélulas são impressionantes animais, às quais são apontes verdadeiros prodígios de agilidade por poderem mover as asas de forma independente para manobras aéreas, os seus olhos possuem 28000 lentes e conferem uma visão quase de 60º, obrigando a que 80% do cérebro seja usado para processar toda a informação visual.

Como uma libélula, e perfeitamente merecedor do seu nome, o Elite Dragonfly G3 é um ultraportátil incrivelmente ágil que coloca num corpo excecionalmente leve conectividade à prova das circunstâncias e uma autonomia líder de mercado. Este é o tipo de portátil faz-tudo que poderemos levar na mochila a qualquer lado, e fazer de qualquer local o nosso escritório.

Portáteis ultraleves raramente chegam sem compromissos, e quem necessitar de desempenho acima de tudo, poderá olhar para outras ofertas da HP, se bem que as capacidades do HP Elite Dragonfly G3 são mais do que suficientes para um criativo, jornalistas, profissionais no geral. O único real entrave a podermos adquirir um é o seu preço. Este não será um portátil barato, com valores que ultrapassarão os €2000 para os modelos mais capazes.

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